Matheus Brum: “Ir ou não ir com time reserva, eis a questão”

Olá, companheiros e companheiras de Coluna do Fla, neste domingo, às 11h da manhã, recebemos a Chapecoense, no Maraca, pela quarta rodada do Brasileirão. Depois da sofrida classificação pro mata-mata da Liberta, Abel vai poupar o time titular, visando o confronto diante do Corinthians, quarta-feira, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

Com quatro pontos no Campeonato Brasileiro, o Mais Querido está na nona colocação, cinco pontos atrás do líder, Atlético-MG. Já a Chape está uma posição atrás de nós, com o mesmo número de pontos. Por optar pelo time reserva, a decisão de Abelão causou a velha discórdia: poupar ou não poupar o time titular?

Na visão deste que vos fala, a escolha é correta. E não tem nada a ver apenas com um possível cansaço de nossos principais jogadores. E sim, em dar ritmo de jogo para os reservas. Afinal de contas, montamos um elenco, com mais de 25 jogadores em condições de vestir o Manto. Logo, é necessário que estejam bem, pra caso assumam a titularidade em alguma partida importante, possam dar conta do recado.

E nossos reservas jogaram pouco neste ano. O provável time que entrará a campo deve ter César (Diego Alves), Rodinei, Thuler, Hugo Moura (Dantas) e Trauco; Piris da Motta, Ronaldo e Diego; Vitinho, Berrío e Lincoln (Uribe). Vamos aos números (dados do site ogol.com):

• César: 9 jogos e 727 min em campo / Diego Alves: 17 jogos e 1.523 min;
• Rodinei: 8 J e 569 min em campo / Pará: 20 J e 1.763 min em campo;
• Thuler: 4 J e 354 min em campo / Rodrigo Caio: 20 J e 1.800 min;
• Hugo Moura: 6 J e 455 min / Léo Duarte: 18 J e 1.620 min;
• Trauco: 8 J e 450 min / Renê: 21 J e 1.804 min;
• Piris: 7 J e 470 min / Cuéllar: 18 J e 1.541 min;
• Ronaldo: 10 J e 627 min / Arão: 20 J e 1.738 min;
• Diego: 21 J e 1.371 min / Arrascaeta: 20 J e 1.265 min;
• Vitinho: 18 J e 655 min / Bruno Henrique: 20 J e 1.445 min
• Berrío: 3 J e 72 min / Everton Ribeiro: 20 J e 1.606 min
• Lincoln: 4 J e 83 min / Gabigol: 19 J e 1.431 min

Ou seja, o time reserva, em média, atuou nove partidas, contra 19 do time titular. Em campo, os suplentes têm, em média, 530 minutos, contra 1.594 minutos dos titulares.

Os números, neste caso, não mentem. Nossos reservas estão, em relação a tempo de jogo, muito atrás dos titulares. Pra uma temporada cheia, com muitos jogos, possibilidades de lesão e suspensões, pode fazer diferença. Essas partidas iniciais do Campeonato Brasileiro são importantes pra colocar esses jogadores pra ganharem ritmo.

Muitos questionam, já que perder pontos agora, pode interferir lá na frente. É um risco. Mas, se analisarmos bem, dos postulantes ao título, todos têm outra competição pra disputar. Ou seja, em algum momento, também terão que poupar e colocar times alternativos. E nossa vantagem é ter um elenco com boas peças de reposição. Pra mim, só perdemos para o Palmeiras em termos de qualidade e quantidade de jogadores.

Pro confronto contra a Chape, o jogo será bem diferente do que enfrentamos contra o São Paulo. Por jogarmos em casa, os catarinenses devem vim fechados, esperando nossos ataques. A presença de jogadores como Diego e Vitinho, que atuaram mais na temporada, será necessária, uma vez que eles já possuem mais entrosamento.

Ter a volta de Berrío – esperando que não se machuque – traz mais uma possibilidade de velocidade, numa função que, hoje, somos “reféns” de Bruno Henrique. Na volância, é bom dar sequência pra Piris e Ronaldo, que têm atuado bem quando requisitados. Na defesa, mais uma oportunidade pra testar nossos garotos, que assumem a responsabilidade quando colocados em campo.

O estádio, provavelmente estará lotado, como de costume neste ano. Diante deste quadro, é preciso que o torcedor tenha paciência e jogue com o time. Podemos estar decepcionados com as atuações recentes, mas a maioria dos atletas que estarão em campo neste domingo não tem culpa. Afinal de contas, eles só vão pro jogo quando a “coisa tá feia”.

Matheus Brum
Jornalista
Twitter: @MatheusTBrum

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