“Sempre eu hei de ser”.. um garoto da base. Há uma lógica que aponta para a importância dos times de base. Depois da venda de Vinícius Júnior, a importância das categorias de base ficaram ainda mais óbvias. O título dessa coluna aponta para o futuro do futebol nacional e a importância do Flamengo nesse processo.
O agora diretor de futebol, Carlos Noval, empreendeu uma mudança radical nas categorias de base, cuja eficiência e sucesso infelizmente ainda não são vistos no time profissional. Os três campeonatos recentes da taça São Paulo, se ainda não provam, sugerem que o Flamengo na base está onde os profissionais deveriam estar.
O sucesso, e possivelmente a sobrevivência do Brasil como potência no esporte, passa por melhorar, e muito, a base dos times nacionais. O Flamengo, como maior time do Brasil, tem obrigação de liderar essa revolucão. Hoje, ainda acreditamos que temos uma fonte inesgotável de talentos e que essa fonte será sempre a mantenedora da potência do Brasil, mas ao meu ver, não irá, ou melhor irá por um tempo, mas talvez deixemos de ser líderes mundiais na criação de talentos. Países tão tradicionais quanto o Brasil, porém com população menor, estão muito mais adiantados nesse processo, e o futuro a eles pertencem. Esses centros nutrem, preparam, educam, em larga escala, meninos para se tornarem jogadores.
Imaginemos, por outro lado, que o técnico do time profissional comece efetivamente a usar os jogadores da base. Será que hoje teríamos ao menos um jogador em cada posição, do goleiro ao avante, oriundos das categorias preparatórias capacitados para serem ao menos reservas do time titular? Não tenho certeza ainda. Dependendo do seu descontentamento com o time principal e com seu otimismo, as perguntas acima podem tem respostas variadas. Para ter certeza, só colocando a molecada para jogar. Eu não vejo como óbvia a participação dos meninos nos primeiros jogos do carioca. Jogos “decisivos” contra times do calibre do Macaé e Bangu podem ser ilusórios. Lembrem sempre da lista dos novos Zicos (ou Adílios, ou Júniors)… Veja, não estou dizendo que não temos, estou dizendo que não estou seguro quanto a isso. Temos bons exemplos no time de cima, como: Paquetá e Vini Jr, e ainda o Jorge no ano passado. Apesar de acreditarmos em dois meninos, por outro lado temos dúvidas com relação ao Vizeu, não podemos ter, ainda, 100% com relação ao Lincoln, Ronaldo já passou por três técnicos e ainda não se firmou (e acabou o Brasileiro no banco do Atlético-GO) a lista de nomes que podem, repito, podem dar certo é extensa, certeza ainda não temos.
É preciso mais do que observar os talentos da base, mas prepará-los mentalmente para as exigências de ser tornar um profissional (além de doutrinarmos os talentos para o significado de ser um jogador profissional do Flamengo, mas esse é assunto para outras colunas). Um craque na base não necessariamente será o craque profissional, de fato, a minoria absoluta assim o faz.
Rezando para a parte financeira do Flamengo possa ser mantida pelas próximas gestões, vejo que o futuro do futebol nacional será medido pelo tempo que conseguiremos segurar as nossas estrelas jogando no Brasil. Veremos Vini Jr, a jóia da coroa, desfilar a molecagem na Europa com pouco mais de 18 anos, ou seja, em alguns poucos meses.
Na minha visão otimista, ou seja, tudo indo bem, Flamengo ganhando títulos, base bombando talentos para o time profissional, vejo o Mengão tendo sucesso com um time compostos por meninos da base, 7 ou 8 jogadores, e mais 3 ou 4 medalhões retornando da Europa, ou da América do Sul, para a composição do elenco. A medida do êxito será a idade na qual esses jogadores serão vendidos para a Europa, no meu entender, para ser considerado sucesso o jogador deverá ficar conosco até os 23 ou 24 anos. Fica claro, segundo esse pensamento, que para termos 8 jogadores da base no time principal precisamos ainda melhor muito a base.
Se de fato isso ocorrer, o Flamengo iniciará uma revolução no futebol nacional, e os demais times com absoluta certeza começarão a fazer o mesmo, no fundo, o futebol mundial agradecerá. Para alguns é difícil de acreditar, mas o Flamengo é maior do que se pode imaginar. Se reproduzirmos no futebol o sucesso financeiro, mudamos a cara do futebol Brasileiro. Não dá para competir com a Europa, e os embates que tivemos até os anos 80 provavelmente serão bem mais favoráveis aos Europeus, mas dá para diminuir muito o abismo entre América do Sul e Europa no que se refere aos times… E essa mudança passa, por incrível que pareça, pelo Flamengo, o maior time, do maior país que tem o futebol como esporte principal… Nada deveria ser maior que o Flamengo.
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