Vinte e dois anos depois de o Independiente ter calado mais de 100 mil rubro-negros no Maracanã, a ferida ainda não fechou. Técnico do Flamengo na empolgante disputa da Supercopa dos Campeões da Libertadores de 1995, o jornalista Washington Rodrigues, o Apolinho, vê, enfim, chegar a hora da revanche. Será nesta quarta-feira, na decisão da Sul-Americana, a partir das 21h45, no mesmo estádio onde os argentinos reduziram a pesadelo o sonho do treinador de ocasião.
— Eu quero a forra. Meus filhos mandam mensagem pra mim xingando os caras. Nada a ver. Eles foram campeões porque mereceram. Mas agora vai dar Flamengo — afirmou Washington, em entrevista ao site do GLOBO para o quadro Bola, Cabelo e Bigode.
O Flamengo até venceu aquele jogo por 1 a 0, gol de Romário. Mas não levou, pois o Independiente havia feito 2 a 0, em Avellaneda, única derrota do time na competição. Contratado por cinco meses para apagar a fogueira de vaidades que ardia no clube de Romário, Sávio e Edmundo, Washington, hoje com 81 anos, não teve outro sonho na carreira meteórica.
— Botaram no jornal que eu ganhava R$ 300 mil. Eu ganhava R$ 35 mil.
Embutida no salário estava a missão de administrar as picuinhas internas. Inflado pelo tetracampeonato na Copa dos Estados Unidos, um ano antes, Romário garantira no seu contrato algumas benesses. E Edmundo era um jogador de difícil trato. Tão difícil, que Washington chamou-o para a briga a fim de constrangê-lo.
— Havia uma crise de vaidade, o que é natural. A gente tem que entender que eram jovens. Eram os Bad Boys. O Edmundo dava mais trabalho porque tinha um mau humor externo. Uma vez, ele tinha que tomar uma injeção prescrita pelo médico, e esculhambou o enfermeiro. Chamei-o na minha salinha. “Você está com algum problema. Acho melhor não treinar”. Ele me respondeu mal. Tirei a camisa e disse: “Você vai brigar comigo. E vai me bater. Só não bate no rosto para não me marcar. Vamos sair na porrada”. Ele me abraçou e treinou. Acabou — narrou o jornalista.
Entre crises, tapas e beijos, o Flamengo chegou à decisão da Supercopa com seis vitórias em seis jogos, eliminando Vélez Sarsfield, Nacional-URU e Cruzeiro. Já o Independiente, em campanha não tão empolgante, eliminou o Santos, o Atlético Nacional e o rival River Plate, nos pênaltis. Seria a chance de redenção do Flamengo em um ano desastroso, apesar do brilho individual das estrelas do alto investimento.
— Aquele time do Flamengo era bem melhor que o atual. Romário, Sávio, Edmundo… Não tinha jogador ruim. A gente só não tinha lateral-direito. Aquele Independiente era melhor que o de agora também. Mas esse tem um jogador muito bom, o Ezequiel Barco. É o Vinicius Junior deles. Um projeto de craque.
Se, mesmo com um plantel de respeito, não deu certo no passado, Apolinho transfere seu otimismo para o presente.
— O Flamengo vai ganhar. E não vai ganhar nos pênaltis, não. Vai ser pelo menos 2 a 0.
O ufanismo não cala aquele que deixou de ser vidraça para voltar à velha rotina de comentarista esportivo. O ex-treinador cobra o técnico Reinaldo Rueda pela falta de conhecimento da cultura brasileira. E defende um time titular com Vinicius Junior.
— Vinicius Junior é um mistério. Se não joga (como titular), algum motivo técnico deve ter. Ele é um garoto. Não dá pra dizer que cansa. Dizem que, quando entra, o outro time está cansado e ele rende mais. Então você tem um Pelé mas vai botar só no segundo tempo pra ele render mais? O Flamengo está esgotado, eu dou um desconto. Mas o Rueda, no outro jogo, tirou o Diego e botou o Vinicius. Tirou o arco e botou a flecha. Quem vai lançar pro Vinicius? Eu tiraria o Everton Ribeiro. Rueda comete alguns erros por desconhecer a cultura do Flamengo. E ele se cerca mais do auxiliar que trouxe do que do pessoal da casa. Alguém tem que dizer pra ele que o Paquetá não é centroavante — criticou Apolinho.
Fonte: Bola, cabelo e bigode/O Globo
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Com todo respeito ao Apolinho, que está no seu direito de torcedor - aliás, eu também gostaria de barrar o everton ribeiro e dar mais minutos ao vj.
Daí a querer ensinar o Rueda a escalar o time ? Ouvir o “pessoal da casa”, quem ? Jayme ? Mozer ?
É graças ao Rueda que Cuéllar e Juan são titulares - ZR estaria insistindo até hoje em Marcinho Araujo e Vaz. É graças ao Rueda que Paquetá e Vizeu ganharam um pouco mais de oportunidades.
O time, mesmo desgastado, ja demonstra outra disposição, mais vontade com Rueda. Não dá pra dizer que faltou sangue nos olhos, raça, nos últimos jogos. Pode ter faltado foco, gás. Isso é cansaço.
Ele tem culpa de terem contratado Conca, Romulo, Muralha, Geuvanio ?
Tem culpa de Diego Alves ter vindo só no meio do ano e ter que jogar a final da copa do Brasil sem goleiro ?
Não tenho duvidas que 2018 será muito melhor pro Flamengo. Temos um tecnico vencedor que ira indicar as contratações corretas e arrumar a casa pro ano que vem.
Este ano eu acho que ele fez o que era possivel, dadas as limitações. As mudanças que ele fez, com o elenco que tinha, foram muito acertadas.
Não tem segredo! Vinicius junior náo joga os 90 minutos pq é inconstante, ponto! Erra muito ainda, apesar do talento nato! Paqueta é um bom jogador, esforçado, corre muito, marca mais, vem crescendo muito bem, mas everton ribeiro, mesmo mal, pode decidir um jogo num passe ou finalização! Eu não tirava não! Entrava com Everton Ribeiro, Everton e Diego! Impõem respeito ao adversario! Se não der certo ja muda no intervalo! Acredito num 3 x 0 e Vinicius Junior guarda o dele! SRN
Explicado pq perdemos aquela final. Apolinho sempre foi muito ruim falando de futebol, imagina treinando?! Só como prova já falou besteira sobre o time atual nesta reportagem.
Aquele desastre não é lembrado pelo Kléber Leite.