Vice-presidente de futebol do Flamengo, Flávio Godinho foi detido sob mandado de prisão preventiva nesta quinta-feira. Ele é acusado de ser um dos principais articuladores de um esquema envolvendo desde lavagem de dinheiro à obstrução da Justiça. A ação foi parte da Operação Eficiência, um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Antes de entrar para a diretoria do clube, Godinho era o braço direito do empresário Eike Batista. Segundo o mandado de prisão preventiva, “consta dos elementos de prova trazidos aos autos, o (Flávio Godinho) auxiliava diretamente na execução do esquema de pagamento de propina ao acusado Sergio Cabral (ex-governador do Estado, atualmente preso em Bangu)”. A prisão preventiva de Eike Batista também foi decretada, mas ele está fora do país.
A decisão, de 13 de janeiro, é assinada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal. O documento cita que, em uma só transação, Godinho é acusado de operar o pagamento de US$ 16,5 milhões (cerca de R$ 56 milhões) em propina. A Polícia Federal investiga crimes de lavagem de dinheiro consistente na ocultação no exterior de um total de aproximadamente U$ 100 milhões (R$ 340 milhões). Também são investigados os crimes de corrupção ativa e corrupção passiva, além de organização criminosa.
A decisão de Bretas apresenta Godinho como “homem de confiança de Eike Batista”, como também descrito no pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público Federal, destacada a acusação do pagamento da “absurda cifra de US$ 16.500.000,00 em propina a Sérgio Cabral, como mostram os depoimentos dos colaboradores (os doleiros Renato Chebar e Marcelo Chebar)”. No texto, Bretas ainda avalia que “os depoimentos deixam claro que Flávio Godinho se fazia presente nas reuniões com os doleiros, gerenciando a elaboração dos contratos fraudulentos e os pagamentos indevidos”.
Em outro trecho, o depoimento de Renato Chebar cita uma reunião na casa do advogado Ary Bergher, que em 2015 defendeu o ex-presidente do Flamengo Kléber Leite em ação por suposto envolvimento do dirigente na série de escândalos que atingiram a Fifa. Leite chegou a ter sua empresa, a Klefer, revistada e documentos apreendidos, mas Bergher conseguiu anular o processo e impedir a remessa do material apreendido para os Estados Unidos, onde corre a ação principal. A reportagem tentou contato com Ary Bergher na tarde desta quinta-feira, sem sucesso. Neste trecho, Bretas cita novamente o depoimento de Renato Chebar:
“Que Sergio Cabral pediu que os Colaboradores Renato e Marcelo procurassem o advogado Ary Bergher para resolver a questão; Que os Colaboradores tiveram duas ou três reuniões, na residência de Ary Bergher, localizada na Avenida Delfim Moreira, (…), Leblon, Rio de Janeiro, onde Flávio Godinho se fez presente em uma delas; Que nestas reuniões os Colaboradores foram chamados para que mantivessem a versão de que o contrato fictício teria de fato ocorrido, inclusive com a sugestão de que os Colaboradores estudassem as empresas que participaram da transação para dar ares de legalidade”.
Após mencionar uma segunda reunião na casa de Ary Bergher, o juiz Bretas destaca um outro encontro, desta vez na casa de Sergio Cabral, com objetivo de “estudar” o esquema para o caso de os envolvidos precisarem prestar esclarecimentos. Disse o juiz: “Chama a atenção outro trecho da declaração do colaborador Renato Chebar que aponta para participação de Flávio Godinho em uma reunião ocorrida em 2015 na residência de Sergio Cabral. Essa reunião tratou dos fatos revelados na Operação Lava Jato e Flávio Godinho, falando em nome de Eike Batista, orienta o colaborador Renato Chebar a “estudar” o contrato simulado para embasar uma eventual convocação para prestar esclarecimentos aos órgãos de investigação e sustentar a versão de que o contrato não seria fictício”.
Por fim, Marcelo Bretas concorda com o pedido do MPF, concede a prisão preventiva e cita também a acusação de obstrução à Justiça: “No entendimento do órgão ministerial, com o qual concordo, trata-se de uma iniciativa dos envolvidos para enganar as autoridades que investigavam a operação da ORCRIM, com nítido interesse de obstrução da justiça (art. 2, §1º da Lei 12.850), a justificar a necessidade da sua custódia cautelar para garantia da instrução criminal. Tais situações, em princípio, parecem também demonstrar o relevante papel desempenhado pelo investigado Flávio Godinho na ORCRIM descrita. Diante de tudo que aqui se mencionou, tenho por relevante o papel desempenhado por este investigado na ORCRIM investigada, sendo de rigor, portanto, o deferimento da medida cautelar extrema requerida pelo Parquet Federal (prisão preventiva – artigo 311 e ss. CPP)”.
Fonte: Globo Esporte
Torcedor vai me xingar. Mas pq essa venda tão depressa do Jorge? Fla demora tanto contratar e vende rápido demais sem vazar na imprensa. Coincidentemente no dia da prisão do vice de futebol por esquema de propinas. Profissionalize o futebol Bandeira. Vc vende Jorge por 19 mi pra comprar Berrío por 16. Está certo isso?
Meio suspeito essa venda.
Não tinha pensado nisso, a urgência na venda do Jorge na calada da prisão do Godinho, pelos valores anunciados é muito estranho mas prefiro acreditar que não tem nada a ver
Hoje o bandeira disse que o valor do Jorge ainda está sendo estudado.