A Rede Globo, detentora majoritária dos direitos de transmissão dos jogos de futebol no país, vem sofrendo constantes derrotas na seguridade do monopólio que foi construído nas últimas duas décadas.
Não cabe a nós meros mortais, dizer se os acontecimentos noticiados pelos mais diversos veículos de imprensa, passa por uma má administração dentro da empresa, ou uma estratégia de economia orçamentária causada pela crise pela qual o mundo passa.
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Anos atrás tivemos o início da queda do império, quando a Turner (Esporte Interativo) entrou no mercado competindo pelos direitos de todos os clubes. Apenas 8 dos 20 que disputavam a primeira divisão na época fecharam com a empresa gringa. Não parecia um problema para a poderosa rede Globo, que conseguiu limitar os direitos de transmissão ao ponto de quase expulsar o EI do mercado nacional.
Logo depois, Coritiba e Athletico PR, se recusaram a fechar contrato pelo estadual. Iniciando aí a crise dos estaduais que se intensificou para o nordeste, Copa do Nordeste e mais recentemente no Carioca.
Após contextualizarmos o início do declínio, chegamos a 2020, o ano onde tudo degringolou de vez. A emissora externa como nunca uma crise financeira ao não cumprir contratos previamente estabelecidos, a transmissão da Copa do Mundo de 2022 entrou em risco após a Rede Globo notificar a FIFA de que não conseguiria pagar as parcelas restantes da compra dos direitos. Ainda não está claro a consequência do atraso nos pagamentos, mas a FIFA não abre mão do acordado e outros eventos como o Mundial de Clubes também podem ser perdido.
Depois chegou o conflito Conmebol, onde o valor do contrato foi fixado em dólar e devido a alta da moeda, a emissora tentou uma renegociação para não sofrer um prejuízo na casa dos 100 milhões de reais. A entidade exigiu o cumprimento do contrato que terminou sendo rescindido. Fazendo com que a emissora agora não tenha mais os direitos do Carioca, Libertadores, Copa do Mundo e Mundial de Clubes, apenas para citar aqueles onde o Flamengo e a Seleção Brasileira participam.
Chegamos então ao Brasileirão, no qual o Flamengo possui contrato assinado até 2024 com a emissora, novamente parecia seguro para a Rede Globo, não é?
Mas não podemos esquecer da Medida Provisória 984, assinada pelo presidente da República. Que redefiniu o modelo dos direitos de transmissão, garantindo ao mandante da partida a garantia da transmissão independente do adversário. Um prato cheio para a Turner, que antes só poderia transmitir os jogos entre seus 8 clubes, agora passou a poder transmitir as 19 rodadas em casa de cada uma de suas equipes.
Incomodada com a concorrência, a Rede Globo ajuizou uma ação, com a apelação de que a Medida Provisória não deveria valer para os contratos já vigentes.
Novamente a emissora foi derrotada e as últimas notícias são que caso sofra uma nova derrota em seu recurso, romperá os contratos vigentes sobre a alegação de quebra contratual.
Em fim chegamos ao risco Globo, em meio ao mar revolto pelo qual passamos, talvez muitas embarcações naufraguem nessa viagem chamada 2020, o futebol brasileiro corre o risco de não ter transmissão de muitas de suas partidas e até mesmo calotes em alguns pagamentos.
Para aqueles que querem ver o copo meio cheio, toda crise é também uma oportunidade. O fim do monopólio irá abrir um leque de possibilidades, reorganização do calendário, partidas de futebol com melhores horários comerciais (Jogos mais cedo), formação de uma liga e liberdade para negociar com outras emissoras.
Para aqueles que querem ver o copo meio vazio, o risco Globo pode bagunçar ainda mais o cenário caótico que estamos. Imaginem a situação onde a pandemia afaste novos interessados e as transmissões da atual detentora sejam canceladas. Os clubes passariam a jogar de portões fechados, sem transmissão televisiva e sem receber as cotas televisivas.
Nos resta esperar e torcer pelo melhor cenário possível para o Flamengo e o futebol brasileiro. Saudações Rubro Negras.
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Olá amigos, nesse cenário, os clubes não poderiam transmitir seus jogos como mandantes ? Não seria uma oportunidade de gerar novas receitas de patrocínio ou até mesmo de assinaturas em canais de TV dos próprios clubes ? Outro caminho possível, não seria a fragmentação dos direitos vendidos separadamente para diferentes emissoras pelos clubes ? SRN
MP da confusão. Só veio foi pra bagunçar mais o que já era bagunçado.
MP da confusão. Só veio foi pra bagunçar mais o que já era bagunçado.
Bem a cara do Brasil.