O Flamengo e seu torcedor estão prestes a perder mais um ídolo. O zagueiro Juan, formado nas categorias de base do clube, vai pendurar as chuteiras ao fim do seu contrato que termina após o Campeonato Carioca. Enquanto isso, os jogadores vão usufruindo de sua experiência para aprimorar a técnica e o relacionamento com a Nação. Um deles é o camisa 5 Willian Arão. Em entrevista coletiva, o volante contou a convivência com o experiente defensor:
— É uma hora estar ao lado do Juan. Saber das experiências e conversar de futebol. É um ser humano fantástico, um amigo. Quando você vê que um cara de 40 anos superou a maior lesão da vida dele e está feliz, é digno de ser respeitado. E que a gente possa seguir o exemplo dele. Venho tirando muitas lições dele e que bom que ele voltou a fazer o que ama, que é jogar futebol.
Juan sofreu uma grave lesão em 2018 e ficou seis meses afastado dos gramados. Na última partida do Mais Querido, vitória por 2 a 0 em cima do Madureira, o zagueiro voltou a campo e recebeu a faixa de capitão de Diego Ribas. Seu contrato é válido até abril deste ano, e, durante passagem pela zona mista na última terça-feira (19), o defensor não descartou continuar em outra função pelo Rubro-Negro.
Não vai perder nada ídolo não é só dentro de campo é aonde ele estiver,por tanto ele não vai morrer continua com a galera
Grande Juan. Vi quando começou a jogar nos profissionais, ali por 1996, ainda usando cabelo rastafari, magrelo e comprido, mas que já demonstrava uma de suas principais qualidades, a antecipaçâo, a antevisão da jogada. Assim como tb vi a estréia anterior de Aldair nos profissionais, num Flamengo x Vasco onde, mesmo muito jovem, anulou o já cascudo Roberto Dinamite a ponto de irritá-lo durante o jogo. A tradição desse clube de formar grandes zagueiros vem desde a subida de Rondinelli e Jayme de Almeida juntos, dos juvenis para os profissionais. Depois disso vieram Zé Carlos, Mozer, o falecido Figueiredo, Gelson Baresi, o lareral e depois zagueiro Leandro, Aldair, Juan…e agora, sem serem craques mas com bastante potencial, Léo Duarte e Thuler. Sempre se juntando com outros grandes zagueiros mais experientes, ou apenas aproveitando os seus ensinamentos, como os paraguaios Manicera, Reyes e Gamarra, o tri-campeão mundial de 1970, Brito, o eterno Capitão Fábio Luciano, o “Magro de Aço” Ronaldo Angelim, e ainda com Manguito, Marinho, e outros que fizeram história na nossa zaga, nossos jovens da base se tornaram craques e ídolos inesquecíveis. Juan, o último dessa linhagem, já tem 40 anos e está próximo de uma merecida aposentadoria. Cabe aos novinhos de hoje seguirem seus passos, seus ensinamentos e seu exemplo, pra que a tradição nunca morra.
Obrigado por tudo Juan! SRN