Dorival Júnior reestreou como treinador do Flamengo no enfadonho empate contra o Bahia em 0 a 0, pela 27ª rodada do Brasileirão, e já pode perceber que terá bastante trabalho pela frente. Sem tempo para preparar a equipe para essa primeira partida, Dorival é dos menos culpados pelo mal resultado. Entretanto, o novo técnico rubro-negro terá agora semana livre para identificar e resolver os problemas da equipe antes do próximo confronto. E são muitos os problemas.
Se analisarmos friamente os números totais de finalização do Fla, parece que se trata de uma equipe criativa, tendo em vista que somos o segundo melhor no quesito pelo Brasileirão, com 345 finalizações contra 347 do Atlético-MG. Porém, analisando mais no detalhe, notamos que 49%, ou seja, praticamente metade dessas finalizações foram realizadas de fora da área. E o que podemos interpretar desse dado? Uma notória dificuldade de infiltração na área adversária para criar oportunidades com maior possibilidade de conversão de gol.
E esta dificuldade é comprovada ao analisarmos qualitativamente as ações ofensivas do time. Mesmo com o elenco recheado de meias criativos – pelo menos no papel – o Fla vem apresentando más escolhas nas movimentações ofensivas, dificultando a boa execução das chamadas movimentações de desmarque e de ruptura, que fazem com que as jogadas de ataque se desenrolem com maior probabilidade de sucesso.
No jogo contra o Bahia percebemos a falta de aproximação dos jogadores de meio/ataque ao portador da bola, diminuindo a velocidade da saída de bola e permitindo que o adversário se recomponha defensivamente, o que dificulta a criação e ocasiona na maioria das vezes na perda da posse.
Com o adversário bem postado na defesa, se não há aproximação, movimentação e geração de igualdade/superioridade numérica no setor da bola, dificilmente os espaços são encontrados para criar jogadas de perigo. E a equipe rubro-negra vem errado demais na execução dessas ações. Ou há nenhuma/pouca movimentação e aproximação, ou, quando as movimentações acontecem, portador da bola retardada o passe e perde a oportunidade de quebrar as linhas. Falta sincronia.
Entenda melhor os erros cometidos pelo Flamengo nas ações ofensivas no vídeo abaixo:
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Só discordo em um ponto, que é importante e não foi citado. A velocidade de transição não é feita só pela aproximação dos jogadores. É feita principalmente por posicionamento e velocidade do passe e não necessariamente sua verticalidade.
No lance de demonstração do Cuellar, ele poderia ter tocado rápido no Arão e este rápido no Pará tanto para ir a linha de fundo quanto para uma tabela rápida. Mas ele prefere perder a amplitude da jogada e rodopiar com a bola.
Não discordo do seu ponto. Talvez eu tenha feito parecer que a transição em velocidade depende apenas de passes verticais, mas não é isso que eu quis dizer. Apenas exemplifiquei o formato que o Flamengo vem buscando realizar. Abraço e SRN.