Uma coisa que foi dita sobre o sertanejo numa célebre obra da nossa literatura mas que pode ser aplicada também ao torcedor de qualquer time carioca é a constatação de que ele é “antes de tudo, um forte”.
Afinal, de que outra maneira descrever a coragem e dedicação dos 18 mil abnegados que num sábado como o de ontem abandonaram suas casas, deixaram de lado suas famílias, abriram mão de seus momentos de descanso e resistiram a tentação dos inúmeros blocos de carnaval espalhados pela cidade apenas para presenciar um clássico sem gols que envolvia nomes como Rômulo e Rildo, disputado por um Flamengo misto e um Vasco tão abandonado que nem patrocinador a camisa tinha?
Com uma hora e meia de poucas chances, quase sempre desperdiçadas de maneiras confusas, ausência quase completa de ritmo de jogo por parte dos jogadores e conceitos táticos ainda em desenvolvimento, o confronto entre o rubro-negro e o clube da colina serviu, mais ou menos como o 0x0 entre Fluminense e Botafogo pela 2ª rodada, para deixar claro que, se Campeonato Carioca tem como grande charme seus clássicos, pode ser hora de admitir que talvez ele não seja mais uma competição tão charmosa assim.
Da parte do Flamengo os destaques foram com certeza mais negativos do que positivos. Se Paquetá, mesmo fora de ritmo, chegou a brilhar em alguns momentos e Léo Duarte marcou um belo gol de cabeça que acabou sendo anulado, Vinícius Jr não esteve numa boa tarde, assim como ambos os laterais não tiveram grandes atuações – ainda que seja complicado imaginar que alguém esperasse que nos 30 dias de férias Pará e Renê tivessem feito um supletivo de futebol e aprendido a jogar bola.
Estreando na temporada, Éverton Ribeiro também teve atuação apagada, assim como Rômulo segue dando sinais de que talvez seja outro caso que nenhuma pré-temporada é capaz de resolver, apesar de ser cedo demais para avaliar qualquer atleta, ainda mais em comparação direta com jogadores que já estão num ritmo muito mais intenso, como era o caso dos meninos que venceram a Copinha e disputaram as últimas partidas pelo profissional.
No geral, por mais que se espere do Flamengo no Campeonato Carioca o mesmo que se espera de um homem que chega nas gatinhas no carnaval puxando papo de bitcoin – sobrar completamente e não ter ninguém capaz nem de chegar perto – é complicado reclamar muito de um time ainda em transição, formando sua identidade tática e que em sua quarta partida na temporada ainda não repetiu escalação nenhuma vez. Foi uma partida horrível? Foi sim, mas a essa altura do ano ainda é possível acreditar que ela é parte do caminho para que esse time faça partidas ótimas mais pra frente.
Reprodução: ESPN/Blog Isso Aqui é Flamengo
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Os clubes do Rio de Janeiro tem que se profissionalizar e modernizar no quesito tática.
Os jogadores quase sempre estão mal posicionados, mal compactados e sem movimentação.
Moro em São Paulo e sei o quanto a comissão técnica FIXA do Corinthians possui qualidade. Poxa, o Carille era dessa comissão, subiu e deu conta do recado.
Os caras possuem um baita treinador na comissão fixa e nós ultimamente com péssimos treinadores no central.
Quem viu Fla x Vasco e Corinthians x São Paulo vê a diferença entre um jogo profissional e uma pelada.