O Mais Querido em 2016 ficou perto de conquistar o sétimo título do Campeonato Brasileiro. E uma das características principais da campanha do ano passado foi o ótimo desempenho como visitante. Atuando fora de casa, o Flamengo terminou a edição com 53% de aproveitamento, atrás apenas do Palmeiras.
Já neste ano, a situação é muito diferente. O Rubro-negro tem apenas a 16ª melhor campanha como visitante. A dificuldade para vencer fora já vinha sendo percebida desde a época de Zé Ricardo, porém, com Rueda a situação piorou. Foram apenas 4 vitórias, sobre Atlético-GO, Bahia, Vasco e Chapecoense, sendo que só a última foi com o colombiano.
Nesta quinta-feira, com a derrota por 1 a 0 para o Coritiba, no Couto Pereira, o aproveitamento caiu para 31,5%. Até o lanterna Atlético-GO consegue ser mais efetivo quando joga longe de seus domínios. O time do Centro-oeste tem cinco vitórias e três empates, enquanto o Fla ganhou só quatro e empatou cinco.
Já em casa, o Flamengo tem feito um bom papel: é o quarto melhor mandante, com quase 65% de aproveitamento. Perde apenas para Corinthians, Santos e Palmeiras. Desde que chegou, Rueda ainda não perdeu quando tem a torcida a seu favor.
Flamengo como visitante no Brasileirão 2016:
8 vitórias, 6 empates e 5 derrotas — 53% de aproveitamento
Flamengo como visitante no Brasileirão 2017:
4 vitórias, 5 empates e 9 derrotas — 31% de aproveitamento
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A montagem do time em 2016 foi muito mais eficiente e demandou menos recursos financeiros. A pergunta que ficará sem resposta é, se o Flamengo em 2016 tivesse jogado partidas no Rio de Janeiro em um estádio como o Maracanã, terminaria o campeonato brasileiro em 3º lugar ou conquistaria o título, superando em número de pontos o Palmeiras? O Corinthians, campeão de 2017, também montou esse elenco campeão sem gastar somas milionárias como o Flamengo e o Palmeiras. Portanto, antes de contratar um jogador, deve-se ter a capacidade para prever se esse jogador se encaixa em um elenco, se as qualidades individuais dos jogadores pertencentes ao elenco se harmonizam entre si, formando um coletivo eficiente. Por exemplo, se alguém tirar qualquer peça do elenco campeão do Corinthians e coloca-la em um outro time, como o Palmeiras e o próprio Flamengo, talvez, não consiga obter dessa peça o mesmo rendimento, pois as suas qualidades individuais podem não se harmonizar com as do novo elenco. Para mim, portanto, montar um time não é sair contratando ao acaso, mas, antes de contratar, ter capacidade de análise, que permita prever se os jogadores contratados serão capazes de se harmonizar dentro de campo. Pode parecer absurdo, mas 11 jogadores superiores tecnicamente podem formar um time menos eficiente que outro time formado por 11 jogadores inferiores tecnicamente. Na década de 1980, por exemplo, o Fluminense montou um time inferior tecnicamente ao do Flamengo, que, revelou-se, contudo, superior coletivamente. Se o Flamengo de 2017 pudesse enfrentar o Flamengo de 2016 nicamente inferior, eu apostaria na vitória do Flamengo de 2016.
Na boa se tiver que demitir o Rueda, tem que ser após a sulamericana. Nem mais 1 dia.