Por mais que a Croácia tenha sido a derrotada de domingo, por mais que a Alemanha tenha caído na fase de grupos, por mais que Messi tenha mais uma vez demonstrado que joga pela Argentina com a mesma alegria e desenvoltura com que um cidadão normal realiza sua declaração de imposto de renda, é complicado imaginar que alguém – fora talvez o atacante sul-coreano que vai ser obrigado a passar dois anos servindo ao exército – tenha perdido tanto nessa copa quanto Neymar.
O atacante que chegou como principal nome da seleção favorita e candidato a craque da copa, não apenas abandonou o torneio antes do esperado, com menos gols do que o esperado e sem atingir nem de longe o protagonismo previsto, como também terminou a competição como um meme, não pela qualidade do seu futebol mas sim pelo exagero na hora de pedir faltas, reclamar da violência adversária ou apenas rolar no chão com uma intensidade que faria até mesmo Adryan questionar se não está havendo uma certa apelação.
Mas mais do que questionar se toda essa comoção é justa, se Tite tem culpa nisso ou mesmo se Bernardinho, um treinador famoso por quase rasgar a própria camisa com os dentes durante as partidas, é a pessoa certa para oferecer coaching para Neymar, acredito que seja mais importante, tanto para o jogador quanto para o futebol brasileiro, se perguntar o que vem agora.
Sim, como Neymar, que independente de qualquer juízo de valor ou opinião pessoal, ainda é o melhor jogador brasileiro da atualidade, pode se reabilitar não apenas no cenário internacional como também no campo técnico e diante da torcida brasileira? A minha sugestão, como você deve imaginar baseado no título, é muito simples e se resume à apenas uma decisão: vir jogar no Flamengo.
Mas por que o Flamengo? Primeiro porque Neymar precisa se reaproximar do Brasil. Tendo abandonado o Santos em 2013, ele desde então só foi visto ao vivo pela torcida brasileira em jogos da Seleção, partidas caríssimas e esporádicas onde apenas uma minoria de torcedores consegue comparecer, se tornando um ídolo distante que o jovem brasileiro médio só consegue ver quando acessa o Instagram ou quando alguma partida da Champions League é transmitida pela TV aberta. Que maneira melhor então para voltar a se tornar um jogador “real” para o brasileiro do que atuando no clube de maior torcida do Brasil? Neymar estaria no Maracanã toda semana, Neymar viajaria pelo país durante o ano, Neymar poderia ser visto pelas crianças em Moça Bonita quando o Flamengo enfrentasse o Bangu pela Taça Guanabara, e se suar até desidratar e apanhar de um zagueiro chamado “Gustavo Geladeira” não te tornar um jogador de verdade, então nada vai adiantar.
Depois porque a torcida rubro-negra é exatamente o que Neymar precisa em um momento como esse. Se Neymar precisa de amor, pode ter certeza que nenhuma torcida está tão disposta a amar um atacante driblador quanto a do Flamengo, mas se o que ele precisa é de disciplina, pode ter certeza que nenhuma torcida vai hesitar menos em encher esse mesmo atacante de pipoca assim que ele sair do ônibus para chegar no aeroporto. Se todo esse tempo lidando com torcedores espanhóis e franceses deixou Neymar mal acostumado e isso reflete em seu desempenho na seleção, talvez seja aquele grito de “levanta daí, ô babaca” que falta pra Ney Jr perceber que futebol é coisa séria e ninguém aqui está de brincadeira.
Também existe a vantagem técnica, claro. Jogando no Flamengo, Neymar não apenas ficaria mais perto da base da seleção para 2022 – afinal, todos sabem que na próxima copa a seleção é “Paquetá e mais 10” – como ainda voltaria a disputar competições equilibradas como o Brasileirão, a Copa do Brasil e a Libertadores, ao invés do absolutamente desnivelado Campeonato Francês, onde ele passeia como se estivesse jogando bola com o próprio filho e a absurda Champions League, onde ele é atropelado como um homem que tivesse entrado em um campeonato profissional depois de só treinar com o próprio filho.
E por fim, vir para o Flamengo ensinaria a Neymar aquilo que muitos dizem que ele mais vem sofrendo para aprender: humildade. Não apenas pela óbvia redução salarial a que ele teria que se submeter, mas também porque, longe da Europa, Neymar teria que reaprender o quão suado, duro e cruel pode ser o futebol de verdade. Treinar com Rômulo, enfrentar divididas com Renê, procurar um companheiro desmarcado e encontrar apenas Henrique Dourado, essas são experiências que não apenas obrigariam Neymar a melhorar seu preparo psicológico como ainda o fariam valorizar mais ainda suas oportunidades na Seleção, afinal, quando você concentra com William Arão, você vai querer viver intensamente cada momento ao lado de Marcelo e Firmino.
É hora então de Neymar tomar a decisão mais improvável e mais corajosa e trocar a frieza parisiense pelo calor carioca, os estádios nevados da Europa pelos campos invadidos por cachorros na América do Sul, as peladas contra os Lilles da vida pelas peladas contra os Friburguenses da vida. É a hora de Neymar deixar de ser um jogador de rede social, que as crianças só veem quando aparece no Luciano Huck, e se tornar um jogador de verdade, que enche o Maracanã e dá alegrias pra uma torcida que comemora gols pulando sem camisa e não balançando o cachecol.
E se isso não te convencer, Neymar, foca no fato de que aqui você fica bem mais perto da Bruna e todo mundo sabe que namoro à distância é sempre muito complicado. Ia ser bem mais legal para vocês, cara.
Reprodução: ESPN FC/ João Luis Jr.
Desde quando o Flamengo se tornou reformatório (adj.)? Precisamos de jogadores que tenham raça, como bem supracitado “Paquetá” entre tantos que estão no elenco e não um rebolador.
Um texto pra ler leva uma hora chato e sem nexo nenhum coisas de maluco.a nação precisa de rola bosta.um inseto que fica rolando uma merda de animal.
Que mané Ney rola
Essa é a matéria mais sem noção que já li por aqui..
Fala do Neymar jogar no Fla como uma simples escolha do jogador, sem que o Flamengo precisasse pagar nada ao seu clube atual e além disso enumera as melhorias na carreira de forma tão simplista que chega a ser ridículo.
Ótimo texto! Extremamente hilário e bem escrito : um maravilhoso exercício de imaginação, e de fina ironia.
Venha, menino Ney, e vire homem.
Isso mesmo! Mas tem mané aqui que acha que o cara tá falando sério…