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GE: “Vinicius como astro, títulos e moral no Fla: por que a ‘Geração 2000’ é badalada?”

Os cuidados são especiais desde a infância. Há pelo menos quatro anos, a denominada ”Geração 2000” da base do Flamengo vem sendo monitorada e lapidada. Em 2018, quando os contemporâneos de Vinicius Junior completam 18 anos, o título da Copa São Paulo se torna mais um marco para a categoria.

Ao todo, nove jogadores nascidos no ano 2000 fizeram parte do grupo que venceu o São Paulo na final e garantiu o tetracampeonato do Flamengo na competição. Inclusive Wendel, autor do gol do título. Outros, com um ano a mais de experiência, compõem um grupo acostumado a vencer e ganhar olhares.

É uma das melhores gerações?

Quando ganhou evidência pela invencibilidade longa – dois anos entre 2014 e 2015 -, já era feita uma comparação entre a Geração 2000 e os jogadores do grupo que venceu a primeira Copinha pelo Flamengo em 1990.

De um lado, comandados por Vinicius Junior, Lincoln, Patrick, Wendel, Marx Lenin e números de impressionar. Do outro, a safra pioneira, que tinha nomes como Djalminha, Paulo Nunes, Júnior Baiano e Nélio.

– Essa geração 2000 foi realmente diferenciada, não podemos deixar de falar isso. É uma geração que ficou quase dois anos invicta. Já deu frutos… Vinicius (Junior), Lincoln, Patrick, muitos ainda a dar, a nível de seleção brasileira. Mas o trabalho é incessante. Nós já temos excelentes categorias montadas para baixo, que talvez venham a dar mais frutos que essa está dando. A gente está muito tranquilo hoje, sabíamos há três, quatro anos que quando chegasse a geração 98, 99, 2000 estaríamos muito bem – destacou Carlos Noval, diretor da base rubro-negra, campeão de três edições da Copinha (2011, 2016 e 2018).

O que ganhou?

Desde 2011, em competições com participação de garotos da “Geração 2000”, foram 19 títulos – ainda ficaram com o vice quatro vezes.

O quanto já rendeu aos cofres?

Simplesmente o maior negócio da história do clube. Antes mesmo de estrear entre os profissionais, Vinicius Junior foi vendido para o Real Madrid por 45 milhões de euros (cerca de 164 milhões de reais). Ele tinha 16 anos quando o negócio foi concretizado pelos clubes e deve deixar o Rubro-Negro após completar 18 anos.

Já foram citados interesses em Lincoln na impressa internacional, sobretudo durante a participação do atacante do Flamengo no Mundial Sub-17 do ano passado.

Quem está firme nos profissionais?

A dupla, destaque na base até mesmo da seleção brasileira, já joga como gente grande. Vinicius Junior foi integrado aos profissionais em maio do ano passado. Tem 39 jogos com o time principal e cinco gols marcados. Rapidamente se tornou um ”xodó” da torcida, que sempre pede mais espaço para o garoto.

Lincoln subiu no fim de 2017. Foi um pedido do então treinador Reinaldo Rueda após perder Guerrero, suspenso pela Fifa. O atacante tem seis jogos entre os profissionais e marcou seu primeiro gol nesta quarta-feira, na vitória sobre o Bangu.

– Nós temos que administrar sempre isso. Não podemos deixar de trazer jogadores de fora só porque formamos na base, mas a ideia é que na medida que esse trabalho que estamos fazendo na base se intensifique, comece a render frutos, possamos recorrer menos aos reforços externos – afirmou o presidente Eduardo Bandeira de Mello.

Quem não se firmou?

Três jogadores podem ser usados como exemplo. O primeiro caso é de Marx Lenin. O meia é tido no Ninho como um dos grandes talentos da base rubro-negra. Mesmo com boa atuação na conquista do estadual em 2017, viveu momentos conturbados, com problemas disciplinares, e ainda não chegou ao ponto de maturidade para ganhar uma chance maior.

Vinicius Souza é outro que continua no grupo. Um jogador nascido em 1999, mas com cara e participação de “Geração 2000”. Boa saída de bola, presença ofensiva, mas fora de momentos importantes, como no caso da Copinha. Começou a competição, mas não conseguiu a sequência.

Com passagem pela seleção sub-15, Athirson, nascido no mesmo ano de Vinicius Junior, nem mais faz parte do elenco rubro-negro. Elogiado pela qualidade técnica, pouco teve chances. Chegou a ser terceira opção na lateral-esquerda. Ano passado rescindiu com o clube e fechou com o Flu, onde busca a recuperação.

A base vai ter mais espaço no profissional?

Para o diretor-executivo Rodrigo Caetano, o trabalho vem sendo bem feito. A prova é o número de atletas utilizados no profissional oriundos da base, campeões da Copinha em 2016.

– A gente pretende fazer nada muito diferente do que aconteceu com aquela geração que foi campeã em 2016. Tenho que falar em cima daquilo que presenciei, que participei. Daquela geração, hoje, se for ver, temos no profissional o Thiago, o Léo Duarte, o Ronaldo, o (Lucas) Paquetá, (Felipe) Vizeu, tivemos o Matheus Sávio, que agora está num projeto diferente, um empréstimo. O Cafu emprestado, Thiago Ennes emprestado… Quase a totalidade deles acabaram jogando e tiveram oportunidade no profissional, fizeram a transição.

– E é isso que a gente vai fazer, com a mesma cautela, o mesmo cuidado, a mesma paciência. Não jogando a responsabilidade excessiva para que, cada vez mais, tenhamos no elenco profissional um número maior de jogadores formados na base. Isso sempre foi o nosso objetivo, a nossa filosofia.

Vitor Gabriel: algoz e reforço da turma

Destaque na Copa São Paulo, o atacante não é criado na base do Flamengo. Veio do Nova Iguaçu após ser algoz da badalada geração. Em 2015, durante longo período invicto do Rubro-Negro, fez dois gols na vitória por 3 a 2 e chamou a atenção.

No Fla virou referência, foi abraçado pelo grupo e assumiu papel de artilheiro: quatro gols na Copinha, estreia no profissional com Carpegiani e um futuro promissor.

– Isso (ter acabado com a invencibilidade da “geração 2000”) foi só no começo, eles ficaram falando comigo. Mas hoje nosso grupo é uma família, estamos todos unidos. – diz Vitor Gabriel.

Reprodução: Globo Esporte

Coluna do Flamengo

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