FOTO: COLUNA DO FLA
Toda história tem início, meio e fim, não seria diferente entre Flamengo e Jorge Jesus. A relação que foi de uma paixão avassaladora a um casamento bem sucedido, chegou ao fim na última sexta-feira (17). A trajetória do português que chegou tímido ao futebol brasileiro, ganhou espaço com o elenco encantando em campo e teve seu nome ecoando em todos os estádios do Brasil. O mantra de “Olê, olê, olê, Mister, Mister” é o resultado da passagem vitoriosa de um treinador que empilhou títulos e que se faz amado pela Maior Torcida do Mundo.
O INÍCIO
1º de junho de 2019: O presidente Rodolfo Landim fechou acordo e Jorge Jesus foi anunciado com o novo técnico do Flamengo. Landim foi até a Europa para, pessoalmente, acertar com o técnico. Na apresentação, no Ninho do Urubu, Jesus deu uma declaração que se transformou em uma profecia: “Há tempo o Benfica não ganhava nada e agora tem a hegemonia no país. É o que vim fazer no Flamengo”.
JOGO-TREINO (FLAMENGO 3 X 1 MADUREIRA)
29 de junho: O primeiro compromisso como técnico do Rubro-Negro foi em um jogo-treino contra o Madureira, na Gávea. Essa foi a primeira aparição do inquieto Jorge Jesus à frente do Flamengo. A famosa frase “Tá mal, Arão” foi a primeira de muitas declarações do Mister que ficariam marcadas na história do Mais Querido.
1º JOGO OFICIAL (ATHLETICO 1 X 1 FLAMENGO)
10 de julho: Em seu primeiro jogo oficial no comando do Flamengo, Jorge Jesus reforçou a postura muito ativa à beira do campo. A partida válida pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil foi cheia de emoção, algumas polêmicas e gols anulados pelo VAR. Léo Pereira foi o autor do gol do Furação enquanto Gabigol marcou para o Fla. No jogo de volta, no Maracanã, após o empate no tempo normal, a partida foi para os pênaltis e o Flamengo acabou eliminado da competição.
1º JOGO NO MARACANÃ (FLAMENGO 6 X 1 GOIÁS)
14 de julho: Jorge Jesus estreia no Maracanã e a sua história no Templo do Futebol começa a ser escrita. Estádio lotado, passeio em campo e o Flamengo começa a mostrar um novo futebol. Com show do Arrascaeta e estreia de Rafinha, o Rubro-Negro goleou o Goiás por 6 a 1, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro.
OS TRIUNFOS DE 2019
23 e 24 de novembro: Em menos de seis meses à frente do Flamengo, Jorge Jesus conseguiu um feito que não acontecia desde Santos do Pelé: um clube brasileiro ser campeão da Libertadores e do Brasileirão. O técnico português levou para a Gávea troféus que estavam distantes: 38 anos sem conquistar a Libertadores e 10 anos sem ser campeão nacional.
Além do fato histórico ter sido atingido em pouco tempo, Mister conseguiu conquistar os dois títulos em um final de semana. Dia 23 de novembro, assim como em 1981, a América foi pintada de vermelho e preto. E ao comemorar o título da Libertadores, em 24 de novembro, o Flamengo acabou sendo declarado campeão Brasileiro em cima de um trio elétrico, visto que o segundo colocado não alcançaria mais a liderança.
A caminhada para a conquista do Brasileiro foi rendeu ao Flamengo inúmeros recordes ao fim do campeonato: 90 pontos (maior em uma edição de pontos corridos com 20 times); mais vitórias (24); melhor ataque (86 gols); 8 vitórias consecutivas (maior número de uma equipe no atual formato). Além das conquistas individuais, como artilheiro e o melhor jogador: Gabigol. E na seleção do campeonato da feita pela CBF, 9 dos 11 jogadores pertenciam ao Fla: Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí, Filipe Luís, Gerson, Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol.
Se no Brasileirão o Flamengo de Jorge Jesus sobrou, na Libertadores não foi diferente. Apesar de ter estreado com derrota para o Emelec, Mister logo aprendeu a disputar a competição sul-americana. Passando pelo Emelec, Internacional e Grêmio, o Rubro-Negro chegou a final contra o River Plate. Em uma partida história e decidida nos últimos minutos, o Flamengo conquistou a competição e encerrou o jejum de 38 anos.
O REVÉS DO PORTUGUÊS – AS QUATRO DERROTAS
Jorge Jesus perdeu apenas quatro partidas das 58 que disputou. A primeira derrota foi contra o Emelec, em sua estreia na Libertadores. O Rubro-Negro acabou sendo derrotado por 2 a 0, no jogo de ida das oitavas da competição. A segunda derrota foi no Brasileirão pela 13ª rodada, quando o Flamengo ainda era o terceiro colocado, e o Bahia acabou vencendo a partida por 3 a 0. Após isso, o Mais Querido só voltou a perder em dezembro, quando perdeu a invencibilidade de 28 jogos, ao ser derrotado pelo Santos por 4 a 0, na última rodada do Campeonato Brasileiro. A última derrota de Jorge Jesus no comando do Flamengo foi contra o Liverpool na final do Mundial de Clubes, o único gol da equipe inglesa foi marcado nos acréscimos.
O INÍCIO AVASSALADOR EM 2020
O Flamengo de Jorge Jesus conquistou todas as competições que disputou em 2020: Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana, e Campeonato Carioca. Por ter sido o primeiro ano da competição, Mister está marcado como o primeiro técnico a conquistar a Supercopa do Brasil. O Rubro-Negro, campeão brasileiro, venceu o Athletico-PR, campeão da Copa do Brasil, por 3 a 0, em jogo único, no Mané Garrincha. Pela Recopa, como atual campeão da Libertadores, o Flamengo jogou contra o Independente Dell Valle, campeão da Sul-Americana. Após o empate em Quito, o Mais Querido fez 3 a 0 no Maracanã e se consagrou campeão. Por fim, o último título de Jorge Jesus. Após um campeonato conturbado, o Flamengo venceu as duas partidas contra o Fluminense e foi o Campeão Carioca.
O FIM
Após três longos meses de conversa para a renovação de contrato, Jorge Jesus acertou com o Flamengo por mais um ano em junho de 2020. Porém, 42 dias após o anúncio da renovação, o técnico português se despede do Mais Querido. Jorge Jesus entregou o cargo e optou por voltar para Portugal e treinar o Benfica, seu antigo clube. Em sua despedida, Mister fez uma publicação na rede social e enalteceu a Nação Rubro-Negra.
A declaração feita pelo Mister na apresentação, em junho de 2019, se tornou uma profecia e foi concretizada em apenas um ano. Jorge Jesus trocou o Flamengo de patamar e fez o Rubro-Negro caminhar para a hegemonia do futebol brasileiro. Jesus deixa o Mais Querido como o técnico que tem mais títulos conquistados do que derrotas. E, com isso, o nome marcado na história do clube.
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