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Roberto Assaf: “CR7 e Messi, quatro Copas e nenhum título. Será que também não valem nada?”

Você que acompanha futebol com regularidade desde a década de 1980, responda com rapidez: o que Héctor Zelada, Hans Pflügler, Bernard Diomède, Marco Amelia, Alvaro Arbeloa e Kevin Grosskreutz têm em comum? Pois saiba que eles foram campeões mundiais por suas seleções, respectivamente em 1986, 1990, 1998, 2006, 2010 e 2014.

Como se percebe, existem jogadores que ganharam a Copa, mas que muitos sequer ouviram falar. Ninguém dirá que não mereceram. Apenas que a bola que jogavam está muito distante de alguns gênios que por circunstâncias distintas não puderam conquistar a pequena estatueta. A razão principal para que não alcançassem tal glória talvez esteja no fato de que o futebol é um jogo essencialmente coletivo, e que o conjunto da obra não funcionou com a eficiência suficiente para se tornar vitoriosa.

Dos quatro maiores ídolos do Flamengo em épocas diferentes, Leônidas da Silva, Zizinho, Dida e Zico, três não ganharam a Copa do Mundo. Dida estava em 1958. No entanto, jogadores com pouca identificação com o clube, como Brito, Gilmar e Juninho Paulista obtiveram tal êxito, em 1970, 1994 e 2002. Mas pergunte pelos três primeiros monstros citados acima a qualquer amante e conhecedor do futebol, em qualquer lugar do planeta, e ele dirá que foram craques excepcionais.

Pois é. O esporte mais popular de todos os povos tem muitos caprichos. E tratou de incluir mais dois gênios no rol dos que não conseguiram o diabo da estatueta dourada disputada a cada quatro anos. Mas ninguém ousará dizer que ambos não sabem como tratar a bola. Cristiano Ronaldo e Lionel Messi jogaram quatro edições do torneio, mas na visão dos fatalistas, que elegem o título mundial como única alternativa para alcançar o nirvana, o português e o argentino terão obrigatoriamente passado em branco pela história do futebol.

É que para os lorpas e pascácios que elegem esse raciocínio como lógico e definitivo, os gols ou as defesas excepcionais, as partidas inesquecíveis, os recordes fabulosos, e os títulos obtidos, por clubes e até mesmo por seleções que os craques fora de série protagonizaram, não valem nada. Notadamente quando o irracional e o fanatismo entram em cena. É bastante provável, neste momento, que o torcedor do Barcelona esteja dizendo que Cristiano Ronaldo não joga nada, e que o do Real Madrid garanta o mesmo em relação a Messi, dado que nenhum deles ganhou a Copa.

O Rua Paysandu é um site rubro-negro da cabeça aos pés, e nem por isso procura elaborar aqui um manifesto visando apenas a defesa de seus grandes ídolos que não alcançaram o título mundial, mas garantir a integridade de todos os craques indiscutíveis, de todos os tempos e de todos os lugares, que também não conseguiram fazê-lo.

Assim, vamos publicar listas diferentes de 50 jogadores que serão sempre amaldiçoados pelos lorpas e pascácios de que fala este site. Os deuses do futebol, no entanto, saberão protegê-los e preservá-los na memória afetiva dos que amam e conhecem o mais popular e fascinante dos esportes.

OS GÊNIOS

– Leônidas da Silva / Brasil (6/9/1913 – 24/1/2004) – Copas de 1934 e 1938

– Mathias Sindelar / Áustria (10/2/1903 – 23/1/1939)

– Zizinho / Brasil (14/9/1921 – 8/2/2002) – Copa de 1950

– Stanley Matthews / Inglaterra (1º/2/1915 – 23/2/2000) – Copas de 1950 e 1954

– Ferenc Puskas / Hungria (2/4/1927 – 17/11/2006) – Copa de 1954 (foto no alto)

– Angel Labruna / Argentina (28/5/18 – 20/9/83) – Copa de 1958

– Alfredo di Stéfano / Espanha (4/7/1926 – 7/7/2014) – Copa de 1962

– Eusébio / Portugal (25/1/1942 – 5/1/2014) – Copa de 1966

– Johann Cruyff / Holanda (25/9/1947 – 24/3/2016) – Copa de 1974

– Zico / Brasil (3/3/53) – Copas de 1978, 1982 e 1986

– Falcão / Brasil (16/10/53) – Copa de 1982 e 1986

– Sócrates / Brasil (19/2/54 – 4/12/11) – Copas de 1982 e 1986

– Cristiano Ronaldo / Portugal (5/2/85) – Copas de 2006, 2010, 2014 e 2018

– Lionel Messi / Argentina (24/6/87) – Copas de 2006, 2010, 2014 e 2018

OS CRAQUES INDISCUTÍVEIS

– Guillermo Stabile / Argentina (17/1/1905 – 26/12/66)

– Györgiy Sarosi / Hungria (15/9/1912 – 20/6/1993) – Copas de 1934 e 1938

– Frantisek Planicka / Tchecoslováquia (2/6/1904 – 20/7/1996) – Copas de 1934 e 1938

– Ademir Menezes / Brasil (8/11/22 – 11/5/96) – Copa de 1950

– Billy Wright / Inglaterra (6/2/1924 – 3/9/1994) – Copas de 1950, 1954 e 1958

– Sandor Kocsis / Hungria (21/9/1929 – 22/7/1979) – Copa de 1954

– Uwe Seeler / Alemanha (5/11/1936) – Copas de 1954, 1958, 1962 e 1966

– Just Fontaine / França (18/8/33) – Copa de 1958

– Raymond Kopa / França (13/10/31 – 3/3/2017) – Copa de 1954 e 1958

– Nils Liedholm / Suécia (8/10/1922 – 5/11/2007) – Copa de 1958

– Florian Albert / Hungria (15/9/41 – 31/10/11) – Copas de 1962 e 1966

– Gianni Rivera / Itália (18/8/1943) – Copas de 1962, 1966, 1970 e 1974

– Teofilo Cubillas / Peru (18/3/49) – Copas de 1970, 1978 e 1982

– Johann Neeskens / Holanda (15/9/51) – Copas de 1974 e 1978

– Rudi Krol / Holanda (24/3/1949) – Copas de 1974 e 1978

– Grzegorz Lato / Polônia (8/4/50) – Copas de 1974, 1978 e 1982

– Zbigniew Boniek / Polônia (3/3/56) – Copas de 1978, 1982 e 1986

– Karl-Heinz Rummenigge / Alemanha (25/9/55) – Copas de 1978, 1982 e 1986

– Júnior / Brasil (29/6/54) – Copas de 1982 e 1986

– Careca / Brasil (5/10/60) – Copas de 1986 e 1990

– Roberto Baggio / Itália (18/2/67) – Copa de 1990, 1994 e 1998

– Paolo Maldini / Itália (26/6/68) – Copas de 1990, 1994, 1998 e 2002

– Hristo Stoichkov / Bulgária (8/2/66) – Copa de 1994 e 1998

– Raul Gonzalez / Espanha (27/6/77) – Copas de 1998, 2002 e 2006

– David Beckham / Inglaterra (2/5/1975) – Copas de 1998, 2002 e 2006

– Zlatan Ibrahimovic / Suécia (3/10/81) – Copas de 2002 e 2006

– Luis Figo / Portugal (4/11/72) – Copas de 2002 e 2006

SEQUER DISPUTARAM COPA

– Barnabé Ferreyra / Argentina (12/2/1909 – 22/5/72)

– Adolfo Pedernera / Argentina (15/11/1918 – 12/5/1995)

– Vicente de La Matta / Argentina (15/1/1918 – 4/8/80)

– Valentino Mazzola / Itália (26/1/1919 – 4/5/1949)

– Gunnar Nordahl / Suécia (19/10/1921 – 15/9/1995)

– George Best / Irlanda do Norte (22/5/1946 – 25/11/2005)

– Eric Cantona / França (24/5/66)

– George Weah / Libéria (1º/10/66)

– Ryan Giggs / Gales (29/11/73)

Como se vê, estes 50 craques, que não ganharam a Copa do Mundo, não faria falta alguma ao futebol, caso não tivessem existido. A propósito, você entende que Neymar não poderá ser considerado um craque, caso não venha a ser campeão mundial?

Reprodução: Roberto Assaf / Blog rua Paysandu 

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