Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco comunicaram ao Juizado do Torcedor, na segunda-feira, que não têm interesse em comparecer a uma reunião no dia 16, esta quinta, para debater um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) destinado a sistematizar o planejamento de segurança de jogos disputados no Rio. A audiência havia sido marcada a pedido do promotor Rodrigo Terra, da 4a Promotoria de Tutela Coletiva e Defesa do Consumidor.
Terra é o promotor responsável pela Ação Civil Pública (ACP) da torcida única, iniciada em fevereiro após o torcedor do Botafogo Diego Silva Santos ser assassinado com golpes de espeto de churrasco durante uma briga com organizadas do Flamengo, nos arredores do Estádio Nilton Santos. Na ação, o promotor do Ministério Público (MP-RJ) solicitou algumas condições, que deveriam ser seguidas pelos clubes, no planejamento de segurança prévio aos campeonatos. Caso não fossem cumpridas, os clássicos cariocas seriam realizados com torcida única.
No ofício enviado ao Juizado do Torcedor na segunda-feira, assinado por representantes de Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, CBF e Federação do Rio (FERJ), os clubes afirmam que já “manifestaram expressamente em momento anterior o desinteresse no firmamento do termo”. A proposta do TAC, apresentada pelo MP no início do ano, pedia que os clubes estabelecessem um plano geral de ação, destinado a todos os jogos do campeonato, 30 dias antes do seu início. Além disso, estabelecia reuniões de segurança 48h antes de cada partida.
Após ter seu convite rejeitado pelos clubes, o MP já arma um contra-ataque. O gabinete do promotor Rodrigo Terra preparou uma nova minuta de TAC, incluindo a necessidade de que a tabela dos campeonatos seja aprovada pela Polícia Militar, que poderá apontar modificações. Depois de pronta, a tabela também seria submetida ao crivo da Guarda Municipal, da CET-Rio e do Corpo de Bombeiros, também convidados para participar da reunião de discussão do TAC. Para o Ministério Público, esta é a melhor forma de esvaziar o risco de confronto entre torcidas em jogos no Rio, especialmente em clássicos.
O MP deu prazo de cinco dias, a partir do recebimento da notificação, para que os clubes se manifestem sobre a nova proposta do TAC, e também sobre o interesse em marcar uma reunião para discuti-la. Caso os clubes rejeitem novamente discutir um TAC, o mérito da ação civil pública da torcida única será julgado pelo Juizado do Torcedor.
A tabela do Carioca de 2018 já foi aprovada em Arbitral realizado no mês passado. Caso o TAC seja assinado pelos clubes, esta tabela teria de passar pela aprovação da Polícia Militar até 30 dias antes do início do campeonato, cuja fase preliminar abre no dia 20 de dezembro. Já a Taça Guanabara, que marca o início da participação de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco, está marcada para começar em 17 de janeiro.
Neste ano, o Rio registrou ao menos três mortes de torcedores durante brigas em dias de clássicos regionais. Além do caso do torcedor do Botafogo, em fevereiro, houve outros dois. Em julho, o vascaíno Davi Rocha Lopes foi baleado no lado de fora de São Januário, em uma briga que teve intervenção da PM após Vasco x Flamengo. No fim de outubro, o rubro-negro Carlos Afonso de Oliveira Leite foi baleado por um torcedor do Vasco após uma briga com a torcida do Flamengo em Niterói, horas antes do clássico disputado no Maracanã. Carlos faleceu dias depois, no início de novembro.
Reprodução: Extra
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O MP daqui é curioso. Onde estes senhores estavam quando destruíram o Maracanã e fizeram um edital viciado? Aliás, por onde andou essa trupe nas copas e olimpíadas?
Teve pancadaria de "torcida" em Madureira quando foi o jogo do Botafogo contra o Flamengo. São quilômetros de distância.
Perfeito!
Manda esse promotor procurar o que fazer, tá louco pra ganhar uma faminha
Os tais 15 min.
Onde estava o MP na licitação do Maracanã, no prejuízo cultural, urbanístico e econômico causado ao Estado e a população em relação ao estádio desde as Olimpíadas, na suposta interdição por meses do Engenhão? Segurança Pública é dever do Estado e não responsabilidade dos clubes.