“Sempre eu hei de ser”, como diz o hino, orgulhoso do que essa nação é. E, como todas as nações de verdade, têm que ter uma casa. Nós não a temos. Quando o Diego Ribas, nosso camisa 10, comentou a respeito, na entrevista logo após o jogo contra o Botafogo, isto não me soou como desculpa, mas sim como a constatação da verdade: precisamos de uma casa! Mas, a grande pergunta é: qual o tamanho ideal para a nossa casa?
Desde 2012, quando os projetos dos estádios da copa começaram a ser entregues, temos sido massacrados com a ideia de arenas. Temos até um número mágico na cabeça – 55mil lugares.
A razão desse número é simples: manutenção do estádio. E, é a partir daí que eu começo o meu argumento. Se o time de futebol do Flamengo representar o tamanho de sua torcida e as aspirações que temos será que nos contentaremos com um estádio de 55 mil lugares?
No imaginário do torcedor rubro-negro, o time do Flamengo tem que ser do mesmo tamanho de sua torcida. Isso quer dizer: tem que ser o maior conquistador de títulos do futebol brasileiro. E, na realidade, é isso que nos vem sido oferecido pela atual diretoria e, diga-se de passagem, da até para acreditar.
Do time mais quebrado da série A, viramos uma espécie de modelo de gestão. Vemos dezenas de jogadores, de Rafinhas a Patos, se oferecendo para jogar no Flamengo, coisa que não víamos desde os anos 80. Entretanto, se somos a maior torcida, a maior receita, temos que admitir que não somos mais o maior vencedor do futebol Brasileiro. Fomos ultrapassados em tudo. Não somos mais o maior campeão Brasileiro e, internacionalmente, somos um fracasso retumbante.
Por isso o título da coluna, quanto acreditamos no projeto para o Mengão? Se acreditarmos que o flamengo pode ser esse time quase hegemônico, ouso desafiar a idea de 55 mil lugares. Vamos pensar no que quer dizer hegemônico no cenário do futebol brasileiro. Em um cenário hipotético, no Brasil, um time hegemônico, em 10 anos, ganharia: três campeonatos brasileiros, uma copa do Brasil, uma Recopa, uma libertadores e 5 estaduais. Como potência, o time ainda seria finalista em uma copa do Brasil, dois estaduais, semi-finalista em duas libertadores e seria, ainda, desafiante ao título do brasileiro, em pelo menos outras 3 oportunidades. Neste cenário, seria muito difícil não existir a comunhão entre time e torcida, como vimos em 2007, por exemplo. Nos anos bons, teríamos casa cheia, mais cheia do que 55 mil, em diversos jogos.
Ainda nesse cenário, vamos analisar o que seria um ano ruim para o maior time do Brasil. Nesse caso, o time teria: 2 clássicos no estadual (30 mil pagantes), 3 jogos da libertadores (50 mil pagantes na primeira fase), 19 jogos do Brasileiro sendo – 9 com times grandes (50 mil pagantes), 10 com times pequenos (30 mil pagantes) e, ainda, Copa do Brasil, ou libertadores, ou Sula 3 jogos (50 mil pagantes). Há exemplos de outros times com média superior a 30 mil pagantes.
Assim, apenas para os anos ruins seria compreensível um estádio para 55 mil torcedores. Pergunta: vamos dimensionar o estádio para um ano ruim?
Agora, vejamos o que aconteceria em um ano normal para o que seria o maior time do Brasile com a maior torcida, na cidade mais turística to país: 2 clássicos no estadual (40 mil pagantes), 3 jogos da libertadores (50 mil na primeira fase),3 jogos na libertadores no mata mata (80mil), 19 jogos do Brasileiro – sendo 9 com times grandes (70 mil) e mais 10 com times pequenos (40 mil).
Nesse caso, haveria um público de, aproximadamente, 270 mil torcedores que poderiam ir ao estádio – caso o estádio fosse para 80 mil pessoas. Antes de começarem a torcer o nariz, lembrem-se: trata-se de uma hipótese e, nessa hipótese, estamos liderando e defendendo o título do Brasileiro, no mata-mata da libertadores, etc. Se o ticket médio custar R$80,00, esse excedente de público renderia R$21 milhões, que descontando 40% de imposto, sobraria para o caixa do clube aproximadamente R$12 milhões, para a manutenção da área exedente, ou seja, R$1 milhão ao mês, para a manutenção da área extra, não para a manutenção do estádio inteiro, mas sim para a área extra.
Outro argumento que me irrita: um estádio de 55 mil vira um caldeirão, mesmo com 20 mil pagantes. E se há apenas 20 mil pessoas no estádio, trata-se de um jogo de menor expressão. Precisamos de um caldeirão contra times grandes. Pensando dessa maneira, o Boca Juniors, um dos maiores vencedores dos torneiros da América do Sul, estaria permanentemente satisfeito com o estádio mais caldeirão do mundo. La Bombonera, um dos estádios mais impressionantes do planeta, tem capacidade atual para 49mil expectadores. Entrentato, há um estudo para aumentar a capacidade do estádio em 30 mil lugares. O estádio teria 79 mil lugares, sendo 60 mil lugares sentados e 20 mil lugares populares em pé.
Resumindo a ópera: é preciso acreditar no projeto de sermos o maior time do Brasil. O time mais popular do país do futebol não merece um estádio de apenas 55 mil lugares. O estádio tem que ser o mais vertical possível – o que gera a necessidade de um terreno menor e, se for coberto, uma estrutura em balanço menor (uma das razões pelas quais o Maracanã custou caro, e tem a manutenção também acima do razoável). Tem que ser projetado para ser simples, robusto e ter uma manutenção barata, em todos os aspectos. O projeto tem que comtemplar uma boa compartimentalização, ou seja, poder ser usado parcialmente e ainda ter uma atmosfera agradável (existem exemplos pelo mundo inteiro, destaco o Estádio da Luz em Lisboa, que quando necessário abre apenas os anéis inferiores). Porém, o mais importante, precisamos acreditar que temos um plano para sermos o maior vencedor do futebol Brasileiro nos próximos 10 anos. Temos torcida e temos dinheiro. O que nos falta além do nosso estádio? Enquanto vemos um projeto para as finanças do clube, ainda olhamos séticos para um projeto mais consistente e duradouro no departamento de futebol. Obviamente, um belo centro de treinamento ajuda, mas ainda pairam muitas dúvidas na capacidade do departamento de futebol conseguir entregar aquilo que desejamos, e merecemos.
O Maracanã foi a nossa casa, vai ser amado por todos os flamenguistas, mas nunca mais será nosso novamente (se é que algum dia já foi). O Mario Filho custa caro para manter, a conta vai ser sempre apertada. Deverá demorar anos para se desembrulhar legalmente e terá prazo de validade (será concedido, não comprado). Do desejo publicamente declarado pela diretoria de ainda ter o Maracanã, ainda alimenta aquela pulga atrás da orelha: Então dá para ter, e manter, um estádio para 80 mil pagantes? Façamos o nosso estádio, afinal temos fibra ou não temos?
Está na hora de termos a nossa casa, do tamanho da nossa ambição, com a nossa cara, e que nos represente: gigante, popular, simples e nosso.
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Acho q Maracanã e passado,grupo da dimensão do Flamengo precisa de estadio.
UM DIA o Flamengo do Bandeira vao ganhar titulos e construir um estadio.
UM DIA
UM dia quando ele sair,kkkk.
Se perder pro Emelec já sabem. No outro dia tem foto do Banana do lado de uma maquete de estádio.
Perfeito! kkkk
Ou então a contratação de um lateral.
kkkkkk,verdade.
Hj um estádio para 45 mil pessoas e com um projeto audacioso q pudesse ser ampliado para 50 mil....está ótimo...não adianta projetos megalomaníacos de 55,60,70,80 mil pessoas...seria sempre deficitario...vide jogos de carioca..públicos pífios...e não venham me dizer q o time não transmite segurança,não tem raça...isso é balela...a torcida do Flamengo tem estado morna para apoiar e FERVILHANTE para fazer merda...hj temos q pensar com austeridade...45 mil está perfeito...
Com a crise que se encontra o Brasil principalmente o Rio de janeiro o Flamengo não deve pensar em estádio materno pois o Flamengo e povão que carrega o time nos braços,por isso o Flamengo tem que construir estádio para sua torcida 70 A 80 mil lugares com arquibancada e se possível com geral e preço popular aí os títulos voltam
Quais dizer moderno
Mas essa crise será eterna?
Pode ser que não, mais nosso jeito de ser torcer não muda nunca somos assim mesmo, é bom pensar que a reforma de uma casa e mais cara duque a construção se em ? anos não fizemos um estádio imagina daqui mais ? construir 2
No maracanã são 80 mil lugares e pra venda são menos de 52 mil para torcida do Flamengo.
VALE A PENA LEMBRAR A SITUAÇÃO FINANCEIRA QUE VIVE O ESTADO DO RJ,SALÁRIOS ATRASADOS,DESEMPREGO,VIOLÊNCIA DENTRO E FORA DO ESTÁDIO,VALOR DO INGRESSO ALTO PARA ATUAL CONJUNTURA
,ISSO TUDO IMPLICA NA MÉDIA DE PUBLICO E RECEITA X CUSTO DE MANUTENÇÃO do ESTÁDIO.DEVERIA HAVER UM PROGRAMA DE VENDA DA TEMPORADA,MEIA TEMPORADA,PACOTE POR CAMPEONATOS:CARIOCA,BRASILEIRÃO,COPA DO BRASIL,LIBERTADORES,SULAMERICANA, MUNDIAL,SUPER LIGA COM PREÇO MAIS ACESSÍVEL, É UMA FORMA DE MANTER UMA BOA MÉDIA DE PUBLICO E VIABILIZAR O ESTÁDIO.
Essas novas arenas mataram o futebol brasileiro.
Hoje ir ao estádio é programa de rico.
O povão foi expulso.
Com isso os públicos não passam de uma média de 15.000 pagantes.
Construir estádio de 80.000 no Brasil seria suicídio.
Palmeiras e Corinthians há alguns anos conseguem média acima de 30 mil por temporada com ingressos caros
Eles conseguem oferecer vantagens para seus sócios, mas isso só é possível pq o estádio é deles, a renda do jogo não é dividida com ninguém, só o Corinthians, mas aí eles não tem saída mesmo em relação a isso kkkkk
Exatamente, duas das maiores e mais fiéis torcidas do Brasil, no estado mais rico da federação, tem média, quando muito, de 30.000 e o cara quer um estádio de 80.000.
50.000 é o ideal para o Brasil.
Depois que destruíram o Maracanã e o Mineirão públicos acima de 70.000 são extremamente raros.
SRN
1c
Tem que ser um estádio confortavel para 89.250 lugares para todas as classes na Barra, Guaratiba ou Recreio. No Rio um estadio para 50 mil pessoas representa o mesmo q 30 mil em outros lugares, não esqueçam q tem 10% visitante, 10% ou mais de gratuidades, Gepe(separação de torcidas), cortesias, ingressos promocionais.
Sua matemática e extrapolação é baseada em suposições sem embasamento realista, torcida lotar um equivalente ao Maraca atual (78 mil lugares) com um ticket médio de 80, esquecendo as gratuidades, espaço de segurança para torcida adversária, etc., vc deu muitos chutes grosseiros, certamente os cálculos tem de ser melhor estimados e não no achometro. Da onde vc tirou 40% de impostos? Não entendi da onde saíram os 270 mil, 9 jogos por mês com uma media de 30 mil por jogo? Por ser um clube de futebol, sem fins lucrativos, não paga IR/CSLL (leia os balanços do Flamengo). Os gastos atuais do Flamengo sobre a renda de bilheterias são: "Despesas de jogos compreendem gastos com concessionárias de estádios, taxas de federação, arbitragem, limpeza, segurança, iluminação, entre outros (fonte: balanço 2016)". Dos principais itens listados, apenas os gastos com a concessionária seriam eliminados e outros poderiam ser otimizados, outras receitas poderiam ser geradas no estádio próprio, mas os gastos com financiamentos (?), manutenção, pessoal e outros seriam acrescidos. Hoje nossa receita líquida é de apenas 28% do arrecadado nas bilheterias. Leva mal não, mas essa conta não é para amador e nem torcedor que mal domina as 4 operações fazer. Certamente o blues já fizeram estes cálculos e sabem muito bem a capacidade do estádio para se pagar.
Fala João,
Obrigado pelos comentários.
De fato, tem várias suposições grosseiras, como a maioria das viabilidades de projeto que usam estimativas para receitas, e a conta aqui está, de fato, bem simplificada. Não quis entrar no mérito das definições contábeis, nem apresentar o cash-flow. Montei um cash-flow com sensibilidade e 3 variacoes, para 10, 15 e 25 anos. Por muitos anos, foram essas contas que pagam as minhas contas. Apenas para informar, no cenário de 10 anos, para ser viável e ter alguma receita liquida, o estádio tem que ser pagos em 19,4 anos.
Esse texto é parte resumida de um artigo mais longo que incluí a parte arqutetônica. A conta de 40% de imposto (que incluí todas as reduções fiscais) vieram do contrato original e estudo de viabilidade do estádio do Palmeiras de 2006 no qual participei da parte arquitetônica e viabilidade do projeto ( o contrato foi posteriormente alterado para assinatura com W. Torre e não sei como funciona a matemática financeira). No estudo de viabilidade original do Palmeiras havia uma estimiva de 38%, arredondei para 40% - De fato, é preciso uma atualização nos números.
Em todos os cenários e sensibilidades, considerando uma ocupação mínima, realista e otimista, e um ticket médio (que é o conceito de preço médio considerando gratuidades e meia-entradas) em apenas um cenário cheguei a menos de R$1 milhão de receita liquida considerando a performance esportiva do time.
A discussão do artigo não é na real o tamanho do estádio, mas se acreditamos que vamos ter um time hegemônico em um futuro próximo.
Se quiser aplicar o que você está comentando, basta pegar os 28% atuais de receita liquida, e aplicar a um ticket médio de R$80,00. Para jogo com casa cheia, sem contar receitas adicionais, daria R$ 670 mil adicionais livres.
Eu sou arquiteto e tenho dois MBA´s um finanças e outro em Real Estate Marketing, as contas são os menores problemas, o difícil é ganhar tudo daqui para frente!
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hoje o ideal para o Flamengo seria um estadio com capacidade para 50 mil pessoas , mas já com uma área para separação de torcida visitante , já que aqui tem essa babaquice de não poder vender a carga máxima de ingressos compatível com a capacidade do estádio.
Atrás dos gols sem cadeiras destinando o setor a preços populares.
O problema todo é que hoje com a crise que está o país , atrair investidores para a construção de um estádio se torna difícil , visto que a própria torcida não tem comparecido aos estádios para apoiar o time. Se todos os jogos a torcida lotasse os estádios seria mais fácil atrair investidores para construção do nosso. Mas hoje é mais fácil o flamengo negociar cotas de TV.
Mesmo na crise os investidores aparecem, desde que o projeto seja bem feito e que rentável, e estádio de futebol tem sido rentável aqui no Brasil, o Allianz Parque é um sucesso, atorcida do Palmeiras antes não ia em peso ao estádio, hoje com as condições e as facilidades que o clube oferece para os sócios irem ao estádio, faz com que eles coloquem pelo menos 20 mil pessoas em jogo contra uma Ferroviária, São Caetano ou qualquer outro jogo de menos importância. A Arena Corinthians também tem sempre bons públicos, e deixando de lado aquele rolo dos empréstimos suspeitos e lavagens de dinheiro na construção do estadio, e falando especificamente da operação do estádio, o estádio é bem rentável, o Corinthians consegue rendas de mais ou menos R$ 2 milhões em jogo do Brasileirão e pelo R$ 1 milhão em jogos contra os pequenos no Paulistão, e eles até reconhecem que não exploram o estádio completamente, dá até pra ganhar mais.