Preparador físico do Flamengo, Fábio Mahseredjian destrinchou a metodologia usada pela comissão técnica de Tite para lidar com intensidade e desgaste físico dos jogadores. A cautela é adotada para uma série de decisões, mas o profissional deixou claro que o objetivo não é prevenir lesões, já que os problemas, na visão dele, fazem parte do esporte.
— A gente precisa entender que o jogo está cada vez mais intenso, mais rápido e mais veloz. Você freia muito mais e muda a direção muito mais vezes. Tem um artigo publicado em 2015 ou 2016 que acompanhou sete temporadas da Premier League, de 2006/07 a 2012/13. Resultado final: distância percorrida não alterou, só 2%. Números de piques em velocidade, 85% a mais. Ações de alta intensidade, como freada, mudança de direção, aceleração e desaceleração: 55% a mais. Tudo isso com certeza aumenta e muito as demandas físicas dos atletas — começou o preparador físico.
Após apontar alguns estudos internacionais para embasar as decisões no futebol brasileiro, Mahseredjian também detalhou que há conversas frequentes para cruzar dados. Isso porque, a comissão técnica de Tite preza sempre pelo diálogo interno antes que alguma conclusão seja tomada.
— Isso faz com que todos nós tenhamos atenção individualizada de cada atleta. Então, lá no Flamengo, nós temos um departamento que faz uma análise bioquímica, o nosso fisiologista faz toda a avaliação de termografia mais a minutagem de jogo. Todos os dados são compilados, e nós nos reunimos para tomar a melhor decisão — disse Fábio, antes de completar:
— O objetivo, vejam bem, não é prevenção de lesão, esqueçam disso, porque vai machucar. Todos os times machucam. A Europa toda machuca. A América do Sul toda machuca. Futebol é um esporte de excelência. Você leva o atleta ao seu mais alto nível físico. Como Cebolinha teve uma lesão miotendínea agora do gastrocnêmio. Vai acontecer, principalmente agora que o calendário está congestionado — concluiu.
Após esclarecer que o foco da preservação não é única exclusivamente na prevenção de lesão, Fábio Mahseredjian falou do calendário congestionado. Dessa forma, o preparador físico entende que a sequência de jogos em pouco tempo aumenta o risco de problemas musculares nos jogadores do Flamengo.
— Nós fizemos o sétimo jogo consecutivo. Com o calendário congestionado, o número de lesões aumenta. Aumenta consideravelmente. Isso também tem o artigo de 2005, que também mostra um aumento de 5,6% a mais quando o calendário está congestionado em comparação a quando não está congestionado — contou o preparador físico.
— Então, com todos esses dados, nós nos reunimos e aí tomamos a decisão de tirar atleta A, atleta B ou atleta C. Por quê? Porque a performance dele começa a cair. A decisão é sempre do treinador, nós passamos informações a ele. Estamos todos juntos para ajudar a tomar a melhor decisão. O objetivo é melhorar performance do atleta e recuperá-lo. Conseguimos quantificar, pelo uso do GPS, que as demandas físicas começam a cair. Pelo olho do jogo, em que o atleta começa a errar mais no segundo tempo do que no primeiro tempo. Não é um fato, é tudo sempre multifatorial — concluiu.
O Flamengo não tem tempo para descanso. Isso porque, depois de empatar em 0 a 0 com o Palmeiras, o Rubro-Negro viaja à Bolívia, onde enfrenta o Bolívar, pela Libertadores. No entanto, no domingo (28), o time de Tite tem clássico com o Botafogo, pelo Brasileirão. Ou seja, o Mengo tem três jogos em sete dias. Desse modo, o Coluna do Fla transmite os dois próximos duelos do Mais Querido AO VIVO, no YouTube.
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Não o Flamengo, o Flamengo deve ser o mais lento da série A, tem talento mas não tem intensidade, Fabrício Bruno prende mais bola do que a polícia prende bandido.
Relaxem! Até o final do ano, a gente vai descobrir qual é o objetivo!