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Torcedor do Flamengo expõe caso de racismo de argentinos e tratamento hostil de policiais em jogo da Libertadores


Gestos racistas ocorreu na noite de quinta-feira (04), no Estádio ‘El Cilindro’, casa do Racing (ARG)


A noite da última quinta-feira (04) foi um daqueles tristes momentos para se lamentar no futebol. Durante o empate do Flamengo com o Racing (ARG), por 1 a 1, os torcedores rubro-negros foram vítimas de racismo nas arquibancadas do Estádio ‘El Cilindro’. Flamenguista e morador da Argentina há mais de três anos, o profissional de Educação Física Rafael Carneiro, de 40 anos, flagrou o momento em que torcedores locais fizeram gestos de macaco para os visitantes.

— Após filmar o cara imitando macaco, fui mostrar para um policial, que disse que não poderia fazer nada. Eu fiquei revoltado, disse que sou residente argentino e que alguma coisa teria que ser feita. Ele disse que não tinha nem como se comunicar com os policiais que estavam embaixo (em outra arquibancada) -, disse, em entrevista ao GE.


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Rafael contou que procurou a polícia do local para relatar o crime. No entanto, nenhuma atitude foi tomada pelas autoridades presentes no estádio. Além disso, o brasileiro afirmou que foi tratado com hostilidade e, após a partida, procurou uma delegacia para registrar queixa sobre o caso.

— Com esse policial foi tudo tranquilo, ele elogiou nossa torcida e até brincamos. Só que chegaram três com escudos e cassetetes, perguntaram o que eu queria. Esses foram hostis, já encostando com o escudo em mim. Um deles disse: “Vá a uma delegacia, mas saia do estádio!” -, continuou.

— Minha mãe é negra, tenho parentes negros aí, no Brasil, e aqui, na Argentina. Tem uma hora que cansa… E só no esporte que essas coisas acontecem aqui, passando que a população argentina é assim, mas não é. Em quase três anos e meio, é o primeiro episódio negativo que passei aqui -, completou Rafael.

Após o ocorrido, por meio da rede social Twitter, o departamento de Gênero e Direitos Humanos do Racing se pronunciou: “Repudiamos as práticas discriminatórias realizadas contra os visitantes (Flamengo), por um grupo de pessoas, no encontro esportivo de quinta-feira (04). No âmbito da nossa instituição e do acordo com Inadi (Instituto Nacional contra a Discriminação, Xenofobia e Racismo), iniciaremos investigação“, escreveu.