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Ingressos cortesia de pessoas pobres são repassados para cambitas no Maracanã, diz TV

Cambistas lucram até R$ 7 mil, de acordo com denúncia da TV Globo


Bilhetes de comercialização proibida estão nas mãos cambitas no Maracanã. Nesta quinta-feira (07), a ‘TV Globo’ fez uma reportagem mostrando o desvio e a venda ilegal de ingressos que deveriam ser cedidos para pessoas pobres pela Superintendência de Desportos do Estado (Suderj).

A denúncia foi registrada no dia da partida entre Fluminense e Grêmio, realizada na quarta-feira (06). Na ocasião, um cambista foi abordado pela reportagem da TV Globo com dez ingressos para vender. O bilhete, recebido gratuitamente, estava sendo comercializado por R$ 180.

DETERMINAÇÃO DO GOVERNO

A Suderj recebe 860 ingressos por jogo desde 2019, por ordem do Governo do Estado do Rio de Janeiro. As entradas, porém, têm o objetivo de atender pessoas de baixa renda, jovens, idosos, pessoas com deficiência e grupos sociais vulneráveis. A ideia é levar a população que não tem condições de pagar pelos bilhetes em grandes eventos no Maracanã.

Nos ingressos comercializados, há escrito “venda proibida, oeste cativa”. Mesmo assim, os cambistas não têm receio em vender as entradas, de acordo com reportagem exibida pelo ‘RJ2’, telejornal da Globo exibido no Rio de Janeiro.

Sabe quanto estava dando isso aí? R$ 7 mil (…) Começou em R$ 4,5 mi, R$ 3,5 mil, uma semana e meia, duas semanas e meia antes do jogo”, revelou um cambista abordado pela reportagem da Globo. Além disso, o ‘vendedor’ garantiu que recebeu o ingresso da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

PENDÊNCIA

Nas regras impostas para a cessão de ingressos à Suderj, o órgão tem a obrigação de publicar a lista das pessoas ou instituições que serão beneficiadas. “A presidência manterá registros específicos de todas as pessoas pertencentes a grupos socialmente vulneráveis previamente identificados, que ingressem nas referidas cadeiras cativas, seja em dia de jogos, seja em dia de shows, seja em qualquer evento, aberto ou não ao público”, diz o texto.

Porém, de acordo com a Globo, não há registro de quem recebeu os ingressos. A reportagem da emissora entrou em contato com a Suderj, que garantiu “investigação com rigor” em relação à denúncia. Por outro lado, a Alerj informou que a casa “não tem entre suas prerrogativas o controle de ingressos esportivos e muito menos o fornecimento deles a terceiros”.

Pedro Paulo Catonho

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