É muito complicado se empolgar com o Campeonato Carioca. Um torneio sucateado, organizado por uma federação mais do que suspeita, com um Maracanã indisponível e onde a maior emoção envolve tentar entender um regulamento que permite que no mesmo ano um time suba da Série B para a Série A e seja rebaixado de novo para a Série B, como se o campeonato estivesse andando de carro com a Sônia Braga e escutasse um “coloca acesso e rebaixamento na mesma temporada, mostra pra eles que tu é intenso”
Somando a isso à situação precária da maior parte das equipes do interior e às fases não tão boas dos outros três grandes do Rio – se o turno acabasse enquanto escrevo esse texto, apenas o Flamengo estaria classificado para as semifinais da Taça Guanabara, ainda que fosse ser estranho porque ia acabar com só três jogos pra cada time -, você tem a receita perfeita para uma competição que mal motivaria o torcedor rubro-negro a acompanhar os alertas de gol pelo celular, quanto mais ligar a televisão, muito menos chegar ao extremo de se deslocar até um estádio.
Mas ainda que não tenha o glamour e a competitividade que já possuiu, ainda que talvez Fred tivesse razão quando disse que o Carioca “tinha que acabar” e ainda que na noite desta quarta-feira eu tenha sido obrigado a novamente assistir Almir jogando e isso tenha despertado em mim traumas da temporada 2015 que eu considerava já superados, o estadual desse ano será essencial para que Carpegiani prepare a equipe para a competição que realmente importa nesse primeiro semestre: a Copa Libertadores da América.
Partidas como a dessa quarta-feira, contra o Bangu, que seriam apenas vitórias sem muita graça contra times que não representam grandes desafios, vão ser essenciais para montar o grupo que vai enfrentar o River Plate, dia 28/2. Seja para deixar claro que Paquetá e Vinícius Jr já merecem a titularidade, assim como Ronaldo talvez já dispute seriamente a vaga de William Arão; seja para Rômulo, Renê e Rodinei terem mais uma oportunidade de justificar suas presenças no elenco; seja para já deixar no ar a desconfiança de que o que Geuvânio precisa talvez não seja só uma pré-temporada mas sim uma recolocação profissional completa incluindo uma oportunidade no Pronatec.
Com quatro jogos pela frente – incluindo dois clássicos – até a nossa estreia na Libertadores, o treinador rubro-negro poderá testar todo o elenco, oferecer oportunidades iguais de disputa por posição e ter uma noção mais exata das carências reais da equipe – precisamos mesmo trazer mais um volante de alto custo ou um atacante de velocidade enquanto continuamos sem laterais confiáveis tendo Vizeu, que aparentemente será negociado em breve, como atacante titular?
E numa Libertadores onde provavelmente vamos mandar dois de nossos três jogos com estádio vazio em virtude da punição da Conmebol, a margem pra erros vai ser pequena e vamos realmente precisar ter os melhores jogadores atuando da melhor maneira possível. Que o Carioca, que atualmente parece não servir pra muita coisa, consiga servir pra isso.
Reprodução: ESPN / Blog Isso Aqui é Flamengo
Cara boa dicção, mais culpa da CONMEBOL da essa punição, foi dos que dizem ser torcedores do nosso time, são gentes como esses que não precisamos no estádio, sim torcedores fanáticos, que amam o esporte e são contra a violência.
Por causa deles , não poderei viajar ao rio e assistir os jogos da primeira fase, não poderei acompanhar meu time na libertadores sem ser por televisão.
Pedido que eu faço, acabem com as torcidas organizadas , nação.