Por: Marcos Vinicius Cabral
Transição, saídas de jogadores e prisão do goleiro Bruno. Esses foram, na opinião do ex-treinador Silas, os motivos que colaboraram para desempenho tão ruim à frente do Flamengo, em 2010. O atual comentarista dos canais ESPN é, ao lado de Joel Santana e Júlio César Leal (ambos em 2005), o segundo técnico que menos tempo dirigiu o Rubro-Negro no século 21: 30 dias.
— Não sei quanto tempo fiquei como técnico do Flamengo, mas sei que foram poucos dias trabalhando no clube. Não era meu momento, já que o Flamengo vivia período de transição por ter sido campeão no ano anterior, em 2009, com Andrade. Não bastasse, Vagner Love voltou à Rússia, Adriano ‘Imperador’ foi jogar no futebol italiano, Juan não renovou, e Zé Roberto assinou com o Vasco. Isso sem contar a prisão de Bruno, que foram determinantes, já que jogadores eram intimados a depor toda hora – contou Silas, com exclusividade ao Coluna do Fla.
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Silas foi escolhido a dedo por Zico, então diretor-executivo de futebol, para ser treinador do Flamengo. O comandante foi credenciado pelo sexto lugar do Avaí no Brasileirão de 2009, a conquista do Campeonato Gaúcho, e semifinalista da Copa do Brasil, pelo Grêmio, em 2010. Tais feitos foram o currículo que o ‘Galinho’ precisava para apresentar para Patrícia Amorim, à época, presidente do clube carioca. No entanto, o resultado não foi bom: foram sete empates, duas derrotas e uma vitória, totalizando dez jogos.
— Mesmo tendo sido uma boa experiência, se pudesse voltar no tempo, teria dito não ao Zico. Mas apesar de tudo o que aconteceu, não é fácil receber um convite do maior ídolo do Flamengo e dizer “não” para ele. Passados tantos anos, reavaliando o que aconteceu, foi um erro meu. Não avaliei o contexto e fiz uma escolha errada para o momento – confessou.
Comentarista dos canais ESPN desde setembro de 2019, Silas destacou o trabalho de Jorge Sampaoli no Mais Querido e aproveitou a oportunidade para listar favoritos ao título do Brasileirão de 2023. Para o ex-jogador e ídolo do São Paulo, há um equilíbrio entre quatro equipes do futebol brasileiro na atualidade: Palmeiras, Fluminense, Flamengo e Atlético-MG.
— Jorge Sampaoli fez um bom trabalho na seleção chilena e Santos. No Atlético-MG, no meu entendimento, não foi bem. Como também não entregou resultados no Olympique de Marseille (FRA), e no Sevilla (ESP). Inclusive, voltando ao Atlético-MG, Sampaoli usou pouco a base ou quase nada. No Mais Querido, clube acostumado a manter viva o slogan: “Craque o Flamengo faz em casa”, tem costume de lançar meninos que, na verdade, são ativos que geram receita para o Departamento de Futebol. Não sei como vão lidar com isso – contou e emendou em seguida ao declarar amor ao Mais Querido.
— Sou são-paulino de criança por causa do ex-ponta esquerda Paraná. Me tornei rubro-negro em virtude do meu irmão Eli Carlos, que jogou no clube. E lógico, pelo Zico, que pela representatividade que teve no Flamengo, acaba transformando a gente em torcedor desse clube maravilhoso. Mas nada disso eu seria, se não fosse Lucas, afilhado querido, que faleceu há cinco anos, após um Ponte Preta x Flamengo – finalizou emocionado.
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