“Como se pode notar pelo público presente, o povo de Brasília já caiu na real. E vem diminuindo a freqüência. Dessa vez, em torno de 20 mil. Logo, a responsabilidade pela derrota de 1×0 para o Grêmio- a quinta no Brasileiro – deve ser creditada sobretudo aos cartolas, que ainda não perceberam que o time é ruim e, pior, que a Série B aguarda na próxima esquina”.
Este é um trecho da crônica do jornalista Roberto Assaf, no jornal Lance de sábado, exprimindo todo o seu desencanto, como rubro-negro que é, com a situação do Flamengo.
O jornalista carioca enxerga bem o que está acontecendo com o público do Distrito Federal. Antes de mais nada, é preciso dizer que a cidade de Brasília, quando passou a ser a capital do País, em 1960, foi habitada essencialmente por funcionários públicos cariocas, que deixaram o Rio de Janeiro quase compulsoriamente. Neste ambiente, claro, havia muitos flamenguistas, vascainos, tricolores e botafoguenses que foram passando de pai para filho as suas preferências futebolísticas.
O Distrito Federal ainda é um reduto de torcedores cariocas. Digo isto com conhecimento de causa, porque morei lá durante mais de 15 anos. Não por acaso, o clássico Flamengo x Vasco levou 60 mil pessoas ao Mané Garrincha. O último jogo de Neymar pelo Santos (contra o Fla) teve público semelhante.
Depois vieram os jogos contra o Coritiba (55 mil), Atlético-MG (31 mil), Portuguesa 12 mil), e o de sábado, diante do Grêmio (20 mil). No dia seguinte, no mesmo palco, Corinthians x Vasco teve público maior (21 mil).
O jornalista Roberto Assaf – flamenguista fanático e ex-diretor do clube – sabe o que diz. Ele percebeu que o torcedor de Brasília está começando a dar as costas para os jogos do Mané Garrincha, simplesmente porque deixou de ser novidade. E também porque o Flamengo não conseguiu montar um time do tamanho da sua tradição.
Fonte: Marcondes Britto