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Uol: “Fla e Vasco se enfrentam com uma unanimidade. Todos gostam de Zé Ricardo”

Nada de holofotes. Zé Ricardo até sabe que será o centro das
atenções neste sábado, às 19h, no Maracanã, quando
enfrentará pela primeira vez seu ex-clube, o Flamengo, agora
no comando do rival Vasco. Porém, bem ao seu estilo pacato,
foge do protagonismo. Querido por ambos os elencos, quer
focar somente no seu objetivo atual de colocar o Cruzmaltino
na Libertadores enquanto evolui como técnico profissional.

A relação entre Flamengo e o treinador dificilmente se apagará. Foi no Rubronegro que o atual técnico do Vasco passou anos nas categorias de base e teve a primeira oportunidade no chamado time de cima. O trabalho deu frutos em 2016, com o terceiro lugar no Campeonato Brasileiro e a vaga na Copa Libertadores. Foi também na Gávea que Zé Ricardo conquistou o primeiro título na carreira profissional, há quase seis meses: o Campeonato Carioca invicto

Isso, porém, não foi o suficiente para mantê-lo no cargo. A eliminação vexatória na Copa Libertadores – na primeira fase e sem somar nem um ponto sequer fora de casa – o perseguiu até os últimos momentos no Ninho do Urubu. Assustado, ele se viu em momentos delicados durante alguns desembarques do time no Rio de Janeiro. Eram protestos intensos dos torcedores nos aeroportos. Muitos gritaram “Fora!” bem na frente do seu rosto. O objetivo era deixá-lo acuado.

O presidente Eduardo Bandeira de Mello, um entusiasta do trabalho do técnico, precisou driblar inúmeros integrantes insatisfeitos da diretoria para manter o projeto mesmo diante de uma pressão fora do comum. Até que foi impossível segurá-lo após a derrota por 2 a 0 para o Vitória. Contrariado, o mandatário tomou a decisão no começo de agosto.

O perfil Zé Ricardo no Flamengo

No Flamengo, Zé Ricardo se mostrou um profissional que não abre mão das convicções. A aposta no volante Márcio Araújo talvez tenha sido o maior exemplo disso e o que o colocou cada vez mais em rota de colisão com a torcida. A forma conciliadora de trabalhar também o prejudicou muitas vezes.

Zé gosta de escutar as pessoas, uma característica da personalidade do técnico. No futebol, no entanto, ouvir pode ser um problema em alguns momentos. A reportagem do UOL Esporte conversou com gente que vive o dia a dia do Flamengo, e a reação positiva em relação ao atual técnico do Vasco foi unânime, mas a impressão de quem conviveu com o treinador foi de que a humildade de dividir as decisões pode ter custado caro em um ambiente duro como o do futebol brasileiro, em especial no Rubro-Negro

Apesar de tudo, não houve mágoa em nenhum dos lados envolvidos. Se por acaso Zé Ricardo aparecer um dia no Ninho do Urubu, certamente não terá dificuldades para entrar, pois deixou as portas abertas e conquistou o respeito dos funcionários.

Relação Zé e Vasco

Assumir o maior rival logo na sequência pode ter causado surpresa para muitos, mas para Zé Ricardo estar em São Januário não é uma novidade. Na década de 1990, o comandante foi técnico de futsal do Vasco e comandou, por exemplo, o ídolo do clube e ex-jogador Felipe. Como disse Eurico Miranda em sua apresentação: “Ele não chega ao Vasco sem saber por qual porta entra. Já andou nesses corredores”.

Bem mais que o conhecimento sobre o clube, Zé Ricardo conquistou em pouco tempo o respeito interno. Substituindo Milton Mendes, treinador que teve problemas de relacionamento com atletas, ele deu leveza ao até então pesado ambiente do vestiário vascaíno e ganhou a admiração e o carinho do elenco, assim como conseguiu no Flamengo.

“Ele já vinha bem falado do outro clube. O pessoal lá falava bem dele e, quando ele chegou aqui, vimos que era tudo isso mesmo. Um cara bastante correto, que conversa individualmente com os jogadores, e que nos impressionou bastante também pelo conhecimento tático que tem. Só tem nos ajudado”, elogiou o volante Jean.

Sem holofotes

Mesmo com toda a história envolvida com os dois clubes, Zé Ricardo jura que não
encara a partida deste sábado como “especial”. Prefere defini-la como “diferente”:

“Acho que não é uma partida especial. É diferente por ser clássico, mas os grandes protagonistas são os atletas, não o Zé. Os atletas têm importância maior e, depois deles, a torcida. Por ser a primeira vez, talvez seja diferente, mas espero enfrentar o Flamengo muitas vezes na carreira: sinal de que vamos disputar grandes competições”.

O treinador ostenta o fato de ainda não ter perdido clássicos. Já seu time ainda não venceu o Flamengo este ano. Zé torce para que a sorte continue ao seu lado.

“A gente toma cuidados especiais. Nos clássicos conhecemos mais os adversários, precisamos tentar uma coisa diferente. Mas isso é estatística, coincidência. Um dia vai acabar acontecendo de perder um clássico. Tomara que não seja neste sábado (risos)”, declarou.

Reprodução: Uol

Higor Neves

Ver comentários

  • Agora é o melhor do mundo a alguns dias atrás era o coco do cavalo do bandido queriam invadir o Ninho para expulsar ele é os repórteres e jornalista debochavam. Legal muito interessante.

      • Já provou. Mas infelizmente, no Flamengo tem que matar um leão por dia para ser respeitado... &;-D

    • Espero que você tenha em mente de que os mesmos que queriam ele fora NÃO são os mesmos que sentem saudade dele.

  • E que nem aquele professor gente boa e sem moral que deixa tocar a zona.

    Todos gostam, ninguem sente saudade.

  • SÓ SOU FLAMENGO MAIS TEM UM DILEMA... ANTI VASCAÍNO... PORÉM TORCEDOR DO ZÉ RICARDO.

  • O Zé Ricardo acabou com 2017 do Flamengo em julho. Quero distância desse paneleiro, amante do Márcio Araújo.

  • Ele é tão bom que ja conquistou dois mundiais e duas libertadores e 2 brasileirões pelo vasco, estamos com tanta saudade que vim aqui comentar nao me aguentei seu apelido aqui era Zémpate :)

    • Conhecendo o nível dos seus comentários, não esperaria algo diferente... &;-D

  • Essa unanimidade tá furada... Gosto muito dele bem longe do Flamengo.

  • Abraçou-se a algumas convicções que se afundaram, mas tem potencial para ser um bom tecnico, considerando o nível no Brasil...

  • Zé Ricardo tudo ótimo potencial e Alves um dia torne-se o grande técnico esboçado. No Fla, chegou ao seu limite. Inexperiência e a rápida mudança de um time de atiradores para candidato a máquina apressaram esse primeiro ciclo.

    Continuo criticando as suas malditas convicções e manias, mas olhando em retrospectiva não haveria como ser diferente.

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