A estreia do Flamengo em seu novo estádio na Ilha do Governador, nesta quarta-feira (14), marcará mais um episódio da difícil luta de torcedores por acesso ao setor popular das arquibancadas rubro-negras. Uma fatia dos flamenguistas, no entanto, não vem encontrando problemas para garantir o seu lugar: os integrantes das torcidas organizadas.
Com um plano especial, membros das facções Raça Rubro-Negra, Fla Manguaça e Urubuzada têm ao menos 800 ingressos por jogo garantidos para o disputado setor Norte – o mais barato (R$ 208 no pacote de três jogos) do estádio, com capacidade para 4.600 torcedores.
Os organizados fazem parte de um plano chamado “corporativo”, modalidade de sócio-torcedor que, em tese, permite que empresas garantam ingressos mais baratos aos seus funcionários. Na prática, porém, as torcidas rubro-negras são as únicas cadastradas no plano, que foi anunciado discretamente e nem sequer é citado no site do clube.
Enquanto isso, o torcedor comum que deseja participar do programa de sócio-torcedor precisa se enquadrar em modalidades pré-definidas. Ele pode pagar de R$ 29,90 a R$ 199,90 por mês para entrar em uma das sete categorias. Só a mais cara delas, porém, tem o mesmo privilégio de compra dos organizados.
Mensalidade de R$ 10
No chamado “plano corporativo”, integrantes das três organizadas pagam o valor de R$ 10 ao mês e garantem presença na primeira linha de prioridade de vendas (semelhante àquela dos torcedores comuns que desembolsam R$ 200 por mês no plano “+Paixão”, o mais caro).
A prioridade diante de um valor tão menor incomoda torcedores comuns, que pagam até mais na mensalidade do sócio-torcedor e não conseguiram adquirir ingressos para o setor Norte no jogo desta quarta, contra a Ponte Preta.
“É complicado pagar R$ 70 por mês, investir em uma categoria acima do plano mais popular para ter a prioridade na venda, e não ter acesso ao ingresso mais barato. Fica difícil entender qual o benefício para o torcedor comum, aquele que é o grosso do plano de sócio-torcedor”, analisou o economista Alexandre Padilha, de 44 anos, adepto do plano “Raça+”, que acabou desembolsando R$ 400 para acompanhar os próximos três jogos no setor Oeste.
O Flamengo não foge da polêmica e admite internamente que o caso é delicado, mas entende que a viabilização de um plano deste modelo mantém uma relação transparente com as torcidas organizadas – sem distribuição de ingressos, acabando com a farra de cambismo de outros tempos.
“Em 2015 o Flamengo lançou uma categoria de ST corporativo, grupos com 20 membros, no mínimo, que pagam valores fixos mensais e não têm nenhum outro benefício do programa além da compra antecipada de ingressos para apenas um setor do estádio em que o Flamengo é mandante (no caso do Maracanã e da Ilha, é o setor Norte). Essas empresas, entre elas torcidas organizadas associadas ao projeto, são obrigadas a comprar uma quantidade mínima de ingressos por jogo durante todo o ano, caso contrário perdem o direito ao benefício. Todos os seus membros possuem cartão ingresso nominal com dados cadastrais”, explicou o clube, reforçando o controle sobre os integrantes das torcidas, em nota enviada à reportagem do UOL Esporte pela assessoria de imprensa.
“Existem regras rígidas para todos os requisitos do contrato, que foi aprovado pelo CODI [Conselho Diretor]. Dentre elas, além da quantidade mínima de ingressos para cada jogo, o plano ST corporativo exige que se pague uma mensalidade fixa para a empresa fazer parte da categoria. Existe também um limite máximo de planos permitidos”, reforçou o Flamengo.
Questionado se não enxergava um privilégio a integrantes de organizadas em detrimento de torcedores comuns, o Flamengo disse que “acredita que é justo, existe um compromisso de presença dessas pessoas. No fim das contas, acreditamos que fica ‘pau a pau’ com quem paga e não necessariamente vai a todos os jogos”.
E o prejuízo aos torcedores comuns poderia ser ainda maior, uma vez que a carga de 800 ingressos para as organizadas já significa uma redução. A facção Torcida Jovem do Flamengo chegou a fazer parte do plano corporativo, mas foi retirada após ser suspensa dos estádios pelo Ministério Público.
Fonte: Uol
Isso é uma indecência….isso tinha acabado em 2013, e sempre ouvimos o lema tudo pelo Flamengo e nada do Flamengo, e agora vemos dirigentes de uma forma dissimulada comprando apoio de arquibancada mais uma vez….quando eu falo que o Eduardo Boca Mole é o Euriquinho da Gavea tem gente que discorda…..
Discordo completamente. Colocou ordem na coisa! Conseguiu identificar quem recebe, acabou com o mercado negro de ingressos que rolava, deu sim um benefício de DESCONTO, porém nada mais justo para àqueles que vão a todos os jogos levando bandeiras, bateria e faixas em um setor menos confortável. Nada demais. Perfeito. A festa das organizadas é importante. A violência não. É até nisso esse plano ajuda.
Disse tudo Guilherme, o resto é mimimi. SRN
Concordo em que disse e ponto.
Concordo contigo. Nunca fui membro de organizadas, mas reconheço que elas são essenciais, pois são eles que empurram o resto da torcida a cantar o apoio ao time. Em qualquer clube brasileiro é assim.
O errado era o que acontecia antes, quando elas ganhavam ingresso de graça e ficavam devendo favor a dirigente.
Agora, elas são obrigadas a pagar um preço subsidiado. É bom para todos. É bom para o clube, que arrecada e mantém um controle efetivo do nome dos membros organizados. É bom para as organizadas, que não ficam mais devendo favor a dirigente e podem fazer protestos pacíficos como o da semana passada. E é bom para o time em campo, que tem o apoio dos que gostam de cantar.
A crítica que deve se fazer às organizadas do Fla é a falta de união entre elas, que tem enorme dificuldade para cantarem a mesma música ao mesmo tempo, isso sem falar na eterna mania de toda hora brigarem entre elas mesmas. SRN
Falou tudo, não sei pq tem 6 dúzia aqui no site que se diz Flamenguista mas qualquer matéria que saí sobre o Fla, só aparecem aqui para criticar a diretoria, clube e jogadores…
Para esse pessoal aí vai um joinha???????????????
Manhaes,
Entendo o seu ponto de vista. Mas vejo um outro lado que, se usado, pode ser útil:
Passa a existir um cadastro com o nome dos torcedores.
Fez besteira na rua – como no caso do jogo contra o Botafogo – a “empresa” à qual esse torcedor pertence sai do cadastro e toda a organizada perde o “privilégio”.
Fez besteira no Estadio. idem.
Pode ser uma medica sócio educativa a médio prazo.
O que realmente não pode, em nenhuma hipótese, como você bem citou é essa medida gerar compra de apoio político.
SRN
Meus amigos, muitos desses torcedores de torcida (des) organizadas tem direito a voto em período de eleição presidencial no flamengo…muda o nome mas não muda o jeitinho! Não podemos realizar campanha sócio-educativo desse modo, com dinheiro aleio, porque o carro-forte do flamengo somos nós torcedores comuns que compramos itens do fla e contribuímos com o aumento no patrocínio. “eles” utilizam mesmo é seus uniformes , não uniforme do fla!
Sr presidente. What the porra is that!? Por favor, apareca e responda essas questao. Isso eh muito serio.