O futebol brasileiro registra atualmente 17 casos de jogadores com suspeita de doping, dos quais oito deles já foram suspensos pelo Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJDAD), órgão vinculado ao Ministério do Esporte. Desse total, três jogadores atuam em clubes da Série A do Campeonato Brasileiro. Há um registro flagrado na Copa do Brasil deste ano.
O último caso, analisado por laboratório americano, chegou às mãos do presidente da Comissão de Controle de Doping da CBF, Fernando Solera, na sexta-feira, dia 8 de setembro, e já foi protocolado na Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (a ABCD).
Por determinação da Wada, a Agência Mundial Antidoping, e segundo explica Solera, os nomes dos jogadores que tiveram resultados analíticos adversos nos exames não podem ser divulgados na fase preliminar de apuração dos fatos.
O TJDAD, presidido por Luciano Hostins, recebeu da ABCD resultados de apenas 10 amostras de um total de 16. O atacante Ederson, do Flamengo, nem constou desta lista, pois logo se constatou que o caso dele era decorrência de um tumor no testículo, e assim desconsiderado. Hostins decidiu pela suspensão de oito atletas – dos quais dois ainda serão intimados. E outros dois jogadores não foram punidos.
– O presidente do Tribunal avalia a droga encontrada. Se for mais pesada, opta pela suspensão. Há casos em que o Tribunal pode considerar sem maior gravidade e não suspender o jogador -, explica Solera.
Com a mudança na legislação, no ano passado, não existe mais a suspensão preventiva – o jogador flagrado no exame antidoping era afastado por 30 dias preventivamente. Atualmente, o jogador suspenso pelo TJAD é obrigado a cumpri-la até o julgamento.
A morosidade da ABCD tem incomodado Solera.
– Não dá para entender o motivo pelo qual seis jogadores ainda não foram encaminhados para o Tribunal. Tem até um que estava sendo contratado por outro clube. Fiz o antidoping em março, o jogador havia sido pego no final de fevereiro, no Campeonato Paulista, e até agora nada. Há um caso de novembro de 2016. Há jogadores que continuam atuando, e a ABCD precisa funcionar – queixa-se Solera.
O dirigente responsável pelo controle do doping no futebol brasileiro disse que os resultados saem do laboratório e chegam à CBF, Wada e Fifa. E que a federação que rege o futebol mundial já começou a questionar sobre o andamento dos casos, sobre as substâncias.
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– Com a demora da ABCD, a CBF já foi até ameaçada de ser chamada a dar explicações ao Comitê Disciplinar da Fifa, o que seria uma repercussão negativa estrondosa. Estamos bastante preocupados com essa situação- conta Solera, que também é médico da Fifa, referindo-se aos seis casos citados, ainda estagnados.
Na prática, as amostras com resultados analíticos adversos chegam do laboratório ao Comitê de Controle de Dopagem da CBF, que as protocola na ABCD. Esta, por sua vez, as encaminha ao Tribunal, que decide ou não pela suspensão. O jogador é intimado e o caso vai ser julgado.
Fonte: Blog Ponta de Lança | SporTV