Arthur Muhlenberg: “Se eu fosse o Bob Dylan”

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Se eu fosse o Bob Dylan, poderia dizer cantando aos nossos espetaculares moleques, que ontem (quinta-feira) conquistaram com muita moral a Copa São Paulo de Juniores, que Deus os abençoasse e os protegesse sempre. Que todos seus desejos se tornassem realidade, que eles pudessem ser úteis aos outros e que os outros o fossem igualmente para eles.

Se eu fosse o Dylan, ia cantar meio rouco, talvez fora do tom, para que os leques que ontem incendiaram o Pacaembu para que erguessem suas escadas até o céu e curtissem a subida em cada degrau. E diria de forma poética e premonitória para que ficassem jovens para sempre.

Mas não é preciso ser o Dylan para desejar quase ordenando que ao crescer eles se tornem justos e verdadeiros. Que saibam sempre perceber a verdade e enxergar além das luzes que certamente os cercarão. Que sejam sempre corajosos, aguentem firme e sejam fortes. Porque só assim será possível permanecer jovens para sempre.

É uma verdadeira lástima que eu não seja o Dylan. Que me falte o talento e a autoridade para dizer em versos livres e heterométricos para que estes formidáveis rebentos do nosso, não menos formidável viveiro de craques possam ter suas mãos sempre ocupadas erguendo as taças que seus pés sempre ágeis conquistarem.

E mesmo sem ser o Dylan, repetiria as suas palavras, sem disfarçar o orgulho de ser, ao meu modo, também um pouco responsável, que eles aproveitem o fato de terem uma base forte. Forte o bastante para que, na hora em que os ventos da mudança soprarem, eles possam ter seus corações sempre contentes. E que suas canções sejam sempre cantadas.

Mas ainda que eu fosse o Bob Dylan, o mais importante que teria a dizer aos campeões da Taça São Paulo ainda seria que todos eles fossem, permanecessem e ficassem jovens para sempre. Como eu não sou, nunca fui e jamais serei o Dylan, me resta bater palma para os nossos campeões e postar a música do cara que eu não sou, cantando as coisas que eu diria mesmo sem ser.

Reprodução: República Paz e Amor | Arthur Muhlenberg 

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