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EI: “‘La Casa de Flamengo’: dedicação e estudo são as armas do professor Mauricio Barbieri”

Ele não é um homem misterioso que atende pelo nome de ‘El Profesor’. Nem planeja o maior assalto do século. No entanto, com muito estudo e dedicação, possui objetivos ambiciosos. Um deles foi assumir o Flamengo. Quando, de forma interina, foi anunciado no comando do clube carioca, a torcida não aprovou e dizia que o profissional não estava preparado para assumir tamanha responsabilidade. Quase três meses depois, o cenário mudou: líder do Campeonato Brasileiro, com 75% de aproveitamento, o treinador foi efetivado ao cargo e ganhou a confiança dos rubro-negros para continuar o trabalho no segundo semestre.

Para conseguir tal sucesso, Mauricio Barbieri se preparou (e ainda se prepara). Tudo começou nos tempos de auxiliar do clube, quando Carpegiani era o treinador. Após os jogos do Flamengo, ele pedia para acompanhar as coletivas de imprensa do comandante. A ideia era aprender a lidar com os jornalistas e saber reagir às perguntas para não se comportar de maneira errada.

Em determinado momento, Barbieri não pedia mais autorização à assessoria de imprensa do Flamengo e virou rotina do seu trabalho (como auxiliar) ser espectador das coletivas de Carpegiani.

(Barbieri buscou evoluir nas coletivas e procurou melhorar na relação com a imprensa)

Por falar nisso, Barbieri, quando assumiu o time do Flamengo de forma interina, deixou claro internamente que não queria dificultar a vida da imprensa. Para ele, os jornalistas não estavam no clube para atrapalhar, apenas trabalhar, liberando alguns treinos táticos (quando é jogada ensaiada, as câmeras são desligadas).

Em certos momentos, os treinos são fechados para que Barbieri e os jogadores tenham mais privacidade. A presença da imprensa pode inibir a “atuação” de alguns atletas, e as jogadas mais duras podem acabar virando pautas.

Dedicação e estudo:

Mauricio Barbieri é um cara estudioso desde os tempos de auxiliar. Na ocasião, ele orientava individualmente os jogadores sobre seus adversários diretos. O estilo continuou depois como treinador. É rotina: o comandante fica até de madrugada (muitas vezes até 3 horas da manhã) analisando e identificando as principais virtudes – e os defeitos – da equipe que vai encarar.

Ajuda da tecnologia:

Para melhorar ainda mais nesse quesito, os analistas de desempenho do Flamengo utilizam o Whatsapp para passar as informações ao elenco, o que ajuda no dia a dia. O método não é novidade no clube, mas o “professor Barbieri” estimula esse tipo de ensino, já que facilita também a vida dos jogadores.

O relacionamento de Barbieri com os analistas ficou mais próxima nos últimos dias. A pedido do treinador, esses profissionais passaram a se concentrar para os jogos no Rio de Janeiro também, o que não acontecia antes. Ou seja, o estudo é feito desde o hotel até a hora do jogo.

Uma das preocupações de Barbieri é passar as informações aos seus atletas de forma didática, com menos dificuldade de compreensão possível. Internamente, o trabalho do técnico é elogiado porque o que treina nas atividades acontece nos jogos. Por conta disso, o elenco “abraça” o treinador e aprova o professor.

Participativo nos treinamentos:

Barbieri é extremamente participativo nos treinamentos. Ele está sempre dentro do campo, ativo e orientando, o que demonstra interesse em ensinar. Nos treinos táticos, fica claro como o profissional gosta de repetir até que os atletas acertem. Muitas vezes, ele grita: ‘Eu já orientei. Agora é com vocês. Na hora do jogo, eu não vou poder orientar dentro de campo. Vocês precisam fazer até acertar’. Os atletas, portanto, ficam mais concentrados nas atividades, o que facilita o aprendizado.

(Barbieri costuma conversar pessoalmente com os jogadores durante os treinamentos)

Profissionalismo:

Barbieri chega ao clube sempre muito cedo. Quando o treino está marcado para acontecer às 9h, ele aparece às 7h. Nas vezes em que a atividade está definida para às 15h, ele dá o ar da graça ainda na parte da manhã para estudar o treino e fica até de noite no CT.

(Barbieri tem “mania” de chegar cedo no Ninho do Urubu para planejar os treinamentos)

Bom relacionamento com os jovens:

Por ser uma pessoa muito acostumada a tratar com atletas da base, consegue também ter uma conversa mais aberta e falar “a língua” deles. Resultado? Extrai o melhor de cada um. Não à toa coloca os meninos pra jogar com muita naturalidade.

Por falar em decisão, Barbieri não tem medo e demonstra sempre muita convicção nas escolhas do dia a dia. Segundo ele, se o trabalho é bem feito, bem montado e os atletas bem instruídos, quem entrar ali irá conseguir dar conta do recado.

(Jean Lucas cresceu de produção e chegou a ser escalado entre os titulares)

Reprodução: Esporte Interativo

- Coluna do Fla -

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