FOTO: PAULA REIS/FLAMENGO
Uma loucura defensável, é a melhor definição que vejo para essa situação.
Para aqueles que não sabem do que estou falando, federações e prefeituras negociam o retorno das torcidas aos estádios e desenvolvem um protocolo de segurança para o sucesso da reabertura.
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Mas para não termos uma opinião deturpada da situação, analisemos juntos as circunstâncias:
1° – Não será liberada a capacidade máxima, seria algo entre 10% a 30%, sendo assim, o Maracanã que comporta 70 mil pessoas, poderia ser reaberto para um público de 7 mil a 21 mil torcedores. O que é bom, ajuda a não termos aglomerações como as que vemos nas praias, bares, shoppings e outras áreas de entretenimento. Por outro lado, o deslocamento que por muitas vezes é feito por transporte públicos como ônibus e trens irá aumentar a aglomeração.
Tudo bem, alguns iram argumentar que o fluxo de trabalhadores nos trens diariamente também gera uma aglomeração e aumenta o risco, mas nesse caso não podemos comparar a necessidade de trabalhar com a escolha do lazer. Bem como, o direito ao lazer está previsto no artigo 6º de nossa constituição, sendo assim só caberia o cerceamento desse direito se todas as outras atividades como bares e praias, também estivessem sendo coibidas, o que sabemos que não estão. Desta forma, me parece aceitável que quem queira correr o risco, o assuma.
2° – Outra questão importante nesse debate foi o pronunciamento da CBF, que disse ser facultativo aos clubes o direito de abrir os portões. Desta forma, um clube que não concorde com a medida não será obrigado a mandar seus jogos com torcida, bem como não impedirá aqueles que querem ter suas torcidas de assumirem os riscos sanitários da operação.
Essa medida será também um socorro para as economias dos clubes brasileiros que já não andam bem nem mesmo com estádios lotados. A receita de ingressos e consumo nos estádios se torna fundamental para diversas equipes conseguirem manter salários em dia. Vale lembrar que, quando falamos de salários, não são apenas jogadores e comissão técnica, mas todos aqueles que trabalham nos clubes, do segurança ao jardineiro, que recebem tanto quanto trabalhadores comuns e em alguns casos chegam a meses de atrasos salariais.
Após esclarecer a situação, por se tratar de uma coluna opinativa, não poderia me isentar do debate. Hoje, em setembro de 2020, acompanhando o caos sanitário e a curva de mortes causada pela doença e, principalmente, compreendendo que ao me infectar eu posso estar pondo em risco a vida de pessoas queridas com quem convivo, não voltaria a frequentar as arquibancadas.
Além disso, também recomendo aos torcedores avaliarem suas situações individualmente. Ressalto ainda aos mais fervorosos no debate, que a volta aos estádios é um direito constitucional do torcedor e se os órgãos que regulam a reabertura entenderem que a mesma deverá o correr, respeitem quem deseja ir, mesmo que não concordem.
Fiquem seguros, se cuidem e Saudações Rubro Negras.
Estes governantes cariocas que são uma piada. Se tem protocolo, remédio e leitos, a vida tem que continuar. Ou só vão abrir quando os clubes já estiverem falidos?