Mengão e cinco clubes de São Paulo assinaram acordo com empresa, sem consentimento de outras equipes
A “Nova Liga” ainda não saiu do papel, mas vem caminhando cada vez mais em a passos lentos nos bastidores. Até porque, embora não tenha racha, há uma disputa de poder entre as equipes, além de interesses distintos nas negociações por direitos de transmissão. Por isso, dez clubes se uniram para ‘combater‘ o contrato assinado pelo Flamengo e pelos cinco paulistas – Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos e Red Bull Bragantino – com a empresa Codajas Sports Kapital.
Após a assinatura, América-MG, Atlético-GO, Athletico, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude decidiram, então, fundar o movimento “Futebol Forte“, pois sentiram-se excluídos. Afinal, estes clubes não foram comunicados e, por isso, formaram a ‘chapa‘.
A intenção prioritária não é um racha na liga. O intuito dos dez clubes é, sim, ter força na negociação dentro da organização. O “Futebol Forte” pretende ter maior influência na discussão dos direitos do Brasileirão de 2025. Com isso, ‘combater‘ a ideia do Flamengo e dos paulistas, que não desejam divisão igualitária da verba.
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Os dois movimentos fazem parte de uma disputa de poder e pela divisão de dinheiro dentro da liga. Em fevereiro, a Codajas e a LiveMode/1190 apresentaram propostas para uma parceria com a competição, mas com modelos diferentes.
A Codajas apresentou um projeto para formatar e estruturar o torneio, fazendo a promessa de captar dinheiro no mercado por meio do BTG. A LiveMode/1190, por sua vez, informou ter uma garantia de investimento de US$ 800 milhões por 20% da liga, embora sem apresentar o investidor. As informações foram publicadas primeiramente pelo jornalista Rodrigo Mattos, do Uol Esporte.
Até o momento, as equipes não chegaram a nenhum acordo. Até porque, a “Nova Liga” tem funcionado de forma fragmentada, com grupos de clubes que se reúnem e têm interesse em comum. Por isso, inicialmente, a Codajas apresentou sua proposta presencialmente para os cinco clubes paulistas, Corinthians, Santos, Palmeiras, São Paulo e Red Bull Bragantino. O Flamengo também recebeu a mesma apresentação. Os seis clubes assinaram um vínculo não vinculante para formatar o torneio.
Pelo acordo, a Codajás tem seis meses para criar o estatuto, a governança da Liga, enquanto o BTG procura por investidores para comprar um percentual da Liga. Nesta estrutura, estará definido como funcionará o poder da Liga e da organização do Brasileiro e, também, como será a divisão de dinheiro dos direitos.
Caso a empresa não consiga fazer isso durante os próximos seis meses, as equipes podem ‘quebrar’ o vínculo assinado. O Atlético-MG pode ser o sétimo clube entrar em acordo com a Codajás, pois as negociações estão avançadas. A companhia pretende procurar e abrir conversas com outros times, e reuniões devem acontecer, ainda, com Internacional e Botafogo. O Fluminense está receoso de aderir, mas há diálogos constantes com equipes médias.
Após saber de todo o movimento, os dez clubes se uniram em prol de um mesmo objetivo: defender uma divisão igualitária de recursos. O Flamengo e os paulistas, por outro lado, enxergam isso como inviável e, por isso, caso não haja acordo, a ruptura momentânea pode, sim, tornar-se um racha definitivo.
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