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Rodrigo Mattos: “Como o Flamengo perdeu o Brasileiro e o técnico em um turno”

Ao montar seu elenco para o Brasileiro, estava claro que o Flamengo se posicionava como um dos candidatos ao título, com vários jogadores acima da média nacional. Após um turno, com a derrota para o Vitória em casa, o clube está virtualmente fora da disputa pela taça como se constata com qualquer conta simples. E demitiu o técnico Zé Ricardo que mantivera após a queda na Libertadores.

Concluído o primeiro turno, o Flamengo soma 29 pontos, a 18 do líder disparado Corinthians. Como empatou muito, na prática, precisaria de sete rodadas para ultrapassar o ponteiro, restando 19 jogos. Não há nenhum precedente no Brasileiro, nem na lógica, ainda que o líder não fosse uma equipe que pouco falha como a corintiana.

Dito isso, passemos a tentar entender como o time de Zé Ricardo passou de favorito a no máximo postulante ao G4. E isso começa pela eliminação na Libertadores, logo após a segunda rodada do Nacional. Naquela campanha, o time já exibia as qualidades e principalmente os defeitos que o levaram a capengar no Brasileiro.

É um time de boa precisão de passe e que controla a bola, muitas vezes dominando o adversário. É dos times com maior acerto no quesito no Nacional, segundo o site Footstats. Por isso, aumenta suas chances de chegar ao gol adversário.

Ao mesmo tempo, comete erros primários nas zonas decisivas do campo. Na Libertadores, dominou jogos que perdeu fora, Universidad Católica e Atlético-PR. No Brasileiro, perdeu gols incríveis contra Corinthians (Diego), Santos (Vizeu), Palmeiras (Diego pênalti perdido), Vitória (Vizeu), todas partidas em que acabou derrotado ou com empates.

É um problema coletivo, não de um centroavante ou só do ataque. O time não tem a concentração necessária, ou está excessivamente nervoso. Difícil saber. Fato é que o problema existe há meses e Zé Ricardo não o resolveu: concentração é, sim, treinada. Não levo muito fé em expressões como ”DNA perdedor”, mas em equipes que são seguras na execução dos aspectos técnicos. Essas ganham como é o caso corintiano.

E o mesmo ocorreu na defesa. Jogadores cometem erros em lances fáceis (como o de Arão neste domingo), em posicionamento equivocado para marcar (veja os sete gols sofridos contra o Santos), em bolas altas. A lista é grande e envolve do goleiro a todos os jogadores do sistema defensivo. De novo, uma defesa bem treinada não comete esse tipo de erros em tal quantidade.

Se compararmos com o Brasileiro-2016, o Flamengo atual tem um média de gols feitos um pouco melhor (1,42 a 1,36), e uma média de gols tomados pior (1 contra 0,92). Em resumo, desde que encontrou um padrão para o time no meio do Nacional do ano passado, Zé Ricardo não conseguiu fazê-lo evoluir nos aspectos que faltavam. Teve mais opções, melhores jogadores, e entrega menos do que no ano passado.

E isso se explica também pelos seus equívocos nas escolhas de jogadores. Insistiu por muito tempo com jogadores que erravam muito (não era os únicos) como Márcio Araújo, Vaz, Muralha. Ainda fez outras opções difíceis de compreender como preferir em geral Geuvânio, recém-contratado e sem ritmo, a um Berrío em boa fase.

Quando caiu na Libertadores, o Flamengo precisava de uma mudança, e a diretoria do clube decidiu que esta deveria ocorrer com o mesmo Zé Ricardo. Isso teve a ver com o presidente Eduardo Bandeira de Mello entender que a rotatividade de técnicos é prejudicial, e que errou quando trocou muito técnico. Naquele momento, entendi que a decisão era correta.

Mas, passados 20 jogos após aquela queda, o time rubro-negro comete erros parecidos e não evoluiu nada. A saída de Zé Ricardo, portanto, é justificada. Não adiantava lhe dar mais tempo se havia uma estagnação. Caberá ao Flamengo agora na escolha do novo técnico buscar alguém que dê um perfil ao seu departamento de futebol, uma cara. É algo que a diretoria rubro-negra ainda não conseguiu em sua gestão em que pese seus acertos na área administrativa e financeira.

Fonte: Blog do Rodrigo Mattos | Uol

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Matheus Brum

Ver comentários

  • Se o treineiro tivesse a personalidade do Felipe Mello dava um soco na cara dos jogadores que perdessem gols. Garanto que o Gabriel já teria morrido e o Guerrero estaria na UTI internado kkkk

  • a responsabilidade de toda esta campanha péssima de 2017 é da direção do clube mais precisamente do presidente do clube. desde a libertadores estava claro que nosso estudioso ex-técnico estava perdido. elenco excessivo, escolhas erradas, tática amarrada. em resumo já era claro que algo não ia bem. mas o nosso visionário presidente que para completar a quadro resolve, por pura vaidade e garantir a blindagem ao técnico,assume a vice de futebol. agora com o ano perdido - dependendo dos resultados dos jogos contra o botafogo nosso elenco caríssimo pode entrar de férias em agosto e os dirigentes ainda falam de responsabilidade -resolvem trocar de treinador sem ter à mão um substituto, algo que poderia ter sido feito com calma a tranquilidade há pelo menos dois meses atrás. mas a vaidade do presidente não permitiu. se querem mudanças de verdade afastem o presidente, o mozer, o psicólogo e o jaime do futebol e em último caso contratem alguém para assumir de verdade a vice-presidência de futebol do clube. SRN

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