O Flamengo inicia, nesta quarta-feira (28), a trajetória na sua 14ª Copa Libertadores. O adversário da estreia será o tradicional River Plate-ARG, às 21h45, em um estádio Nilton Santos (Engenhão) de portões fechados. Dar o primeiro passo em condição desfavorável é só um recorte da pressão que aguarda o Rubro-negro na competição continental.
A relação entre Flamengo e Libertadores tem sido das mais traumáticas nos últimos anos. O clube coleciona vexames e eliminações precoces. A queda na primeira fase da edição de 2017, por exemplo, causou impacto durante toda a temporada passada. São recortes que deixam o Rubro-negro mais pressionado do que nunca.
O UOL Esporte reuniu os pontos que incomodam na Gávea diante do objetivo de quebrar o jejum de 37 anos. Desde 1981, quando conquistou a sua única Libertadores, o Flamengo não entrava tão balançado naquela que se transformou em uma obsessão para torcedores, dirigentes e jogadores.
Os vexames sul-americanos
Disputar a Libertadores não tem sido algo muito agradável pelos lados da Gávea recentemente. O Flamengo soma resultados ruins. Em 2002, 2012, 2014 e 2017 o time caiu ainda na primeira fase. Em 2008, perdeu por 3 a 0 para o América-MEX, no Maracanã, e deu adeus nas oitavas de final depois de ter vencido a primeira partida por 4 a 2.
Em 2007, derrota para o Defensor-URU por 3 a 0 no jogo de ida e vitória por 2 a 0 na volta, com mais uma eliminação nas oitavas. Para se ter uma ideia, a melhor campanha foi em 2010, quando o clube da Gávea saiu da competição nas quartas de final. É inegável que o retrospecto negativo coloca o Flamengo pressionado para escrever uma história positiva depois de tantas páginas para esquecer.
O investimento por títulos de expressão
A eliminação na primeira fase da Libertadores do ano passado foi alvo de duras críticas da torcida e causou uma série de problemas ao Flamengo na temporada. Dono de um dos elencos mais caros do país – a folha mensal é de cerca de R$ 9 milhões -, o clube investiu para conquistar títulos de expressão. Até agora, porém, o objetivo não foi cumprido.
Em 2017, o Rubro-negro passou longe na principal competição do continente e no Campeonato Brasileiro. Por outro lado, ficou com o vice-campeonato da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana. No último ano da gestão Eduardo Bandeira de Mello, a pressão se encontra ainda mais intensa. Qualquer tropeço no caminho cobrará um preço amargo.
Um jejum cada vez maior
A torcida do Flamengo idolatra a geração de Zico & Cia com justiça. Os ídolos foram responsáveis pelas maiores glórias da centenária história rubro-negra. Só que o longo jejum na Copa Libertadores incomoda cada vez mais. Já são 37 anos desde a única e emblemática conquista.
A cada ano que passa, o peso das campanhas frustradas e do antigo feito complica a performance atual. O Rubro-negro tem entrado pressionado nas edições recentes e não esconde as dificuldades em lidar com isso. Resta saber o que acontecerá na mais nova oportunidade.
Dois jogos com portões fechados
Além de toda a dificuldade que a Libertadores apresenta, o Flamengo ainda terá de lidar com um problema no grupo que está longe de ser dos mais tranquilos. Os dois primeiros jogos como mandante serão disputados com os portões fechados – River Plate-ARG e Santa Fe-COL.
Tudo por conta da barbárie promovida por torcidas organizadas na decisão da Copa Sul-Americana no Maracanã. Houve invasões, brigas, arrastões e depredações do estádio. O clube ainda tentou recorrer, mas a Conmebol sustentou a punição. O Flamengo terá de driblar os adversários e o fato de jogar sem o apoio dos torcedores para tentar chegar às oitavas de final.
A pressão de um ano eleitoral
O pano de fundo do Flamengo na Copa Libertadores é o ano eleitoral. A movimentação já ocorre nos bastidores da Gávea para a escolha do novo presidente em dezembro. É óbvio que o desempenho do futebol será utilizado como instrumento de campanha por situação e oposição. E nada melhor do que o “recorte Libertadores” para isso.
Como já foi reeleito, o presidente Eduardo Bandeira de Mello não pode mais ser candidato. Um nome do seu grupo terá de defender a atual gestão, enquanto parte da oposição tenta se unir com o objetivo de mudar os rumos do poder. O fato é que o carro-chefe terá parcela fundamental na escolha do novo presidente. Neste aspecto, a Libertadores fala por si.
Reprodução: Uol Esporte
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