Por: Tulio Rodrigues, Higor Neves e Yuri Sobral
Quando o Flamengo começou o processo de reestruturação, o que mais o torcedor esperava, além da organização do clube, era o momento de comemorar títulos e voltar a ser hegemônico nacional e internacionalmente. Essa hora chegou, mas houve um longo caminho até às glórias.
AS CONQUISTAS NA PRIMEIRA GESTÃO DE EDUARDO BANDEIRA DE MELLO
Quando venceu a eleição em 2012, tanto Eduardo Bandeira de Mello, quanto o restante do grupo que formou a Chapa Azul, não prometiam títulos. Quem quebrou o protocolo foi Paulo Pelaipe, diretor de futebol que, em coletiva, ainda em dezembro de 2012, disse que queria terminar o ano de 2013 com faixa de campeão no peito.
Com pouco dinheiro para investir em contratações e tendo o pagamento das dívidas como prioridade, o Flamengo até começa bem o Carioca, mas não consegue nem chegar na final. No Brasileirão, mantendo o objetivo principal, conseguiu permanecer na Série A, ficando na 16ª colocação, com 45 pontos. O que salvou a temporada, foi a conquista inesperada da Copa do Brasil.
Sob a batuta de Elias e Hernane Brocador, o Flamengo bateu as melhores equipes do país na ocasião nas fases de mata-mata: Cruzeiro (Considerado melhor time do país), Botafogo, Goiás e Athletico, respectivamente. Todas equipes que estavam nas primeiras colocações do Brasileirão. O terceiro título da Copa do Brasil fez com que a diretoria tivesse maior tranquilidade para seguir no processo de reestruturação do clube, sem maiores cobranças por conquistas.
Em 2014, segundo ano da gestão de Eduardo Bandeira de Mello, o clube se reforçou pensando na Libertadores. Com desempenho pífio ainda na fase de grupos da competição continental, restou ao Flamengo se contentar com a conquista do Campeonato Carioca. O gol na final contra o Vasco foi de Márcio Araújo.
FIM DA PRIMEIRA GESTÃO SEM TÍTULOS E INÍCIO DE MUDANÇAS NO CENÁRIO BRASILEIRO
O ano de 2015 foi sem títulos, mas ele ficou marcado como o último ano em que o Flamengo passou o Brasileirão brigando para não cair para segunda divisão. Na temporada seguinte, quando Bandeira de Mello iniciava sua segunda gestão, o clube começou a mudar de patamar. Mesmo sem levantar taças, a direção começou a investir mais no futebol em 2016 e chegou a brigar pelo título do Campeonato Brasileiro.
Após os dois anos de jejum, o Flamengo volta a conquistar um título. De forma invicta, o Rubro-Negro vence o Carioca de 2017. O único título do atacante Paolo Guerrero com o Manto Sagrado e o primeiro de Diego Ribas, que viria a enfileirar conquistas até sua aposentadoria em 2022.
O primeiro semestre de 2018 foi de muitos problemas para o Flamengo. Com uma enorme cobrança na direção por títulos expressivos, o clube decepciona e não conquista nenhuma taça, mas houve uma ponta de esperança. Reforçado de Everton Ribeiro e Diego Alves, o clube briga pelo título do Brasileirão, chega a liderar a competição, mas termina com o vice-campeonato. Eduardo Bandeira de Mello sai de cena e dá lugar a Rodolfo Landim na presidência.
LANDIM ENTRA EM CENA E O FLAMENGO ALCANÇA OUTRO PATAMAR DE CONQUISTAS
Após vencer a eleição em dezembro de 2018, Landim inicia a gestão em 2019 com dinheiro em caixa para investir em reforços, algo inédito desde o início da reestruturação do clube. Vice-presidente de futebol, Marcos Braz vai ao mercado e traz Rodrigo Caio, Arrascaeta, Gabigol e Bruno Henrique. Todos destaques em seus antigos clubes. Com Abel no comando, o Flamengo conquistou o Campeonato Carioca no primeiro semestre.
Sem a simpatia da torcida, Abel Braga sofria com cobranças por melhor qualidade no futebol apresentado pela equipe. Desgastado, pede demissão e a direção contrata Jorge Jesus. Português e com passagens pelo Benfica e Sporting, o novo treinador conseguiu encaixar os reforços no time titular, o que o antecessor tinha dificuldades, e começou a encantar com um ótimo desempenho do time em campo.
No segundo semestre, a direção ainda trouxe o zagueiro Pablo Marí, os laterais Rafinha e Filipe Luís e o meia Gerson. Todos foram titulares. Ainda teve a contratação do jovem João Lucas, mas para um planejamento futuro.
Com um futebol envolvente e não visto no Brasil há tempos, o Flamengo foi batendo seus adversários e fazendo um Brasileirão de respeito. Em paralelo, após classificação épica para as quartas de final em jogos difíceis contra o Emelec, a equipe foi dando show ao vencer Inter e Grêmio na Libertadores. A final contra o River Plate foi inesquecível, quando Gabigol marcou duas vezes em três minutos para virar o placar. 38 anos depois, o Mais Querido voltava a vencer a maior competição da América Latina. No dia seguinte, a conquista do Campeonato Brasileiro sem precisar entrar em campo, competição que o clube amargava um jejum de 10 anos. Só o Santos de Pelé havia conquistado as duas competições no mesmo ano.
Na temporada seguinte, o Flamengo iniciou conquistando os torneios Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana e o Campeonato Carioca. Com um elenco mais reforçado, o time manteve o bom futebol do ano anterior e criou uma expectativa grande entre os torcedores. Porém, Jorge Jesus deixou o clube de forma inesperada após a conquista do estadual. A pandemia do Coronavírus impediu o público nos estádios e o Fla foi quem mais sofreu com isso. Mesmo assim, venceu o Campeonato Brasileiro com Rogério Ceni. A competição terminou no início de 2021.
Ainda sem poder contar o apoio do seu torcedor nos estádios, o Flamengo conquistou o tricampeonato Carioca em 2021. A expectativa na temporada era grande, mas o Fla acabou batendo na trave no Brasileiro e na Libertadores. Foi vice-campeão nas duas competições e teve que se contentar somente com o título estadual.
Em 2022, a cobrança foi grande. Assim como vem ocorrendo desde 2019, o Flamengo entra como favorito em todo campeonato que disputa. Com Paulo Sousa no comando, foi vice do Carioca. Parecia que o ano ia pro brejo até a chegada do treinador Dorival Junior. O técnico conseguiu encaixar as ótimas peças do elenco, colocou Pedro como titular, deu um novo padrão ao time, que voltou a apresentar um bom futebol e fez grandes jogos nas conquistas da Copa do Brasil e da Libertadores.
A ÚLTIMA DÉCADA FOI A MELHOR DO FLAMENGO EM CONQUISTAS DE TÍTULOS NOS ÚLTMOS 30 ANOS
A reestruturação do Flamengo que começou em 2013, deu ao clube a possibilidade de se consolidar como favorito em qualquer campeonato. O Rubro-Negro é hoje considerado o melhor time as Américas. Foram 10 títulos na década, uma média de um troféu por ano, isso sem contar os torneios como Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana. Faltou somente a conquista do Mundial e haverá nova chance em 2023. Década melhor só nos anos 80, quando faturou quatro brasileiros, uma Libertadores e uma Mundial. Nem preciso contar os Estaduais.
O equilíbrio nas finanças e o grande poder der investimento adquirido com isso, fez com que o Flamengo acabasse com o longo jejum de conquistas expressivas. Quando conquistou o Brasileirão em 2019, acabou com um jejum de 10 anos, a Libertadores, de 38 anos e o título da Copa do Brasil de 2022, de 9 anos. Inclusive, a conquista do Continente com Jesus e companhia de 19, encerrou um longo período sem títulos internacionais: 20 anos. O último havia sido em 1999 com a Copa Mercosul.
Nos anos 90 e 2000, o Flamengo vivia de títulos de ocasião. Vencer uma Copa do Brasil, não era garantia de uma boa campanha no ano seguinte; vencer um Brasileirão, não era garantia que o torcedor não veria a equipe lutar para não cair na mesma competição no ano seguinte. O Rubro-Negro inverteu a ordem: agora, o ocasional são campanhas irregulares, eliminações precoces e vice-campeonatos. O quinto lugar no último Brasileirão foi muito criticado porque o normal é ver o Mais Querido brigado pela conquista da competição. É um outro patamar que dá orgulho aos seus torcedores.
CONQUISTAS DO FLAMENGO NOS ÚLTIMOS 30 ANOS SEPARADOS POR DÉCADAS:
1992 a 2002
1992 – Campeão Brasileiro
1993 – Nenhum
1994 – Nenhum
1995 – Nenhum
1996 – Campeão Carioca
1997 – Nenhum
1998 – Nenhum
1999 – Campeão Carioca e Copa Mercosul
2000 – Campeão Carioca
2001 – Campeão Carioca
2022 – Nenhum
4 títulos estaduais, 1 nacional e 1 internacional
Total: 6 títulos
2003 a 2012
2003 – Nenhum
2004 – Campeão Carioca
2005 – Nenhum
2006 – Campeão da Copa do Brasil
2007 – Campeão Carioca
2008 – Campeão Carioca
2009 – Campeão Carioca e Brasileiro
2010 – Nenhum
2011 – Campeão Carioca
2012 – Nenhum
5 títulos estaduais e 2 nacionais
Total: 7 títulos
2013 a 2022
2013 – Campeão da Copa do Brasil
2014 – Campeão Carioca
2015 – Nenhum
2016 – Nenhum
2017 – Campeão Carioca
2018 – Nenhum
2019 – Campeão Carioca, Brasileiro e Libertadores
2020 – Campeão Carioca e Brasileiro
2021 – Campeão Carioca
2022 – Campeão da Copa do Brasil e Libertadores
5 títulos estaduais, 3 nacionais e 2 internacionais
Total: 10 títulos
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