Na maioria das vezes é fácil separar o brTT do Felipe Gonçalves. O jogador marrento que grita e gesticula na frente da tela do computador tem um certo distanciamento do rapaz carioca de 27 anos e de coração grande. Mas talvez estejamos em um momento único onde eles estão mais próximos do que nunca, e a grande razão disso se chama Clube de Regatas do Flamengo.
Foi crescendo em uma família de flamenguistas, principalmente o avô, que Felipe conheceu e passou a amar o clube que concretizaria o sonho que aquele menino nunca sonhou: defender as cores do manto rubro-negro.
Para brTT, jogar no clube de coração criou uma meta. E esta só depende dele mesmo: tornar-se o primeiro ídolo do Flamengo no “novo mundo” dos Esports. Entrar no rol da fama daqueles mesmos nomes que são citados ao redor do Brasil e que atravessam gerações. Ter sido tricampeão brasileiro faz dele um dos maiores nomes do cenário, mas para ser do Flamengo só o seu nome não basta. A história e a torcida exigirão títulos. Não há outra opção.
É impossível separar a história do Flamengo de sua torcida (estatisticamente, a maior do país; para brTT, a maior do mundo) e de seus ídolos. A massa rubro-negra cresceu muito nos anos 40-80, quando as transmissões de futebol por rádio e televisão foram popularizadas, e a presença de jogadores como Júnior, Leandro, Leônidas da Silva e Zico criou no imaginário de todos uma equipe que jogava com raça e com habilidade, sem se afastar das origens e gingas cariocas.
Ao avançarmos algumas décadas, a tecnologia cria algumas barreiras até para os esportes tradicionais. Muitos gostam do Flamengo, mas nenhuma conexão que os faça acordar cedo para assistir uma partida, suar frio quando o momento é tenso, e se emocionar com uma vitória apertada. E é aí que entra o Flamengo eSports, dando uma oportunidade para estes torcedores realmente vestirem uma camisa que não sai nunca mais. Afinal, uma vez Flamengo, sempre Flamengo.
Dava pra ver no rosto do técnico Gabriel “MiT” Souza a pressão que era ter montado a equipe e apostado em uma ascensão do Desafiante ao CBLoL logo no primeiro campeonato disputado. Se ela já é grande em equipes já estabelecidas nos Esports, como paiN, Keyd e CNB, imagina em uma onde a maioria massiva da torcida não conhece o jogo, mas cobra a vitória de qualquer maneira só pelo escudo do seu time de coração estar na camisa dos jogadores?
Com ídolos do cenário, outros em ascensão e um Topo coreano, era de se esperar que o investimento do Flamengo fosse compensado com uma campanha arrebatadora, sem deixar dúvidas de que a equipe veio para lutar na elite. A suada vitória na estreia do Desafiante para a IDM quase foi um tropeço, mas era apenas o começo do projeto, então foi “aceitável” – aquela magra vitória por 1-0 com gol contra. Tempos depois, a derrota para a IDM por 3-1 na final do Circuitão, e o gol aos 47 do segundo tempo na vitória da Série de Acesso contra a Team One por 3-2 formaram o fim do martírio do Flamengo na luta pelo acesso ao CBLoL. E o início de uma briga para escapar de outro martírio na elite.
Para um clube grande como o Mengão, a grande questão não é só se você tem o potencial e a habilidade para atuar pelo clube, mas também a entrega e, principalmente os resultados. Destaque da equipe na campanha do Circuitão, Evrot não foi inscrito para a Segunda Etapa do CBLoL 2018. Pelo Twitter, o técnico MiT defendeu seu posicionamento: “Contra times do Desafiante, ele foi bem, mas em treinos e jogos contra equipes do CBLoL, ficou devendo”.
Como é de costume de clubes de futebol, a falta dos resultados esperados – aqui, fazemos a distinção do investimento para ser campeão do Desafiante e subir tranquilamente, e não da forma dramática como foi – gera mudanças, e não foi diferente. Shrimp, outro jogador coreano, chega para fazer parceria com Jisu, enquanto Goku, que já atua na elite há um tempo, completa a equipe atuando no Meio. Mudanças drásticas e que geram debates na torcida, notícias na mídia, técnico convocado para explicar seu ponto e jogadores tentando ficar centrados para disputar o campeonato.
Isso não é futebol. Não é Esports. É o Flamengo.
O Circuito Desafiante foi um momento importantíssimo de entrada da nação rubro-negra em um mundo completamente novo para eles. Também para os jogadores e comissão técnica entenderem o que é representar um brasão com dimensões ainda não atingidas por equipes de Esports. Agora, o horizonte parece mais claro para todos, e entre mortos e feridos, o Flamengo está na elite. Eles estrearão na Segunda Etapa 2018, classificatória para o Campeonato Mundial, no domingo (10/06) às 15h contra a mesma IDM Gaming que ousou mostrar para o gigante clube que pretensão e realidade nem sempre andam juntas.
O caminho do Flamengo está em jogo. Cada movimento e cada abate será observado por toda a nação rubro-negra que torce e critica, e que no final das coisas quer ver uma coisa básica que, diante de tudo envolvido, se torna a mais difícil de ser alcançada: levantar a Taça do CBLoL 2018.
Reprodução: LoL Esports BR
Bicampeonato da Libertadores do Flamengo completa cinco anos neste sábado (23) O dia 23 de…
Alexsandro, do Lille (FRA), jogou com Vini Jr na base do Flamengo e hoje brilha…
Filipe Luís comandou atividades na manhã desta sexta-feira (22), no CT Ninho do Urubu O…
Estádio deve custar quase R$ 2 bilhões e será inaugurado em novembro de 2029 A…
Flamengo vira alvo de clubes do futebol europeu para as próximas janelas A temporada na…
Time italiano tem interesse em Léo Ortiz, zagueiro do Flamengo Contratado em março deste ano,…