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Matheus Brum: “Um grande resultado, mesmo sem grande futebol”

Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Olá, companheiros e companheiras do Coluna do Fla. Estamos, hoje, todos muito felizes com a vitória importantíssima diante do Corinthians, em São Paulo, pela ida das oitavas de final da Copa do Brasil. Em termos de resultado, o 1 a 0 dará uma grande vantagem pro jogo de volta, no Maracanã, diante do nosso torcedor.

Em relação ao placar, não há o que discutir. Mas, se analisarmos a produção da equipe, dentro de campo, aí sim, veremos que alguns pontos podem ser mudados.

Pra quem me acompanha, desde o início do ano tenho feito, neste espaço, críticas à forma como Abel monta o Flamengo, principalmente no que tange ao estilo de jogo. Houve uma tentativa de diminuir a troca de passes e passar a ser um time mais reativo. Depois da derrota, ainda na Taça Guanabara, para o Fluminense, essa ideia foi descartada.

Agora, temos um rubro-negro mais próximo do que estamos acostumados nos últimos três anos, com mais posse de bola, controlando o jogo e explorando os lados do campo. Entretanto, ainda falta os jogadores estarem mais “afinados”.

Ontem, tivemos mais passe bola (58% a 42%), trocamos mais passes (366 a 258) e finalizamos mais (10 a 7), só que levamos pouco perigo. Tivemos apenas três oportunidades de gol: um chute de Everton Ribeiro no primeiro tempo; uma finalização de Bruno Henrique após passe de Diego, no segundo, e o gol de Willian Arão. Apenas os dois últimos foram em jogadas minimamente trabalhadas.

Nos quarenta e cinco minutos iniciais, nosso meio-campo e ataque até se movimentou. Os jogadores inverteram de posição, com Gabigol caindo pelas duas pontas, assim como ER7, Arrascaeta e Bruno Henrique. Mas, a troca de passes não acontecia. O camisa 7 e o uruguaio não conseguiam dar fluência as jogadas, e contaram, também, com uma noite pouco inspirada dos nossos atacantes. BH perdeu a bola 11 vezes e errou 10 passes. Foi líder absoluto nos dois quesitos.

Como o Corinthians veio com uma proposta mais ofensiva, os volantes ficavam mais presos à marcação, sem fazer as infiltrações. Como os pontas não estavam em um bom dia e os laterais do Corinthians recuados, o Flamengo passou a trabalhar a bola pelo meio, sem amplitude (jogada pelos flancos). Com a qualidade de passe comprometida, a equipe não criava.

No segundo tempo, o Mais Querido até tentou mudar e ser mais agressivo. Também não conseguiu. A entrada de Diego, aos 25 minutos, conseguiu dar um toque a mais de objetividade, num meio-campo carente de criação. No primeiro toque, deixou BH na cara do gol.

Na jogada do tento, Arão enxergou muito bem o espaço aberto pela defesa corinthiana e infiltrou. BH levantou a cabeça, viu e cruzou na medida pra decretar a vitória.

Parece que, aos poucos, o time vai se organizando. Até agora, os triunfos vieram através das individualidades. Ontem, no entanto, nenhum jogador ofensivo estava bem. Mesmo assim, conseguimos vencer. Isso é resultado de treinamento e da consciência dos jogadores de que o coletivo sempre será mais importante que o individual.

Outro fato positivo foi a não intimidação por jogar na casa do adversário, com estádio lotado. Historicamente, quase sempre atuamos mal na Arena. Ontem não. Time entrou focado, tentou impor o estilo de jogo (mesmo que não tenha funcionado tão bem) e buscou a vitória.

Que essa lição sirva pra Libertadores. Se nosso jogo é de posse de bola, troca de passes e jogadas pelas pontas, não podemos abrir mão, seja em casa, fora, na altitude, com estádio lotado ou vazio. É preciso olhar pra além do resultado, pois a tendência é que as equipes fiquem cada vez mais fortes com o passar da temporada. Se nosso futebol também não evoluir, podemos ficar pra trás na hora das grandes decisões.


Matheus Brum
Jornalista
Twitter: @MatheusTBrum


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Matheus Brum

Ver comentários

  • Achei que o Flamengo fez um bom jogo Matheus, consistente...longe da perfeição mas se vc olhar com uma lupa jogamos dois tempos com Arrascaeta mal,gabiquasegol nulo e er7 não estava em uma noite feliz...mesmo assim dominamos o Corinthians em seus domínios q não tem sido tarefa fácil bate los na arena lulão.

  • Duas considerações: 1) Foram quatro chances mais agudas. Teve uma cabeçada do Léo Duarte no primeiro tempo. 2) É a segunda partida que jogamos fora de casa e dominamos o adversário. Contra o Peñarol perdemos um caminhão de gols e poderíamos ter vencido. Aos poucos o time vem se impondo.

  • Comentário muito mais próximo da realidade do que o de outros por aqui, que só sabem descer o porrete e não ver nada de bom.

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