“Viver é enfrentar um problema atrás do outro. O modo como você o encara é que faz a diferença.” FRANKLIN, Benjamin
E como dizia a bruxa da vassoura em o pica-pau, “e lá vamos nós”. Não dá para adiar mais escrever sobre os dois times de Abel. Do ano passado para cá, baseado num modelo milagroso que rendeu ao Palmeiras o título do campeonato brasileiro, os dois times se mostraram o modelo a ser seguido e muita gente anda dizendo que não ganhamos nada porque só tínhamos um time. Será?
Olá, coleguinhas de Coluna do Flamengo. Hoje vamos analisar a incrível tática de ter dois times completamente diferentes para a temporada. É mesmo vital? Na Europa é assim? O que cerca esse modelo do vizinho e será que dá tão certo assim?
Este modelo ganhou relevância no cenário nacional devido à sua utilização no ano passado pelo clube do Palestra Itália. Consistiu em utilizar um onze diferente no brasileiro e nos mata-matas. Na prática o time principal jogou e foi eliminado da copa do Brasil e Libertadores enquanto o segundo time fez um bom campeonato brasileiro depois da copa do mundo e encostou nos líderes Flamengo e São Paulo que caíram de rendimento até perderem as posições. Depois das eliminações nas copas o time principal brigou por todos os pontos possíveis e não perdeu o campeonato, porque o Flamengo perdeu muitos pontos bobos.
Foi fundamental ter dois times? Depende do seu ponto de vista. Na minha ótica o Palmeiras é um com Dudu e outro sem. Obviamente que poder descansar mais jogadores auxilia demais na manutenção da equipe com menos lesões, mas isso se resolve com um CEP bem montado e planejamento. Não necessariamente se faz obrigatório que para ter sucesso, um clube tenha que imitar os porcos e jogar com equipes completamente diferentes a cada competição.
Não sou inocente a ponto de pensar que essa argumentação basta para convencer o torcedor ferido pela falta de títulos de que Abel precise repensar a estratégia. Vamos olhar para o velho continente. Na temporada 17-18 Barcelona não usou dois times. Chelsea, City, United… A impressão é que um olhar mais profundo só mostrará o Real Madri com esse comportamento. Então não é verdade que essa é uma prática na Europa. Logicamente há um rodízio para que os jogadores não corram risco de lesão, que é exatamente o que eu defendo que o Flamengo deve fazer.
Não bastasse isso, os primeiros sinais dos uso dos dois times do nosso treinador são desanimadores. O primeiro time tem no 4141 seu esquema. Nada diferente de como o Flamengo vinha jogando e isso não é problema. A coisa começa a desandar ao se constatar que o time 2 não tem sequer o mesmo esquema que o primeiro. Os esquemas precisam ser iguais para que, numa necessidade, um jogador do segundo time possa se encaixar no primeiro. Pior! O Segundo time tem sido escalado com três volantes. Como poderemos cobrar de Trauco que se encaixe no time perfeitamente se ele tiver entrosamento com Dourado que é um tipo de centroavante diferente de Gabigol? Se Hugo Moura e Piris da Mota jogam como primeiro volantes, como encaixar os dois ao mesmo tempo num time se ambos ocupam a mesma faixa de campo? Foi constrangedor ver o garoto tentando se encontrar e ter sido empurrado para uma posição diferente do que está acostumado. Até na zaga jogou.
Não seria interessante testar Léo Duarte ao lado de Rodrigo Caio para ver qual a resposta? Afinal, consolidar a defesa nos jogos do carioca e tratar um ou outro como dono da posição não pode ser perigoso? Não que seja a dupla de zaga um cavalo de batalha. Apenas como exemplo. Fazendo o rodízio bem feito, essas experiências serão feitas naturalmente. Talvez poderemos encontrar novos titulares. Que o Flamengo encontre seu primeiro time e logo após um planejamento para o elenco, por fim títulos!
Anderson Alves, O otimista.
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