São mais de 100 mil sócios torcedores do Flamengo, mas nos dois últimos jogos na Ilha do Urubu, contra o Atlético Goianiense e depois o Paranaense, eles não compraram 10 mil dos 33 mil lugares disponíveis — 29%. Na final da Copa do Brasil a expectativa da diretoria é de que esses associados esgotem os bilhetes. É possível, fica claro pelo comportamento que eles, em maioria, pagam para que possam escolher as partidas que lhes interessam, as de maior apelo, caso de uma decisão como a do dia 7 de setembro. Como o programa “Nação Rubro-Negra” não atribui pontos e prioridade pela frequência, como nos de Corinthians e Palmeiras, poucos se habilitam a comparecer ao estádio para apoiar o time com assiduidade. E nem seria preciso que todos quisessem ir a cada peleja, longe disso.
O local onde o Flamengo manda seus jogos no Rio de Janeiro comporta 20.500 pessoas e, descontados os visitantes, gratuidades e convidados, vão para venda cerca de 16.500. Menos de 20% do total de associados lotaria a Ilha sempre. Como os ingressos são proibitivos para quem não é sócio, fica claro que nem de longe se consegue a meta de encher o pequeno estádio apenas com os que integram o “Nação Rubro-Negra”. A ele amarrada e tentando forçar quem não é sócio a aderir e pagar mensalidade, a direção ignora o fato de milhões não terem condições, e inviabiliza a compra de ingressos avulsos, com valores exorbitantes.
O clube vira as costas para a maioria dos flamenguistas e se volta a uma minoria que proporciona importante receita mensal, mas não acompanha o time como poderia, ou deveria. Uma reformulação do programa é urgente, com pacotes mais populares que permitam aos mais pobres pagar pouco para ver pelo menos um cotejo ou outro (melhor do que nada) e opções específicas para os que vivem fora do Rio de Janeiro (a maioria dos torcedores do Flamengo). Além de preços mais baixos para associados em jogos de menor demanda, de forma que o valor cobrado dos não sócios seja minimamente compatível com a realidade.
Seria a chance de cativá-los, convencê-los a um ajuste no orçamento para se associar, ajudar o clube e ter condições de frequentar o estádio, mesmo que algumas vezes por ano. Se os milhões de rubro-negros se revezassem nas arquibancadas, até o Maracanã lotaria em qualquer partida. É preciso mudar essa cultura, ajustar preços à realidade das pessoas, e criar outra, do apoio incondicional real, como em clubes como o Borussia Dortmund, sediado numa cidade com pouco mais de 500 mil habitantes (a população de Niterói). Em primeiro na Bundesliga ou na zona de rebaixamento, sempre joga para mais de 80 mil fanáticos.
E o que são pouco mais de 100 mil sócios para um clube com dezenas de milhões de torcedores? Há muito o que crescer, desde que com uma política não restritiva, abrangente, compatível com o poder aquisitivo das pessoas. Se o Flamengo vender todos os ingressos da final contra o Cruzeiro aos seus associados, haverá quem comemore. Ignorarão o setor sul da Ilha fechado nos últimos jogos devido à baixa procura. Vexame que não constrange um “Zé Planilha”, aquele que só olha cifras, ignora o aspecto técnico, o mando de campo, e nunca entenderá a importância da proximidade entre um clube de futebol e sua gente. Alguém que não se envergonha diante de públicos pequenos para um time caro e finalista de competição nacional. Algo duro de aceitar para quem tem uma torcida que se diz “Nação”. Um torcedor pagando menos ou uma cadeira vazia, qual a sua escolha, afinal?
PS: para quem acha que ser sócio torcedor é barato e não paga quem não quer, clique aqui para ter um contato com a realidade de muitos brasileiros
Reprodução: Mauro Cezar Pereira | ESPN
Ser sócio torcedor de uma empresa que não tem dono fica difícil enão é barato!!! como fica????
Só entendo que a análise do MCP deveria contemplar também o fato de que na Europa se vende carnê para toda a temporada e aqui não.
Falta realmente um melhor acerto na precificação do apelo de algumas partidas para que possam ter mais públicos diferentes, ou rotativos, e ainda assim o lucro mínimo desejado na operação da partida.
Isso sem contar outras legalidades estáveis das terras europeias e que seriam uma novidade muito interessante se fossem instaladas por aqui. Um exemplo do que estou dizendo, e sem me estender muito para não tergiversar, lá a UEFA impõe boas práticas a seus entes, aqui a Comenbol acoberta os seus queridinhos.
SRN
Mauro Cesar é muito fraco e não passa os números como deveriam. O programa de sócio torcedor do Flamengo é um sucesso, pois não temos estádio (passamos 4 anos sem Maracanã por conta da Copa do Mundo e Olimpíadas), não temos grandes resultados esportivos nos últimos 5 anos com exceção da Copa do Brasil em 2013, pois essa administração vem organizando as finanças e estrutura física (Centro de treinamento e outros departamentos) e mesmo assim temos 108.000 sócios torcedores com um ticket médio altíssimo. Como alguém tem coragem de dizer que os números são ruins??!!
Em relação ao valor do ingresso, acho inviável criar setores populares em um estádio (Ilha do Urubu) com capacidade para 18.000 (2.000 para os visitantes). Temos o elenco mais caro do Brasil e é natural que o ingresso esteja acima da média.
Sempre faço uma analogia com o mundo da música, somente ricos gostam do U2? Acho pouco provável! As pessoas mais humildes não tem condições de pagar R$ 300,00 para assistir a banda, como solução compram o DVD ou assistem pelo youtube.
O Flamengo depende das receitas do sócio torcedor e da bilheteria para montar um time competitivo.
Perfeito!
Mi mi mi do kct …
Isso mesmo!
A diferença é que o U2 não toca quarta e domingo. Se tocasse, teria que fazer mais pra encher todo show. Esse é o ponto. Que você não percebeu é que o Flamengo não enche todos os jogos. Os gambas e o porcos enchem até partida de porrinha, por que tem uma política específica para isso enquanto a diretoria do Fla fica sentada na sua empáfia. E tem gente como você, que só vai a jogos grandes, se for, achando isso bacana. Dinheiro não tem cara, cor ou credo, tampouco vale mais se vier de um clássico do que contra o último colocado. E esse último vem sendo desprezado pela diretoria.
Dieki, vou em quase todos os jogos do Flamengo. Essa será minha sétima final de copa do Brasil. Meu décimo primeiro jogo do ano. Sou sócio torcedor desde a época do Cidadão Rubro Negro (Pet era o garoto propaganda em 2009). O torcedor que quiser assistir ao jogo no estádio terá que fazer um esforço financeiro. Meu sonho é viajar para Europa todo ano, mas infelizmente não posso pq custa caro. Nem por isso fico criticando as companhias aéreas e o valor do euro. Muitos prazeres da vida custam caro, infelizmente. Temos duas opções, trabalhar duro ou assistir de casa.
Mais alienado que vc, jovem, é quem concorda com vc, que pelo seu discurso de pseudo cidadão, deve se achar o modelo de torcedor rubro negro , julgando os outros pelo seu umbigo.
Vc acha mesmo que aquele que não é ST é porque não ‘trabalha duro’?
Sai da bolha, jovem. Aqui fora é vida real.
Já é muito positivo o Flamengo não tendo seu estádio , ter um número alto de sócios torcedores.
Outra é que a Ilha do urubu é muito contramão.
Outra é que o Flamengo , entre essas partidas , teve o jogo decisivo contra o Botafogo , ninguém está nadando no dinheiro pra ir a todos os jogos.
Outra é a importância da partida , Atléticos GO e PR não tem tanto apelo de público.
A capacidade do estádio é de 20.113 espectadores. Desse total, 2.010 é reservado para os visitantes e 2.000 é reservado para as gratuidades de menores de 12 anos e idosos, sendo assim sobram cerca de 16.000 ingressos para a torcida do Flamengo. Não entendi porque fala em capacidade de 33 mil (?). Quanto ao preço do ingresso, realmente está muito elevado e a minha sugestão é que se reserve o setor sul para ingressos mais populares.
Ele somou o público possível nos 3 jogos.
Ele somou o público possível , referente aos jogos contra Atlético GO e o Atlético PR.
O que MCP entende de marketing? Quem define os preços e benefícios dos planos de sócio torcedor é o departamento de marketing e eles vem fazendo um excelente trabalho, então MCP, cala a boca e deixe os profissionais trabalhar.
Sou fã do Mauro, pra mim é fácil o melhor analista de futebol do Brasil mas não concordo 100% com as criticas dele com relação ao preço dos ingressos e ao programa de sócio torcedor. Claro que no mundo ideal o legal seria que o ingresso fosse vintão e a cerveja liberada e a gente tivesse um timaço no campo, já pensaram? No mundo real a situação é diferente. Os argumentos do clube infelizmente são bons para o preço. A questão da farra da meia entrada, o incremento do ST, a capacidade da ilha e é claro a necessidade de arrecadar. Tenho vários amigos torcedores que foram ao Maracanã a vida inteira e não aderiram ao ST. Converso, insisto com eles e os caras inventam várias desculpas e podem ter certeza que as 40 pilas não fariam falta pra eles. Os caras falam que gostam de acordar no domingo de manhã e resolver ir no jogo e comprar na hora, sem a necessidade de pagar um plano pra isso e planejar com antecedencia uma ida ao Estádio, pra esses o ingresso realmente está caro, mas será que pagar 40 reais por mes é tão absurdo assim pra ter acesso ao desconto, a um cartão que te facilita enormemente o acesso ao ingresso (quem já dormiu na fila do Maracanã várias vezes como eu pra comprar ingresso pra um jogo decisivo pode testemunhar). Acho que não é abusivo e absurdo… é pura questão de prioridades. Para aqueles amigos que eu citei antes ir ao estádio já não é tão prioritário e eles não veem vantagens no ST, pra mim é fantástico, mas sempre defendi a questão da fidelidade que os programas de palmeiras e corinthians aplicam, já até escrevi pro clube sobre isso, acho que seria um aprimoramento bem vindo.
Ainda defendo um plano ST de baixo custo por apenas R$ 9,90… &;-D
O correto é cobrar o maior preço no qual, ainda assim, o estádio esteja sempre lotado. Se cobrar 800 reais no joga da final, mas vender todos os ingressos, então o preço tá bom. Mas não pode nunca ter lugar sobrando, se tiver, é porque tá caro demais. Essa estória de fechar o setor sul por pouca procura é um ABSURDO.