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Marcos Almeida: “Ser Flamengo não tem idade: orgulho dessa molecada”

Tá cedo, não vale nada, mas o rubro-negro precisa e merece sorrir. A pouco marcante quarta-feira que iniciou 2018 contrastou com a melancólica que encerrou 2017. Dessa vez sem medalhões, vitoriosa e com identificação. A alegria dos moleques nos gols, na roubada de bola, a cada dividida ganha, também é nossa. Afinal, nós somos Flamengo. Eles também.

Com apenas Jonas acima da idade olímpica, a média do time era de pouco mais de 19 anos. Do outro lado, uma equipe profissional, rodada, entrosada desde a última temporada, quando quase subiu para a Série B. Incabível cobrar vitória de nossa garotada. Mas nossa garotada é prata da casa, cria da base, respira Flamengo desde criança. E quando o Flamengo joga, joga pra vencer.

Venceu. Venceram. Vencemos. Com um Gabriel Batista que – talvez pela ida do xará ao Sport – agora é só Gabriel. Seguro nas bolas cruzadas, foi exigido uma vez. Se agigantou. Protegendo Gabriel, um Thuler que agora é Matheus Thuler, ao lado de Patrick. Às vezes afoitos, deram conta do recado, compreenderam a missão. Chutão pra lá, rifa pra cá. Sem brincadeira. Isso aqui é Flamengo.

Na ala esquerda, o mais jovem de todos, Ramon. Do outro lado, o ex-Klebinho. Cresceu, agora é Kleber. E já pode ser dar o direito de sonhar com coisa maior. Incessante na marcação, começa a dar os passos para trazer o bom futebol da base ao profissional, como Ronaldo fez no ano passado. Boas atuações no Carioca e no Atlético-GO o gabaritam a brigar por vaga no time principal.

Bolsa de valores, vulcão, relacionamento. Nada é mais instável que a dupla Cuéllar e Willian Arão; ou algum deles fazendo duo com Rômulo. Ronaldo tem visão de jogo, toque apurado. Segue com o mesmo problema da base: alguns passes bobos, displicentes, na saída de bola. Deficiência que muito pode ser corrigida em pouco tempo. Tem características mais de segundo volante, mas nos juniores já atuava como primeiro. Ou seja, pode jogar ao lado de Jean Lucas, outro garoto promissor. Cobriu bem o setor esquerdo ofensivo, chamou a responsabilidade pra si. Jogador de presença em campo, com tamanho ímpeto de Flamengo que sobrevoou o abraço coletivo após o 2 a 0.

No trio da frente, um esforçado Wendel – embora desencontrado – e os autores dos gols. Dois gols no contra-ataque, dois gols com tudo pra dar certo, mas que correram o risco de dar errado. Dois golaços. Uma batida de longe, indefensável; um chute cruzado, precedido por pedaladas. Um de Pepê, que ainda precisa evoluir, outro de Lucas Silva, que jogou com a cara do Flamengo. Arisco, leve, pra cima. Dois gols que nos puseram a vencer.

Em algum momento, o Estadual servirá como preparação para a Libertadores. O time principal precisará de ritmo, algum nível, competitividade, adversário. Talvez também precise de peças, e é essa a hora de as peças darem as caras. Não repetimos o erro do ano passado, quando não inscrevemos Vinícius Júnior para o Carioca e estreamos o garoto na primeira rodada do Brasileirão.

Se existe um intermediário entre a base e Brasileiro/Libertadores, é o campeonato estadual. É ele que pode ajudar os meninos a ficarem grandes; e os grandes, gigantes. Ganhar é bom, mas qualquer outro título é melhor. Que o Carioca sirva como laboratório para que ganhemos coisas maiores.

Começamos bem, fazendo quase tudo certo. Persiste a dificuldade em criar chances claras de gol, mas melhor entender isso aos 19 que chegar aos 35 sem compreender. De certeza, apenas que Jonas não servirá para o time do Flamengo. O resto é incerto, ainda bem.

“Pra chegar onde cheguei hoje, eu lembro de toda a minha trajetória. Mas ainda não cheguei em lugar nenhum.”

Lucas Silva está coberto de razão. Chegamos longe, chegamos bem, chegamos a lugar algum. Enquanto uns fazem memes, outros fazem gol. E todo mundo fica feliz.

Ser Flamengo é isso. Como eles, sejamos Flamengo.

Reprodução: Marcos Almeida | ESPN/Nosso Flamengo

Higor Neves

Ver comentários

  • Só discordo de uma coisa....o Jonas é útil para o flamengo sim.....

  • Enquanto jovens jogadores brilham com a mais importante Camisa do futebol brasileiro, no mesmo FLA é mantido um elenco profissional, em sua grande parte, sem técnica, inspiração, comprometimento e identificação com o Clube Se essa garotada projeta um futuro de vitórias para o Clube, no presente elenco profissional de futebol assustam as permanências de "muralha, vaz, rodolpho, renê, rômulo, geovânio". Enquanto um garoto joga em SP na Terça-feira, na Quarta-feira no Rio pelo elenco principal e retorna para SP para novo jogo pela copinha amanhã, temos por aqui um Éverton Ribeiro que, há 06 meses no Clube, ainda pede para se readaptar ao futebol brasileiro. Bom seria aplaudir corretas ações no futebol do meu Clube Querido. Quisera eu poder aceitar derrotas de um empenhado time principal, mas, não posso. Não quero aplaudir o pouco caso com o Clube, seja por por parte de jogadores ou dirigentes autocratas. Meu DNA é Vencedor. Eu sou FLAMENGO!

  • Eu não me iludo com esses elogios da imprensa pq funciona assim: agora eles elogiam , depois se não der certo críticam o clube por ter apostado na garotada e não ter mesclado com jogadores experientes.
    A lembrar que ano passado iludiram a torcida dizendo que tínhamos o melhor elenco do Brasil e todos vimos no que deu.
    Então é pés no chão e sem criar alarde até pro sucesso não subir a cabeça da garotada.

    • A fórmula que sempre deu certo no Flamengo é mesclar experiência e jovens da base, digo mesclar , não somente pegar o Ronaldo. De verdade , sei que vão me cornetar , mas não temos um time principal formado, terminamos o ano de 2017 com um bando de cansados em campo... Ontem diferentemente vi um time, com limitações em decorrência da inexperiência , mas vimos um time ! Com vontade, raça e muita técnica, e o melhor de tudo ; um grande técnico que conhece o Flamengo
      SRN em qualquer situação!!!

  • Este trio de volante ,oThuler,klebinho.ramon podem continuar no time titular,já Lucas silva já pode ficar nos profissionais,eu ate emprestaria ele pra jogar o paulistão,pois apesar de ser muito bom,temos vários jogadores pra essas posições.

  • O texto vinha bem, até a frase JONAS NÃO SERVE PRO FLAMENGO.
    Sinceramente não entendo porque um cara que tem mais futebol do que Rômulo e MA não pode ficar nem na reserva.
    Interessante

  • Alguém sentiu falta dos medalhões amarelões ontem? Sinceramente, não senti. Embora os jogadores sejam menos experientes, houve uma postura de jogar verticalizando as jogadas em busca incessante pelo gol, algo que não pude ver no ano passado. Os cruzamentos (chuveirinho) diminuiram, sem falar na troca de passes e os contra-ataques objetivos. A atuação da garotada deixou muito "amarelão" de cabelo em pé ontem.

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