FOTO: MASAHIDE TOMIKOSHI/TOMIKOSHI PHOTOGRAPHY
Desde sábado, 23 de novembro de 2019, o Flamengo é o campeão da América.
Numa das maiores decisões de Libertadores de todos os tempos, o “Mais Querido” conquistou 38 anos depois, uma vitória com V maiúsculo.
Foi lindo ver o a festa nas cidades país afora, tipo uma Copa do Mundo em vermelho e preto.
Foi um dia em que o fracasso foi posto de lado e o sentimento de triunfo, enfim, triunfou.
Este sábado foi tão especial que entre mortos e feridos pelas cicatrizes deixadas em quase quatro décadas, o sangue do nariz de Rodrigo Caio não foi nada se comparado ao supercílio estourado de Adílio, o olho inchado de Lico e o corte na orelha de Tita, na decisão contra o Cobreloa.
Tanto o 23 de novembro de 1981 quanto o 23 de novembro de 2019, ambos, têm um roteiro escrito pelo destino em que Paulo César Carpegiani e Jorge Jesus, técnicos respectivamente desses dois sensacionais Flamengos, estão imortalizados para sempre no coração do Rubro-Negro.
Mas há os que tentam desmerecer a conquista, assim como “até mulher grávida faria gol na gente nesse jogo”, disse o técnico gremista Renato Gaúcho após os 5 a 0 na segunda partida da semifinal no Maracanã.
E, diante da plateia colossal de flamenguistas, vascaínos, tricolores e alvinegros, cada um com seus interesses neste Flamengo e River Plate, que em 90 minutos deram o passaporte para a imortalidade.
Daqui a cem, duzentos, trezentos anos, a América inteira dirá, com olhos marejados e um certo ar de saudosismo:”Ah, aquele Flamengo e River!”.
Quem não viveu a atmosfera desse jogo, seja no estádio, em Lima, acompanhando nos telões no Maracanã, diante da TV ou com os ouvidos grudados no radinho, considere um dia a menos vivido aqui na Terra.
O Flamengo, não fez uma exibição à altura, não foi estupendo como tem sido e nem agressivo como de costume.
Mas lutou.
Lutou com a alma indomável de um verdadeiro campeão.
Se não teve um craque que desequilibrasse com Zico fez em 81, certamente, teve um Nunes decisivo em jogos importantes personificado na barba bem aparada e na comemoração típica do camisa 9 Gabriel Barbosa, que produz nas crianças o desejo de ser torcedor do Flamengo.
E afirmo peremptoriamente: não conquistou o título num único dia e nem somente naquela tarde.
E reafirmo: não conquistou o bicampeonato da Libertadores nessa pugna contra o River Plate.
Não.
Esse título foi na raça, amor e paixão, de um campeonato inteiro.
Isso mesmo: o Flamengo começou a ser campeão muito antes, quando começaram a falar que essa boa fase era efêmera, assim como a liderança no Brasileiro.
Por vezes, o maldito cheirinho voltava forte nas encarnações dos rivais.
Daí para a frente , o Flamengo solidificou o solo e fincou os pés na liderança para não mais tirá-los e foi gradativamente despachando um a um também na Libertadores.
O Emelec, o Internacional e o Grêmio, que os digam!
Como bons alunos do “português”, os jogadores do Flamengo souberam conjugar os verbos jogar, ganhar e encantar.
Empurrado pela “Massa Rubronegriana” de 50 mil pagantes – média por jogo na Libertadores e Brasileiro – chegou a níveis estratosféricos e estremeceu as estruturas do Maracanã.
Foi campeão com dois gols de Gabriel Barbosa no sábado na Libertadores e sem entrar em campo no domingo pelo Brasileiro.
Esse time do Flamengo tem tudo para ser o maior em seus 124 anos de história, e se vencer o Mundial – antes tem que jogar contra o vencedor de Al Hilal (KSA) e Espérance (TUN) no dia 17 de dezembro – para enfrentar (provavelmente) o Liverpool no dia 21.
Que história!
Que roteiro!
O ano ainda não terminou e que venha o Mundial, pois tem coisas boas vindo por aí!
Por: Marcos Vinicius
Twitter: @ViniciusCharges
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