“Sempre eu hei de ser” um otimista, mas nunca descolado da realidade. Na minha última coluna resumi porque eu acreditava que era possível construir um estádio para 80 mil lugares. Para alguns a simplificação foi muito grande que me fez parecer ingênuo, e para outros arrogante e megalomaníaco. Mas acho que no “frigir dos ovos”, a maioria me entendeu. Nas próximas semanas devo explorar o tema de forma mais detalhada. Prentendo abordar tópicos variados como: arquitetura, pesquisa, compra de terrenos (isso mesmo, mais de um) e viabilidade financeira. Hoje vou começar a falar o quão difícil, e quanto de sacrifício, vamos ter que fazer para ter um estádio. Portanto, a hipótese: trocaríamos uma libertadores e um mundial por um estádio?
Se você entrou nessa coluna esperando a minha resposta, não conte com isso, não estou disposto a colocar a minha opinião, apenas descorrer sobre os fatos.
Pelo começo – Um projeto de estádio para o Flamengo é hoje um projeto maior do que o departamento de futebol inteiro do clube. Não só pelo custo, ou pela dificuldade, ou pela vontade que termos uma casa, e sim pelo tempo. Antes de ser assassinado, o Maracanã tinha 60 anos. Ou seja, trata-se de um projeto para o resto da minha vida, com sobras!
Antes de irmos ao que interessa, preciso fazer umas ressalvas. A primeira observação recaí sobre a capacidade da nossa diretoria. Formada originalmente por “homens de negócios” a diretoria do clube ainda mantém um DNA coorporativo saúdavel e uma política fiscal e estatutária rígida. Essa combinação dá a ideia de que podemos entregar a decisão da construção do estádio ao grupo que comanda o Flamengo sem tomarmos susto. Segurança similar sentimos quando olhamos à oposição à diretoria atual; a parte organizacional não deve mudar no clube por algum tempo. Diga-se, portanto, estamos em posição confortável. Acontece que a construção de um estádio não é simplesmente um negócio, é um negócio imobiliário, e esse bicho é bem mais complicado. Para cada sucesso imobiliário realizado por um homem de outra área de negócio, devem existir 200 outros negócios que falharam. Esse é um monstro bem diferente e normalmente mais complicado.
Nenhum homem de negócio, por mais competente que seja, acorda de manhã e fala: vou entrar no mundo imobiliário, vou fazer um shopping center ou um estádio de futebol.
Então, começam os problemas mais sérios. Vocês se lembram por quantos anos, sofridos, fomos quase rebaixados? (em 2001, por exemplo, fui duas vezes a Juiz de Fora, dois milagres – Internacional e Palmeiras). Bancar um estádio, sem virarmos um time endividado até a alma é possível, mas muito pouco provável. Um dos grandes de São Paulo o fez, mas esse já tinha o terreno, e o projeto no local era aprovável, um outro clube deve até a alma. O Flamengo não tem o terreno, e não quer se endividar até a alma. Eis o dilema: nos afundamos em dívidas e colocamos de lado a melhoria do plantel, voltamos a ter times medíocres (risco de rebaixamento), vendemos as nossas promessas da base, para talvez não ficarmos tão endividados, abrimos mão de possíveis títulos ainda por vir, para finalmente termos a nossa casa? O que está na mesa agora é uma gambiarra para 30 mil lugares.
O leitor que me jogou pedra na semana passada, agora exibe um sorriso maroto e pensa: “falei? Esse colunista é maluco, pediu um estádio para 80mil e agora diz que para ter um estádio precisamos abrir mão de títulos!”
Talvez sem a clareza postulada por essa coluna, essa deve ser essa a dúvida que recaí sobre a diretoria do flamengo e quiçá a oposição. Chegamos ao ponto central da coluna; há uma combinação nefasta nessa história toda: a incerteza de termos o time mais vencedor do Brasil e a possível falta de profissionalismo de negócio imobiliário na diretoria do flamengo. Esmiuçando: A incerteza de termos o time mais vencedor nos gera a incerteza de enchermos com frequência um estádio maior do que 40 mil lugares. Seguido por: não termos uma diretoria com especialistas no mercado imobiliário faz com o que um estádio grande cause impacto na capacidade de se montar um time minimamente competitivo.
Portanto, surgem soluções mirabolantes, mas nada que, de fato, possa virar um estádio. Lembremos: advogado imobiliário, diretor de banco e investidor não são automaticamente capazes de gerar negócios no ramo imobiliários. Nosso estádio tem que ser tratado como um negócio específico e imobiliário que vai requerer um time de especialistas dentro do clube para fazê-lo.
Na minha modesta opinião, ou seja, pessoal que pode não refletir o pensamento de mais ninguém, tudo o que se vê nos jornais, revistas, e mídias sociais é simplesmente um blefe pueril para tentar ameaçar quem quer que fique com o Maracanã, no fundo a diretoria está dizendo: sem o Mengão não tem maracanã.
Finalizando, do jeito que o cenário está montado, para termos um estádio precisamos abrir mão de um time competitivo, e possivelmente não conseguiremos as grandes conquistas que sonhamos. E aí, você trocaria uma libertadores por um estádio? Trocaria um Mundial por um estádio? Sim?! Agora a pergunta mais difícil de todas: Cairia para a segunda divisão para ter a sua casa? Talvez pela respostas a essas perguntas estejamos quietinhos esperando o Maracanã, que pode sair um dia, mas que muito provavelmente nunca será a nossa casa.
Para acreditar, como eu acredito, em um estádio para 80 mil lugares o primeiro passo é termos um projeto para fazermos o time se tornar novamente o time mais vencedor do Brasil, nesse caso não haverá problema em enchê-lo. Depois um time de especialistas em negócios imobiliários. É possível termos um estádio grande sem cairmos para a segunda divisão, ou sem ficarmos devendo os nossos rins, para isso muitas mudanças são necessárias.
Fabrício Chicca
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Curto e grosso .. NÃÃÃÃÃÃO!!!
Por um mundial sim . Para mim esse torneio não vale nada .
Explica melhor teu ponto de vista, Filipe.
SIM!
Estádio pra 80 mil é utopia!
com estadio seremos mais fortes e mundial tem todo ano
Mas ai,a ganhalo-lo ja seria outra coisa.
O que uma coisa tem com a outra kkkkk comparação ridícula e nem vale resposta.
Seria mais ou menos vc trocaria um saco de bala por um carinho da vizinha no vizinho kkkkk
terá que melhorar no quesito interpretação!!!!!
Disse pra mim ou pra coluna?
Se for pra mim torno a repetir estádio não tem nada a ver com títulos e nós torcedores não temos que escolher, é questão de competência da diretoria ter ou não estádio, ganhar ou não títulos!
pra vc!!!!!!!!!!!!!!!!!
Então ta respondido!
o negocio não é trocar nada, foi o governo corrupto que prefere dar o patrimônio histórico a uma empresa já provada que paga propina, corrupta. se não tivesse isso o maracanã estaria ai pra todos do rio utilizar.
Que conversa fiada é essa. Com esse time não vai ter nem Libertadores quanto mais mundial. Especulação pura !
Acho que muitos não entenderam o dilema proposto pelo texto. Na verdade o autor condiciona um bom time a uma boa capacidade de investimento em jogadores.
Ao construir um estádio definitivo, para 80 ou 60 mil, o clube perde a capacidade de investimento, pois precisa pagar a dívida contraída e, assim, correr o risco de montar um time pífio!!
Dinheiro e bom time não são diretamente proporcionais, mas sem dinheiro você também não faz nada. O projeto de viabilização de um estádio tem que ser muito bem feito e contar com verbas antes da construção como: name rights, venda de camarotes, venda de cadeiras para a torcida, patrocinadores, acordos com agentes públicos e financiamento bancário a baixo juros. Com a situação econômica desse país, sobretudo dessa cidade, é muito difícil fazer isso hoje. Não é a toa que todas as fichas da diretoria estão na concessão do Maracanã.
Concordo 100% contigo.
Parei de ler em um estádio para 80 mil. Esse colunista ñ é maluco é sem noção mesmo!