O Flamengo enfiou dois gols nos primeiros sete minutos, e o Botafogo ainda teve a infelicidade de perder Jéferson, machucado, aos 17, sendo obrigado a lançar às feras o garoto Saulo, inexperiente, em pleno clássico regional. O time de Maurício Barbiéri, no entanto, não soube, ou muito pior, não quis aplicar aquela que poderia ser uma goleada histórica, pois embora tenha derrotado o Botafogo por 2 a 0, mantendo a liderança do Brasileiro, irritou a torcida praticamente o resto do jogo. Pela inoperância e pelo deboche, que deixaram muito longe a impressão que se teve, antes da Copa do Mundo, de que poderia levar o Brasileiro a sério, tentando de fato conquistá-lo, após oito anos de um jejum que já está incomodando. Fosse o Botafogo uma equipe mais eficiente e não teria perdido a partida.
O Flamengo começou em estado de graça. Aos cinco minutos, Matheus Sávio cruzou e a bola entrou, embora tenha dito que “chutou no gol”. Aos sete, ele mesmo levantou, Luiz Ricardo se atrapalhou diante de Diego, e Lucas Paquetá apanhou a sobra para meter 2 a 0. Um pouco mais de seriedade e o time da Gávea teria liquidado o jogo nos próximos 15 minutos.
No entanto, o Rubro-Negro passou a enfeitar, ou tentar fazê-lo, pois são os poucos os que sabem, e o Botafogo, apesar de suas limitações, continuou brigando. O Flamengo imaginava que era o Santos de Pelé. Toque de calcanhar, de letra, dribles exagerados, situações desnecessárias o suficiente para desperdiçar os espaços cedidos pelo adversário. Lucas Paquetá abusava da paciência alheia. Quem sabe com três passes de letra não arranjo um bom contrato com o Paris Saint-Germain, deve ter pensado. Assim, não fosse a arrogância, absolutamente irritante, era jogo para seis no primeiro tempo.
Maurício Barbiéri vai tomar alguma providência, agora que veio o intervalo, para acabar com a palhaçada? Ou será o técnico adversário que tentará mudar tudo, visando aproveitar a chance que o Flamengo lhe deu, ao não pôr fim ao duelo nos primeiros 45 minutos? O que Marcos Paquetá fez foi trocar Jean, figura inútil, por Aguirre, sugerindo que pretendia ser mais ofensivo. O treinador rubro-negro, no entanto, passados cinco minutos, deixou claro que não solicitou sequer que o time mostrasse maior objetividade. E a partida ficou como já estava: um gol do Flamengo, e os três estariam garantidos, mas bastaria o primeiro da equipe branca e preta ameaçar tal vitória.
E o Diego, hein? Errando tudo. Passe de dois metros. Guerrero e Uribe batendo cabeça. E Barbiéri assistindo passivamente. Nenhuma troca. E o Botafogo, na sua modéstia, fazendo todo o esforço para mudar o panorama. Aos 24, enfim, duas substituições curiosas, Lincoln e Pará respectivamente nas vagas de Guerrero e Matheus Sávio. E aos 31, o outro Paquetá, o Marcos, pôs Luiz Fernando no lugar de Kieza. Dadas as circunstâncias, e apesar da fragilidade, o Alvinegro saía em busca da sorte, oferecendo campo livre para os contra-ataques, mas o Flamengo errava todos eles, de forma bisonha. Aos 39, a última troca, Uribe – enfim foi notado – por William Arão. Para nada.
Aguirre atingiu Pará e foi expulso. E o jogo chegou ao fim. Aliás, é bom lembrar aos mais afoitos que liderança de campeonato não é novidade na vida do Flamengo, e sim, antes de tudo, uma obrigação. Assim, em resumo, a pergunta que fica é: o Flamengo pretende ou não levar o Brasileiro a sério?
FLAMENGO 2 x 0 BOTAFOGO / RJ
Data: Sábado, 21 de julho de 2018.
Competição: Campeonato Brasileiro / 14ª rodada.
Local: Estádio Jornalista Mário Filho / Maracanã, no Rio de Janeiro / RJ.
Público: 39.261 pagantes / 42.182 presentes / 2.921 gratuidades.
Arbitragem: Luiz Flávio de Oliveira, Gustavo Rodrigues de Oliveira e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa / SP.
Cartão amarelo: Luiz Fernando 87’.
Cartão vermelho: Aguirre 93’ (falta em Pará).
Gols: Matheus Sávio 5’ e Lucas Paquetá 7’..
FLAMENGO: Diego Alves, Rodinei, Réver, Léo Duarte e Renê; Cuellar, Diego, Lucas Paquetá e Matheus Sávio (Pará 69’); Guerrero (Lincoln 69’) e Uribe (William Arão 84’). Técnico: Maurício Barbiéri.
BOTAFOGO: Jéferson (Saulo 17’), Luiz Ricardo, Joel Carli, Igor Rabello e Moisés; Rodrigo Lindoso, Jean (Aguirre – intervalo), Matheus Fernandes e Léo Valencia; Rodrigo Pimpão e Kieza (Luiz Fernando 76’). Técnico: Marcos Paquetá.
Reprodução: Roberto Assaf / blog rua Paysandu
Fiquei esperando também uma goleada que não veio. Mais uma vez o time não me convenceu. De positivo para mim apenas a redenção do Matheus Sávio.
Nem li a matéria, o time fez 2 a 0 e administrou bem o resultado. Sequência de jogos quarta e domingo pede que eles saibam fazer isso. Também queria goleada mas prefiro que eles se poupem para as decisões da Copa do Brasil e Libertadores.
Flamengo administrou o resultado sem se esforcar e correr risco sabendo da maratona que teremos ate o fim do ano, podia golear? Sim ate criou para isto, outro time mais qualificado teria virado o jogo? Considerando que somos lideres e com apenas 2 derrotas ja ganhamos de 80% desdes ditos times qualificados entao ficar procurando pelo em ovo pra que?
pqp reportagem puramente politica , esses caras poe defeito em tudo , caramba !!!! só pra desmerecer a atual gestão, coisa chata. Ganhamos e pronto , o barcelona perde sempre pros lanternas etc, nem sempre a bola entra , essa é a graça do futebol, ano passado o campeão, ( que nao vou citar pra nao dar ibope) foi compeão só com 1X0 e empates . que seja então @guento_nao_hein ( instagram )
Não existe goleada histórica entre Fla e Bosta que não seja menos de 6×0!
Apesar de achar nossa torcida bipolar, e que reclama de tudo, não posso deixar de concordar plenamente com a matéria.
Também achei que não jogamos bem. Muitas firulas desnecessárias, principalmente o Paquetá. Aliás, já está mais do que na hora de alguém (diretoria e comissão técnica) orientarem o Lucas Paquetá. O moleque está com uma marra que parece o Neymar da Gávea. Errou TUDO no 1° tempo. Errou bolas bobas tentando o drible e chegou a dar 2 contra-ataques. Fica instigando os adversários desnecessariamente.
Outra preocupação é a marcação. Tirando o Cuellar, que voltou muito bem, vi os outros jogadores muito displicentes na marcação. Fosse o time do faísca um pouco mais qualificado, teriam nos levado perigo.
Outro ponto importante, e a falta de um jogador de velocidade. O Uribe não é veloz, tão pouco o Guerrero. Falta um Marlos Moreno, o Berrio ou um Thiago Santos (que ninguém mais fala nele).
E outra constatação é que a defesa fica vulnerável com a lentidão do Réver. Eu arriscaria com os 2 garotos (Thuler e Leo Duarte). Acho que eles já mostraram maturidade.
Enfim, acho que falta verticalidade e seriedade pra chegarmos como líder até o final
É nítido que o Matheus Sávio quis fazer o gol. O modo como ele bate na bola, deixa claro que a intenção dele era o gol.
Parece que não é de novo vamos ficar a ver navios.