Nada contra, ao contrário. Mas não deixa de ser quiçá interessante e, por que não dizer, um sábio exemplo de respeito à maior torcida do país das chuteiras furadas.
O Urubu decidiu voar baixo no bolso da galera nos jogos no Maracanã, a começar pelo clássico contra o Botafogo. A meia-entrada mais barata (cadeiras superiores) custará a mixaria de R$ 50.
O cardápio da meia-entrada tem ainda R$ 60 (cadeiras inferiores), R$ 80 (cadeiras centrais), R$ 100 (camarotes mistos), R$ 110 (cadeiras Vips) e R$ 175 (Premium, com direito a comes e bebes). Além de estudantes e idosos, sócios-torcedores também pagam metade do preço.
Os rubro-negros estão felizes da vida com a benevolência dos cartolas. Nem poderia ser diferente, já que a meia-entrada na primeira fase da Copa do Mundo, um mequetrefe torneio da mamãe Fifa com um bando de brucutus, custará os olhos da cara, absurdos R$ 30.
Os torcedores têm ainda outro bom motivo para comemorar. Os dirigentes do Flamengo gostariam que as organizadas assinassem um documento comprometendo-se a não criticar os parceiros comerciais do clube em atos públicos e/ou nas redes sociais.
Um zíper na boca mais conhecido como mordaça. Até agora, ninguém se curvou à democrática sugestão.
Os rubro-negros programaram apenas, ao lado dos botafoguenses, uma homenagem ao respeito pelo bolso alheio. Convocaram as ‘aristocracias’ para ir ao estádio de terno e cartola, acompanhadas por mulheres com vestido longo.
Antes de a bola rolar, todos devem degustar o chá das cinco. E, depois, jogar aviõezinhos com falsas notas de R$ 100.
“O nosso Maraca foi vítima de uma internação compulsória. Passaram-lhe a faca e o desfiguraram com grandes injeções de dinheiro público para, depois, ser vendido à iniciativa privada a preços camaradax. Agora, a Maracarena reabre ao ‘público’, ou melhor, àquela parcela do público (em geral branca…), que pode pagar por ingressos a preços de galeria. A reabertura é o enterro do Arquibaldo, que vai encontrar num paraíso mítico seu primo Geraldino”, diz o feliz comunicado que convoca a ‘aristocracia’ rubro-negra.
Fonte: Blog do José Roberto Malia