A convocação de Hugo, goleiro do Flamengo, certamente foi a mais surpreendente de todas feitas por Tite nesta sexta-feira. Não só porque é um goleiro que nunca atuou nos profissionais do Rubro-Negro, mas também porque se esperava algum nome com mais experiência na lista. Não é exatamente algo inédito, mas incomum. E que das últimas vezes que foi tentado, não deu muito certo no Brasil.
Historicamente, apenas dois goleiros atuaram pela Seleção com menos de 20 anos: Marcos de Mendonça, primeiro goleiro da história da Seleção, em 1914 (nasceu em 1894 e foi titular do gol brasileiro por nove anos, conquistando dois Sul-Americanos, em 1919 e 1922) e Marolla, ex-Santos, em 1980. O último não teve sequência na posição e disputou apenas dois jogos. Depois, perdeu espaço no próprio Santos. Emerson Leão não tinha 21 anos completos em 1970, quando estreou pela Seleção, mas não pode ser colocado como um sub-20, embora seja o mais bem sucedido exemplo de goleiro jovem que se firmou rapidamente com a camisa 1 do Brasil, tendo disputado quatro Copas do Mundo.
As últimas tentativas com goleiros jovens na seleção principal também não deram muito certo. Renato, apontado por Vanderlei Luxemburgo como o futuro goleiro titular do Corinthians e da Seleção, teve sua chance em 1999, mas nunca conseguiu se firmar no Timão. Renan Reuter, convocado por Mano Menezes, teve também sua chance no Corinthians após deixar o Avaí, mas não aproveitou. Ambos sequer tiveram sequências longas na Série A, embora demonstrassem potencial.
Hugo sequer tem sido titular absoluto do sub-20 do Flamengo ao longo do ano de 2018. Está, na hierarquia, atrás de Gabriel Batista, um ano mais velho e sem idade para o Sul-Americano Sub-20. Mas é, sem dúvida um goleiro de um potencial imenso. Alto, rápido, com explosão. Os bons jogos dele o colocam com projeção para jogar em times grandes europeus. Os maus jogos, porém, existem também, e a irregularidade de goleiros não costuma ser perdoada em lugar nenhum..
Na seleção sub-20, Hugo disputa posição com Brazão, do Cruzeiro, que foi bem no Mundial Sub-17, Felipe, do Grêmio, e Vinícius, do Criciúma. Não é, ao que parece, algo fechado na cabeça da comissão técnica, e os próximos meses serão fundamentais para essa definição. O passado serve como referência, mas há um futuro a ser escrito na carreira do goleiro rubro-negro, que levará para sempre com ele o carimbo de uma convocação para a seleção principal.
Reprodução: GE
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