FOTO: MARCELO CORTES / FLAMENGO
Por Tulio Rodrigues
O Flamengo divulgou nesta quinta (01), o balanço financeiro de 2020. O que era esperado se confirmou nos números apresentados pelo clube, que é o impacto na arrecadação com bilheteria, estádio e sócio-torcedor por causa da paralisação das atividades do futebol por conta da pandemia do coronavírus. Em carta aberta, o mandatário Rodolfo Landim, disse que esse foi o efeito mais significativo.
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“Particularmente para o segmento do esporte, o impacto mais significativo foi representado pelo cancelamento, paralização e postergação de competições em todo o mundo, bem como pela proibição e impossibilidade da presença do público nos estádios”, disse o presidente num trecho da carta.
Olhando a peça, na “Receita Operacional Recorrente Bruta”, em que não se contabiliza a transferência de atletas, o Flamengo teve uma subtração de R$ 117 milhões se comparar com 2019. No “ano mágico”, o Mais Querido arrecadou com Bilheteria, Sócio-Torcedor, Estádio, Social, Patrocínios e Licenciamentos e Direitos de transmissão e premiações, R$ 651 milhões. Em 2020, R$ 534 milhões.
Se considerar a arrecadação com transferência de atletas, a diferença aumenta. Ela sai de R$ 117 milhões para R$ 194 milhões. Em 2019, o Rubro-Negro quase atingiu R$ 1 bilhão em em receitas, algo inédito no Brasil. Foram R$ 950 milhões no total. Em 2020, R$ 756 milhões.
“Inevitavelmente parte relevante de nosso faturamento foi impactado, notadamente pelo adiamento de competições, pela ausência de público nos estádios e pela redução dos recursos disponíveis no mercado publicitário brasileiro. Apesar disso, atingimos um patamar de receitas bastante elevado para os padrões do mercado brasileiro“, diz Landim em outro trecho.
Mas não só de números falou o presidente. Além de destacar investimentos no departamento de futebol, lembrou dos títulos conquistados no último ano: Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana, Carioca e o Brasileirão. O mandatário falou também do engajamento alcançado nas redes sociais do clube, o que inclui a FlaTV, terceiro maior canal de clubes do mundo. Ações sociais desenvolvidas ao longo do ano também foram destaque.
CONFIRA A CARTA DE RODOLFO LANDIM NA ÍNTEGRA:
“CARTA DO PRESIDENTE
O ano de 2020 será lembrado como um ano de enormes dificuldades para nossa vida em sociedade. A crise sanitária deflagrada pela pandemia do COVID-19, que nos atingiu de forma repentina no início do ano, segue até hoje sem previsão precisa de arrefecimento.
Particularmente para o segmento do esporte, o impacto mais significativo foi representado pelo cancelamento, paralização e postergação de competições em todo o mundo, bem como pela proibição e impossibilidade da presença do público nos estádios. Além disso, foi necessário definir e implantar novos procedimentos para garantir proteção à saúde de colaboradores, atletas, fornecedores e demais partes envolvidas na realização de eventos esportivos e na operação do dia a dia das entidades esportivas. Como um dos líderes do setor, o Clube de Regatas do Flamengo desempenhou importante papel nesse processo tendo contribuído nas discussões a respeito dos protocolos de prevenção adotados nas competições nacionais e sulamericanas e trabalhado de forma incansável para minimizar os efeitos da crise, nos âmbitos esportivos, corporativos e sociais.
Nesse sentido, os planos de contingência desenvolvidos para mitigar os riscos às finanças do Clube e, principalmente, à saúde de nossos empregados, sócios e atletas nortearam nossas ações e a tomada de decisões ao longo de todo ano. Apesar da forte pressão trazida pelo cenário externo, nossos resultados econômico-financeiros e esportivos de 2020 denotam o compromisso com eficiência de gestão em todas as nossas atividades. Inevitavelmente parte relevante de nosso faturamento foi impactado, notadamente pelo adiamento de competições, pela ausência de público nos estádios e pela redução dos recursos disponíveis no mercado publicitário brasileiro. Apesar disso, atingimos um patamar de receitas bastante elevado para os padrões do mercado brasileiro e mantivemos nosso grau de endividamento em níveis compatíveis com a nossa capacidade de pagamento.
A crise econômica, portanto, não interrompeu nossas estratégias de fortalecimento da marca e aumento da competitividade; ao contrário, demos sequência aos planos de investimentos relacionados à modernização de nossas instalações, inovação, digitalização e produção de conteúdo e qualificação técnica do nosso elenco de Futebol, não apenas pela aquisição e renovação contratual de atletas de ponta como também pelo investimento nas nossas categorias de base – foram 13 os atletas formados no Clube promovidos à Equipe Principal durante o ano.
Nos gramados, além dos títulos inéditos da Recopa Sul Americana e da Supercopa do Brasil conquistamos pelo segundo ano consecutivo o Campeonato Brasileiro e o Campeonato Carioca, reafirmando nossa força nacional e internacional.
Ao longo do ano seguimos no topo também nos rankings de seguidores e engajamento das redes sociais e reforçamos nossa posição como maior plataforma de mídia do futebol sulamericano e uma das maiores do mundo, contando com 892 milhões de interações nas principais plataformas. Além disso, em um ano marcado pelas lives nas mídias digitais, a FlaTV ultrapassou a marca de 6 milhões de inscritos e ocupou o posto de terceiro maior canal de Clubes do mundo, atrás apenas de Real Madrid e Barcelona.
Apesar do cancelamento de grande parte de competições e eventos de todas as modalidades esportivas no ano, demos sequência às atividades de desenvolvimento dos Esportes Olímpicos, com destaque para projetos de aumento de receita e reformulação de equipamentos e instalações esportivas e para iniciativas de capacitação técnica de nossos profissionais e de inovação tecnológica voltada ao esporte. Como parte do que planejamos, temos convicção que mediante a gradativa volta à normalidade do calendário de competições esportivas retornaremos nos próximos anos a celebrar conquistas rubro negras nas raias, piscinas e ginásios pelo mundo.
Durante a paralisação das atividades na nossa sede social, nos preparamos para que a retomada do funcionamento do Clube, após autorização dos órgãos competentes, se desse de forma segura para atletas, sócios e colaboradores, segundo rígidos protocolos de proteção à saúde embasados pelas Regras de Ouro da Prefeitura do Rio de Janeiro. Além disso, com a redução significativa da circulação de pessoas na Gávea, ginásios, piscinas e o campo sintético passaram por reformas e manutenção, e mesmo com as limitações impostas mantivemos sem alteração significativa nossa base de sócios e de alunos das escolas esportivas.
Na tentativa de combater os impactos socioeconômicos da pandemia, entramos também em campo para chegar a locais onde as condições habitacionais e de infraestrutura são precárias e faltam serviços básicos. Celebramos parceria com o Viva Rio e lançamos a campanha Nação Solidária, para distribuição de cestas básicas, cartões de alimentação, produtos de higiene e limpeza, máscaras de proteção e álcool em gel a cerca de 5.000 famílias, pessoas em situação de rua, trabalhadores informais do Maracanã e atletas de futebol masculino e feminino de clubes das Séries B1 e B2 do Campeonato Carioca.
Apesar de todos os impactos provocados pela pandemia, o Clube não deixou de honrar os compromissos financeiros com seus colaboradores, fornecedores e demais parceiros comerciais. Da mesma forma, mantivemos integralmente em dia nossas obrigações trabalhistas, previdenciárias e fiscais tendo desembolsado aproximadamente R$ 41 milhões no ano para o pagamento de impostos e encargos.
Muito além da preservação da saúde financeira e da capacidade de pagamento, a necessidade de responder aos desafios impostos pela pandemia refletiu-se, mais do que nunca, no nosso comprometimento para gerar mudanças sociais positivas, transformando valores em ações.
Rodolfo Landim
Presidente do Clube de Regatas do Flamengo“
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Bandeira deixou o clube no azul agora eu sabia um dia a conta tem mais coisa escondida ai?