Postado em: 6 de mar de 2013.
Nascido e criado na Freguesia, zona oeste do Rio, o lateral-direito titular dos juniores do Flamengo, Rodrigo Longo Freitas, ou Digão, de 19 anos, vive um momento único na sua carreira. Na Taça Guanabara Sub-20, marcou sete gols em oito jogos, sendo o vice-artilheiro da competição, atrás apenas de Douglas Baggio, que marcou oito gols. Digão poderia até ter conseguido chegar à média de um gol por jogo, não fosse o pênalti perdido no início da semifinal contra o Botafogo, disputada no último domingo, em Moça Bonita. O Flamengo ficou no empate em um a um e acabou eliminado, mesmo com dois pênaltis marcados a seu favor – o outro foi perdido nos minutos finais por Igor Sartori, que já treina entre os profissionais.
Digão, é claro, lamentou o dia inspirado do goleiro alvinegro Andrey, que defendeu as duas cobranças, mas o momento é de felicidade. Em boa fase, sonha ficar com a vaga de Leonardo Moura, que se aproxima de uma aposentadoria – ele tem contrato até o fim do ano com o Flamengo e mudou o discurso, que antes abria possibilidade para passar a atuar como meia, desejando permanecer na lateral.
Mesmo cauteloso nas declarações, deixando claro que só pensa na possibilidade de ser titular dos profissionais quando o camisa 2 atual definir o rumo do restante da sua carreira, Digão não consegue esconder a empolgação com o recente sucesso. E também com o fato de não haver, hoje, um substituto para Moura, lacuna deixada com a saída de Galhardo para o Santos. Quem vem ocupando essa posição de reserva improvisado é o volante Luiz Antônio, outra cria da base rubro-negra.
– Foram sete gols em oito jogos, nunca tinha feito sete gols em nenhum campeonato. Fico muito feliz, espero ter a chance de repetir isso na Taça Rio. Acho que tenho condições, assim que o Léo Moura passar para o meio ou aposentar, espero ter uma oportunidade. Consigo compor bem aquela lateral e tomar que o Dorival (Júnior, técnico da equipe profissional) me dê uma chance – disse Digão.
Questionado sobre o que mudou em sua forma de atuar para passar a marcar tantos gols, Digão credita a boa fase ao técnico dos juniores, Cléber dos Santos. O rapaz que chegou ao Flamengo há quase 13 anos, no futebol de salão, quer a oportunidade de mostrar que já tem condições de atuar como gente grande. Com Vanderlei Luxemburgo, em 2012, chegou a treinar na equipe principal e até entrou em uma partida, na vitória por 4 a 0 sobre o Bonsucesso, pela Taça Guanabara. Foi reserva e entrou durante o jogo no lugar de João Felipe.
– Acho que o principal para ter conseguido marcar esses gols é a liberdade que o Cléber, que me conhece desde o juvenil, me dá. Ele me deixa livre e passa bastante confiança para atacar, acho que isso conta muito. Cheguei a treinar com os profissionais, até joguei com o Luxemburgo, mas com o Dorival ainda não tive oportunidade. Espero que ele tenha observado essa Taça Guanabara de juniores e me dê uma chance.
O único contato com Dorival até o momento, contudo, foi em instruções durante os coletivos da base que o treinador vez por outra observa.
– Não cheguei a conversar com ele ainda não, ele fala com a gente da parte tática lá nos coletivos. Mas em particular nunca conversei, não. Tenho de trabalhar para conseguir uma oportunidade – concluiu o lateral.
Fonte: GE
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