Da pressão política à má fase dos centroavantes: confira cinco desafios que Dorival abraça ao assumir o Fla

Compartilhe com os amigos

Por João Pedro Nascimento e Venê Casagrande

A sexta-feira (28) amanheceu movimentada no Flamengo: na parte da manhã, a diretoria anunciou a demissão de Mauricio Barbieri. À tarde, oficializou Dorival Jr. como novo treinador da equipe, com contrato até dezembro. O técnico fará 12 jogos à frente da equipe. Além da responsabilidade de assumir um dos maiores clubes do Brasil, o comandante vai ter a missão de encarar desafios extras nesses dias de trabalho no Rubro-Negro.

Durante pouco menos de três meses de trabalho, Dorival precisará olhar com atenção para alguns problemas que permeiam o cotidiano do Flamengo, e que Mauricio Barbieri não conseguiu solucionar. Entre a seca de gols dos atacantes, que já dura 12 jogos, e a dificuldade de Vitinho em se sobressair nas partidas, a pressão vem de todos os lados: a torcida cobra o título brasileiro como obrigação, e o processo eleitoral permanece em ebulição nos corredores do clube. Tudo isso afeta diretamente a confiança da equipe, tarefa que Dorival precisará quebrar a cabeça para resolver. O Coluna do Flamengo separou cinco desafios que o novo comandante terá pela frente no Rio de Janeiro:

SEGURAR A PRESSÃO POLÍTICA:

Ano político em clube de futebol é complicado, e no Flamengo não é diferente. Os bastidores da Gávea fervem e o ambiente acaba respingando no campo. O desafio de Dorival Júnior é fazer com que esse clima afete o menos possível o desempenho da equipe neste fim de temporada. Ricardo Lomba, candidato da chapa da situação, sabe que “se a bola não entrar” a vitória no pleito pode ficar ameaçada.

SALVAR O ANO COM O BRASILEIRÃO:

A eliminação na Copa do Brasil, na última quarta-feira (25), para o Corinthians, abalou os ânimos do grupo. Sem Libertadores e Copa do Brasil, diretoria, elenco e agora Dorival Junior vêem o Campeonato Brasileiro como “o que resta dessa festa” para salvar o ano e não terminar a temporada sem conquistar um título sequer.

Dorival Jr. e a sua trupe terão 12 jogos pela frente. O primeiro desafio é neste sábado (29), diante do Bahia, em Salvador. Para este compromisso o novo comandante não poderá contar com Diego e Diego Alves, machucados, Henrique Dourado, suspenso, e Uribe, que ficou no Rio de Janeiro fazendo trabalhos específicos.

DEFINIR QUAL SERÁ O CAMISA 9:

Barbieri foi demitido sem conseguir definir qual é o centroavante titular do Flamengo. É bem verdade que a fase dos três não ajudou ao ex-treinador. Dourado, Uribe e Lincoln estão sem balançar as redes dos adversários há mais de um mês.

O último a comemorar um gol foi o Ceifador, no dia 12 de agosto. O colombiano, desde que chegou ao Flamengo, botou a bola para dentro apenas uma vez, há exatos dois meses. Já Lincoln, o que teve menos oportunidades dos três, conseguiu no dia 1° de agosto. O desafio de fazer com que os jogadores façam as pazes com a rede é de Dorival Júnior.

ESCOLHER O ESQUEMA TÁTICO:

Durante muito tempo, o Flamengo jogou apenas com um volante de ofício (Cuéllar). Porém, nas duas últimas partidas sob o comando de Mauricio Barbieri, Willian Arão foi titular ao lado do colombiano, na “volância”. Com isso, Paquetá foi adiantado e jogou com mais liberdade, mas a equipe não evoluiu como o ex-treinador esperava. Com a chegada de Dorival, algumas mudanças vão acontecer, e o esquema tático, é claro, vai ser reavaliado.

RECUPERAR VITINHO:

Jogador mais caro da história do Flamengo, custando R$ 44 milhões, Vitinho está longe de agradar tanto a torcida quanto a diretoria. Com 16 jogos desde sua chegada, o atacante somou atuações com pouco impacto no jogo, desarmes bobos sofridos em sequência, apenas um gol e dois cartões amarelos recebidos. Contra o Atlético-MG, no último domingo (23), foi escolhido por Barbieri para entrar no intervalo do jogo, mas durou apenas 36 minutos em campo: não produziu nada ofensivamente, se mostrou displicente na marcação, não trouxe velocidade ao jogo e foi desarmado em sequência: o técnico perdeu a paciência, e Marlos Moreno entrou em seu lugar.

Testado por Barbieri em sua posição de origem, na ponta esquerda, e também como falso 9, principalmente pela dificuldade dos atacantes rubro-negros de fazerem gols, o jogador não conseguiu corresponder, e em nenhum momento justificou o alto valor investido em sua contratação. Dorival Jr. precisará encontrar uma forma de integrar o jogador ao time, que até hoje sente a falta de Vinicius Jr, vendido ao Real Madrid, pelo lado esquerdo do ataque, já que Marlos Moreno também não agrada (além de não marcar há dois anos). Por enquanto, o “sonho de moleque”, slogan utilizado na apresentação do reforço, se tornou um pesadelo.

Compartilhe com os amigos

Veja também

  • DORIVAL COLOCA PERO MENOS MARLON MORENO BERRIO NO ATAQUE

Comentários não são permitidos.