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Atleta de judô do Flamengo denuncia auxiliar técnico por assédio sexual; clube investiga caso e mantém funcionário

Caso denunciado internamente aconteceu nos primeiros meses de 2024


Por: Tulio Rodrigues e Leo José

No dia 22 de abril deste ano, uma atleta do judô do Flamengo denunciou formalmente o auxiliar técnico Renan Moutinho por assédio sexual. Uma carta foi entregue ao departamento de Recursos Humanos da Gávea com detalhes de diversos episódios do comportamento do profissional. O texto relata ainda que tais condutas também foram praticadas com outras atletas e membros do clube. A reportagem do Coluna do Fla destrinchou a situação, preservando a identificação das judocas envolvidas na denúncia.

A atleta alega no documento que o auxiliar, em diversas oportunidades, se manifestou verbalmente de forma imprópria publicamente e com claro cunho sexual no ambiente de trabalho do clube. Em um dos episódios, a judoca conta que Renan, na frente de outros atletas, disse que “o melhor beijo da vida dele foi com um casal de lésbicas” e “que as mulheres lésbicas sabem satisfazer uma pessoa e que o sonho dele é fazer um ‘ménage’ com um casal de mulheres lésbicas”, em uma clara referência a ela e a sua namorada, que também é profissional de judô do Flamengo. Segundo a mesma, isso teria ocorrido durante um treinamento.

Em outro episódio, com contexto parecido, a carta descreve que Renan se dirigia a ela para falar sobre o corpo de outras atletas: “que a atleta… tem o maior corpão, que é um mulherão“, “com todo respeito“. Comentários parecidos também foram feitos no ambiente online.

Algumas mensagens de Renan sobre outras atletas no Instagram. Imagem: Reprodução/Instagram

Ela continua: “Outro episódio absolutamente incompatível com o ambiente de treino e do espaço do clube, o Renan Moutinho comentou sobre seu relacionamento anterior, sem que eu tivesse perguntado ou demonstrado qualquer interesse. Ficou querendo me contar detalhes da intimidade sexual dele com a ex-esposa e como eles se relacionavam na cama. Em outras ocasiões, me mostrou o perfil de algumas mulheres nas redes sociais, me perguntando o que eu achava delas, com claro intuito e abordagem sexual. Nessas situações, me perguntava como eu faria se conhecesse essas mulheres. Todos esses comentários muito desrespeitosos”, conclui.

A atleta manteve segredo das situações ocorridas nos primeiros meses do ano de 2024. A primeira pessoa com quem dividiu a história foi sua namorada, que, indignada, faltou aos treinos comandados por Renan, sem a presença de outros profissionais, e insistiu para que algo fosse feito.

No dia 08 de abril, a atleta revelou toda a situação vivida nos últimos meses para a psicóloga do Fla Adriana Lacerda, que pediu autorização para dar ciência à head coach Rosicléia Campos. No dia seguinte, a judoca e sua namorada estariam com a delegação do Flamengo para um período de treinamentos até o dia 18 em Pindamonhangaba, interior de São Paulo.

O clube se juntou com a Seleção Brasileira, visando a preparação para o Pan-Americano e os Jogos Olímpicos de Paris. Em 05 de abril, pelo WhatsApp, uma das atletas, temendo a possível presença de Renan, questionou diretamente o gerente João Pântano sobre quais treinadores estariam na viagem. A treinadora foi questionada por outro atleta em um grupo. Conforme relatado por elas, receberam a informação de que dois treinadores participariam, mas os nomes não foram revelados.

Mensagens enviadas no grupo de WhatsApp e para o gerente João Pântano sobre os treinadores que iriam para Pindamonhangaba – Imagem: Reprodução

Quando chegaram em Pindamonhangaba, no dia 09, descobriram que Renan seria um dos treinadores, mesmo com Rosicléia Campos tendo conhecimento prévio do ocorrido. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, já era de conhecimento delas que ele seria um dos responsáveis pelas atividades em São Paulo. Os dias se seguiram com muitas dificuldades para o casal, que, tendo de estar no mesmo ambiente que o auxiliar técnico, sofreu com crises de ansiedade, insônia e o sentimento de que não estavam sendo protegidas e preservadas como deveriam. A história se espalhou nos bastidores dos treinamentos e outros atletas também tomaram conhecimento do assunto.

No dia 12, após uma forte crise de ansiedade, a judoca falou diretamente com Rosicléia Campos sobre o ocorrido, sem a presença da psicóloga do clube. Um pouco antes do treino das 15h (horário de Brasília), chorando, a atleta adentrou o quarto da head coach dizendo “eu não consigo, eu não consigo” e pedindo a retirada de Renan da Comissão Técnica. Sem condições para a atividade, a treinadora dispensou o casal dos treinos daquele dia e afastou o auxiliar dos treinamentos da equipe feminina.

Comentário e foto de Rosicléia nas redes de Renan em Pindamonhangaba após saber do ocorrido, incomodaram atletas. Imagens: Reprodução/Instagram

Fontes internas nos informaram que Rosicléia retornou de São Paulo no dia 13 e tomou a iniciativa de reunir o gerente João Pântano e a psicóloga Adriana Lacerda para iniciar as primeiras medidas sobre o caso. Ainda houve reuniões da treinadora com o diretor dos Esportes Olímpicos do Flamengo. Ficou decidido que iriam fazer uma reunião logo que as atletas retornassem da viagem.

Dia 18 de abril, após o retorno de Pindamonhangaba, a atleta, acompanhada da namorada e da sogra, se reuniu com João Pântano e Rosicléia Campos. Nesse encontro, conforme descreveu, o gerente a orientou para não fazer um boletim de ocorrência na polícia, mas adotar os procedimentos internos da instituição, pois, segundo ele: “o Flamengo está acima de tudo e de todos”. Seguindo orientação, a judoca entregou a carta ao RH no dia 22. No documento, além do seu relato, são apontadas as testemunhas a serem ouvidas e anexos com comentários de Renan no Instagram sobre outras atletas. O clube deu um prazo de duas semanas para averiguar o caso e as afastou dos treinamentos até o dia 07 de maio.

O ASSÉDIO SEXUAL NO AMBIENTE DE TRABALHO, ON-LINE (REDES SOCIAIS) E A DIFERENÇA DE IMPORTUNAÇÃO SEXUAL

A reportagem do Coluna do Fla entrou em contato com a advogada criminalista Tamara Anselmo para explicar como se configura o assédio sexual no ambiente de trabalho e sua tipificação no Código Penal Brasileiro.

Com o intuito de coibir práticas levadas a cabo por superior hierárquico no ambiente de trabalho que, de alguma maneira, importam em constrangimento de teor sexual para a vítima, o legislador trouxe o crime de assédio sexual, tipificado no art. 216-A do Código Penal. Embora ele traga a ideia de que seria necessária uma relação empregatícia, conforme já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, o assédio sexual pode ser configurado, inclusive, em uma relação entre professor e aluno, dado o inegável nível de superioridade do primeiro — explica Tamara Anselmo.

Ela também esclarece como o agente, em posição superior, pode constranger a vítima através de propostas e convites indecorosos, ressaltando que tais práticas também podem ocorrer no ambiente online, por meio das redes sociais.

Trata-se daqueles casos em que o agente, valendo-se de sua posição no ambiente de trabalho, constrange a vítima, por exemplo, por meio de propostas, convites indecorosos ou simples gestos embaraçosos. Atualmente, a prática do delito pode ocorrer, inclusive, por meio de mensagens enviadas em redes sociais, como o Facebook e o Instagram. Importante saber que não se procura punir a prática de uma simples “paquera”, mas atos de teor sexual que verdadeiramente acabam por importunar a vítima, ofendendo sua liberdade sexual — continua a advogada.

Por fim, a criminalista esclarece a distinção entre assédio sexual e importunação sexual no ambiente de trabalho para a compreensão de como cada crime é definido e tipificado no Código Penal Brasileiro. O trecho a seguir destaca essas diferenças, ressaltando a posição hierárquica do agressor no caso de assédio sexual e os atos libidinosos característicos da importunação sexual:

Nesse particular, importante saber que o assédio sexual se diferencia do crime de importunação sexual, previsto no art. 215-A do Código Penal. No primeiro, o agente, enquanto superior hierárquico, procura se valer de seu cargo, função ou emprego para constranger a vítima, como naqueles casos em que o chefe ameaça demitir funcionário que não satisfaça seus desejos sexuais. Já na importunação sexual, a lei não realiza tal especificação em relação ao ofensor e exige que ele pratique contra a vítima algum ato entendido como libidinoso, como masturbação, ejaculação, toques, etc — finalizou.

QUEM É RENAN MOUTINHO E SUA RELAÇÃO COM ATLETAS

Renan da Silva Moutinho, 37 anos, é atleta sênior do judô do Flamengo, mas atua de maneira informal como auxiliar técnico, cargo que não existe no organograma do clube. O próprio profissional diz que começou na modalidade aos dois anos de idade e, durante a carreira, foi duas vezes campeão sul-americano, uma vez campeão e vice do Pan-Americano e campeão estadual mais de 10 vezes.

Ele está em sua segunda passagem pelo Flamengo. Isso porque, Renan retornou em 2022, quando o clube decidiu fazer um trabalho específico com atletas de nível olímpico e precisava contar com mais judocas da categoria sênior para os treinamentos. Além disso, o profissional começou a competir pelo Rubro-Negro. Vale lembrar que há uma passagem muito particular ocorrida no Inter-Regional, sediado em Teresópolis, Rio de Janeiro, entre os dias 30 de abril e 1° de maio de 2022.

Segundo pessoas ouvidas pela reportagem, após vencer uma luta, quando o juiz iria proclamar o resultado, Renan xingou o adversário. O Flamengo foi penalizado com a perda de três medalhas de ouro pela atitude antidesportiva do seu lutador. Fontes também afirmam que é comum ele apresentar descontrole emocional durante os treinamentos, especialmente quando enfrenta dificuldades para executar algum fundamento.

Outras fontes ligadas ao clube indicam que Renan mistura frequentemente o lado pessoal com o profissional, tratando as mulheres com expressões carinhosas como “meu amor“, “minha linda” e “princesa“, e discutindo abertamente tópicos sexuais, até mesmo aspectos de sua vida íntima. Além disso, o auxiliar manteria vínculos estreitos com os atletas, incluindo menores de idade. Reporta-se que ele foi repreendido múltiplas vezes para revisar sua conduta, sobretudo após promoções na sua carreira.

Ainda segundo fontes, antes dos episódios deste ano, Renan mantinha uma relação profissional e amistosa no dia a dia com a atleta que fez a denúncia e sua namorada, sem qualquer intercorrência. Não havia uma amizade profunda, mas era comum que interagissem nas redes sociais e pelo WhatsApp. Prints de conversas a que tivemos acesso mostram que o auxiliar e uma das judocas tinham o costume de falar sobre trivialidades da modalidade esportiva e de trocar felicitações de aniversário.

Em janeiro de 2024, Renan se tornou estagiário/auxiliar técnico após a demissão de Nathália Nascimento, a pedido de Rosicléia Campos, e passou a ganhar maior espaço ao ficar responsável pela maioria dos treinos dos atletas, mesmo sem a formação adequada. Antes de ser demitido no dia 10 de maio, Vinícius Morato, o Taz, treinador principal, já vinha perdendo espaço na rotina da modalidade.

Em fevereiro deste ano, Rosicléia recebeu do antigo vice-presidente de Esportes Olímpicos, Guilherme Kroll, maior autonomia no judô, mesmo tendo sempre essa atribuição em seu cargo. Com isso, a head coach tomou algumas medidas que, segundo fontes, foram técnicas e visavam o melhor desenvolvimento das atividades para os atletas.

Uma das ações tomadas foi retirar Vinícius Morato de alguns treinos específicos e viagens. Algumas pessoas ouvidas pela reportagem relataram que a partir dali algumas coisas mudaram com as atletas, que, próximas de Taz, teriam sido manipuladas pelo ex-treinador para que ele revertesse a situação e não perdesse espaço para o auxiliar.

A reportagem entrou em contato com Vinícius Morato, o Taz, para esclarecer seu envolvimento na situação das atletas com Renan. Segundo o ex-treinador de judô do Flamengo, ele só tomou ciência do ocorrido no dia 18 de abril, data em que as judocas se reuniram com o gerente e com a treinadora:

Eu fiquei sabendo de todo ocorrido através das atletas, quando já se iniciava o processo de apuração do Flamengo sobre o caso. Isso foi no dia 18 de abril, após a viagem de Pindamonhangaba, mesmo dia que estavam com a mãe para participarem de uma reunião com o gerente e um representante da CT (comissão técnica)! Ainda assim, não me foi comunicado qualquer informação oficial — disse.

Voltando a Renan Moutinho, seu objetivo é concluir a faculdade de Educação Física para ganhar um contrato como técnico de judô do Flamengo no futuro.

A INVESTIGAÇÃO E AS MEDIDAS TOMADAS PELO FLAMENGO

A informação de que estariam afastadas do treinamento por duas semanas desagradou as atletas, já que seriam prejudicadas por ficarem tanto tempo longe das atividades. Elas estariam, de certa forma, sendo penalizadas junto com Renan, que também foi afastado. A área de Recursos Humanos foi quem ficou responsável pela investigação do caso.

Nesse ínterim, o gerente João Pântano e a chefe do RH Roberta Tanure ouviram testemunhas e procederam com os processos internos para averiguar o caso. No dia 06 de maio, um dia antes do retorno das atletas, os dois se reuniram com Rosicléia Campos, Vinícius Morato, o Taz, e Murilo Gouveia, coordenador do judô, para informar que os atos de Renan Moutinho foram considerados de baixa gravidade, que ele teve atitudes imaturas, que instalariam câmeras no dojô, que iriam proceder com palestras e que seria aplicada uma advertência por escrito.

As atletas retornaram no dia seguinte e foram comunicadas das medidas que seriam tomadas. Foi oferecido um tratamento psicológico em uma clínica conveniada com o clube. A notícia de que Renan Moutinho iria permanecer como estagiário/auxiliar técnico as revoltou, e a namorada da atleta que fez a denúncia enviou um e-mail endereçado ao presidente Rodolfo Landim, ao vice geral e jurídico Rodrigo Dunshee, à diretora de responsabilidade social Ângela Machado, ao CEO Reinaldo Belotti, ao diretor corporativo Billy Pinheiro e à vice-presidente de Esportes Olímpicos Deborah Frochtengarten. No texto, a judoca explica que a manutenção do funcionário prejudicaria a rotina de treinamentos dos atletas e que ele estava sendo protegido. Não houve resposta de nenhum dos destinatários.

Não acredito que as esferas superiores do Clube tiveram ciência do ocorrido. Essa decisão resultará em mudanças significativas no sistema de planejamento e na rotina de treinamento dos atletas, irá afetar diretamente o nosso desempenho e bem-estar. Além disso, as alterações feitas parecem ter como único objetivo proteger o estagiário em questão, amigo da Head Coach Rosicléia Campos, que parece estar sendo conivente com o ocorrido”, diz um trecho do e-mail.

AS CONSEQUÊNCIAS PARA AS ATLETAS

As atletas encontraram dificuldade para treinar, pois alegaram que o clube não manteve sigilo, já que diversos outros funcionários souberam do ocorrido e se negavam a dividir as atividades. O sentimento foi de abandono.

No dia 13 de maio, a namorada da atleta que fez a denúncia teve seu contrato rescindido. O comunicado foi feito pelo gerente João Pântano, que justificou o desligamento dizendo que as postagens sobre assédio sexual, publicadas pela judoca em seu Instagram, estavam expondo o clube nas redes sociais. A reportagem apurou que nenhuma das publicações citou nomes ou até mesmo o Flamengo. Algumas postagens foram feitas nos últimos dias da viagem de Pindamonhangaba, entre 16 e 18 de abril e 06 e 07 de maio, quando ela soube das medidas tomadas pela instituição sobre o caso.

Alguns dos posts sobre assédio sexual publicados entre abril e maio – Imagem: Reprodução

Sentindo-se sozinha, a atleta que fez a denúncia começou a negociar sua rescisão de contrato de forma amigável com o Flamengo. Ela seguiu treinando e competindo pelo clube, chegando até a conquistar o primeiro lugar em um campeonato, quando conseguiu sua liberação sem precisar pagar multa. Junto da namorada, passou a fazer acompanhamento psicológico após todos os episódios sofridos no Fla.

Já Renan, segue afastado do clube, mas deve permanecer no Flamengo. Inclusive, em um grupo de WhatsApp que tem atletas e membros da comissão técnica do judô, foi informado que seu novo uniforme para a temporada já está separado. Ele também tem a expectativa de ser contratado como treinador profissional no futuro.

OS EFEITOS DO ASSÉDIO SEXUAL NO AMBIENTE DO TRABALHO

Em 2020, a ONG Think Eva publicou a pesquisaO ciclo do assédio sexual no ambiente de trabalho”, que traz alguns dados preocupantes: 95,3% das mulheres ouvidas afirmaram saber o que é assédio sexual no ambiente de trabalho, que “os principais sentimentos que as vítimas relatam são raiva, nojo, medo, impotência, vergonha, humilhação e culpa. Em 15% dos casos, sentem-se confusas e em dúvida. E 10% acham que a culpa pela violência é delas”. “A perda da autoconfiança é outra consequência relatada com frequência, assim como um impacto negativo na performance profissional, a sensação de que seriam culpabilizadas pelo que aconteceu ou de que provocaram o episódio”, diz um trecho do estudo. A pesquisa ainda constata que enquanto o agressor fica na impunidade, quem sofre as consequências é a vítima.

Uma em cada seis vítimas de assédio sexual no ambiente de trabalho pede demissão e apenas 5% das mulheres recorrem ao RH por não o terem como aliado. O estudo ainda conclui que, “para 78,4% das respondentes, a impunidade é a maior barreira para a denúncia, seguida de políticas ineficientes (63,8%) e medo (63,8%)”.

O FLAMENGO JÁ FEZ CAMPANHA NO COMBATE AO ASSÉDIO

Em março de 2020, o Flamengo promoveu durante o clássico contra o Botafogo pelo Campeonato Carioca, uma campanha com diversas ações para buscar dar espaço às mulheres e combater o assédio. Na ocasião, o clube anunciou um canal para denúncias e um espaço no Maracanã para “as mulheres que se sentirem assediadas, violentadas ou abusadas de alguma forma no estádio”.

O QUE DIZ O FLAMENGO SOBRE O CASO NO DEPARTAMENTO DE JUDÔ

A reportagem procurou todos os envolvidos no caso que trabalham no Flamengo, incluindo Renan Moutinho. Aqueles que retornaram nosso contato solicitaram que nos dirigíssemos à Comunicação do clube. Contatamos a assessoria de Esportes Olímpicos e o Diretor de Comunicação, que nos enviaram a seguinte nota:

O Clube não tolera quaisquer atos de assédio e discriminação, realizando, constantemente, treinamentos e comunicações a respeito. Em relação ao suposto caso apontado, esclarece que possui fluxos de tratamento interno de apuração que preserva o sigilo e confidencialidade do conteúdo, premissas importantes para preservação dos envolvidos”.

Além de solicitar o posicionamento do Flamengo a respeito do caso, a reportagem também enviou sete perguntas que não foram respondidas diretamente. No entanto, a Comunicação informou que as respostas já estavam na nota enviada.

PERGUNTAS ENVIADAS QUE NÃO FORAM RESPONDIDAS PELA COMUNICAÇÃO DO FLAMENGO

1. O Flamengo tem um manual de como lidar com situações de assédio?
2. Quem ficou responsável por tomar as decisões no caso do Renan?
3. Por que optaram pela permanência do atleta?
4. Por que não houve sigilo do caso internamente?
5. As câmeras foram instaladas no dojô como prometido?
6. Que tipo de palestras foram ou serão dadas ao Renan?
7. O jurídico do clube atuou no caso?
8. Por que as atitudes do Renan para com a atleta foram consideradas de baixa gravidade?

Tulio Rodrigues

Ver comentários

  • Os tarados de plantão já começaram a se manifestar nos comentários.
    Maturidade quem teve foi o adolescente de 37 anos falando de conteúdo sexual com vários atletas, menores de idade inclusive. Tenho pena das mulheres da sua família e das que compartilham do mesmo ambiente! Ja mostrou a índole através desse comentário nojento.
    Era só o que faltava, agora as mulheres vão ter que ensinar os marmanjos a terem caráter e escrúpulos.

  • Fica a pergunta. Se fosse um homem homossexual fazendo piadinhas e dando em cima do senhor em seu ambiente de trabalho. E, sendo seu superior configurando assédio, como o Sr reagiria? Ia levar a esportiva e rir? Afinal "a convivência dos seres humanos se cheia de inconveniências" para todos ou só para as mulheres?

    • Trágico como tentam apelar pra argumentos absurdos pra justificar certos comportamentos, vc reconhece um padrão de comportamento no exemplo que vc deu? isso é um problema recorrente que prejudica a convivência no mundo que a gente vive? qual a porcentagem de homens héteros que sofrem com condutas sexualmente inapropriadas no ambiente de trabalho? Talvez devêssemos criar um grupo de ajuda e proteção para esses homens tão sofridos vc não acha?

  • Muito triste um absurdo como este acontecer em relação ao nome de um grande clube como o CRF. Justiça e paz para o casal. Que um dia esse país encontre maturidade senão socioeconômica, bom sensual. Que mulheres e ainda mais minorias possam viver em um ambiente seguro e livre de Renans e tantos outros que acobertam seus absurdos por interesse próprio ou para proteger sua própria nojeira. Parabéns para todas as mulheres que como o casal acima de pronunciam contra esse comportamento imundo e buscam por um futuro melhor, alguns de nós têm algum interesse nisso, ao invés de simplesmente reviver a podridão passada como se fosse motivo de orgulho. SRN

  • Acho incrivel como é sempre mais fácil defender o homem né, você acha mesmo que elas não falaram nada com ele, não tentaram colocar ele no lugar dele???? não adiantou de nada!!!

    Antes de defender ele, imagina se fosse uma filha sua no lugar! É por comentários como o seu que as mulheres tem medo de denunciar o que estão passando

  • Bem maduro foi o adolescente de 37 anos. Você deve ser mais um tarado pra estar defendendo um verme desse!
    Pena das mulheres da sua família, seu nojento.

  • Concordo contigo, Carlos. Só queria entender se fosse a sua Mãe ou sua filha em uma situação dessas.
    Bem provável que pelo teor da sua mensagem você teria ido "honra-las" com suas próprias mãos.
    Mas como não são suas parentes, é muito mais fácil vir comentar na Internet, onde não precisa expor sua cara.

  • Mundo é sim cheio de inconveniências, e uma de muitas é vc se dispor a criticar a pessoa que sofreu o assédio e não o assediador. Não existe uma linha no seu comentário que lamenta a atitude inapropriada daquele que é o principal responsável, na sua cabeça deturpada, a forma como alguém lida com um assédio sofrido é algo mais ultrajante do que aquele que comete o assédio. Pessoas como vc talvez não sejam abusivas e assediadoras, mas continuam tratando esse tipo de caso como ''modismo da sociedade'' e achando que isso é histeria ao invés do enxergar que a visão de mundo e a tolerância das pessoas está mudando de forma constante. Gostaria de te informar que esse é um caminho sem volta.

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