Postado em: 17 de fev de 2013.
Visão de jogo apurada para vestir a 10 do Flamengo e tino empresarial para administrar uma rede de negócios aos 25 anos. Enquanto os rubro-negros vivem a expectativa pela estreia de Carlos Eduardo, neste domingo contra o Botafogo, a principal contratação do ano não carrega só o status de promessa dos tempos do Grêmio, mas também de empreendedor bem-sucedido.
A passagem pela Alemanha, no Hoffenheim, entre 2007 e 2010, não serviu apenas como trampolim para uma transferência de R$ 63 milhões para o Rubin Kazan (RUS).
– Quando ele foi para Alemanha, passei os primeiros 45 dias por lá. Falo alemão e fui jogador no país. Hoje sou bacharel em ciências contábeis e presto serviço de assessoria para empresas. Ele passou a confiar em mim e começaram a surgir algumas oportunidades. Desde então cuido de todo patrimônio do Carlos Eduardo – apresentou-se Evandro Schmidt.
Com atuação em nichos distintos entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, o meia do Flamengo e o sócio têm uma agência de viagem, uma franquia da Casa do Pão de Queijo, uma empresa que promove shows no Rio Grande do Sul e uma loja de roupas voltada para o público do futebol, como jogadores.
A administração dos negócios é centralizada pelo escritório de Evandro Schmidt, em São Leopoldo, a 30 quilômetros de Porto Alegre, mas tem a supervisão constante do jogador, mesmo quando ele atuava no exterior. Agora que Carlos Eduardo ficará no Rio de Janeiro pelos próximos 18 meses, o sócio passará a ter encontros semanais com o jogador na capital carioca. Um novo empreendimento na Região Sudeste, porém, ainda não foi cogitado.
– Com ele mais próximo fica melhor. Até porque faço todo o controle da vida financeira dele. Ele já pediu para que tenhamos esses encontros uma vez por semana. Mas não chegamos a pensar em ter algum negócio no Rio de Janeiro. Podemos analisar a chance – explicou Schmidt.
Novos planos
Carlos Eduardo abdicou de parte do contrato milionário na Rússia em prol da visibilidade proporcionada pelo Flamengo. O objetivo do jogador, agora, está voltado para conquistas dentro de campo.
A parte financeira, neste momento, é minimizada por ele, segundo o empresário Jorge Machado, que trabalha com o jogador desde que ele tinha 18 anos e estava no Grêmio.
– Carlos Eduardo tem ambição, pensa grande e o lado financeiro é importante. Precisa ter cuidado porque a carreira não é para sempre. Mas os salários pagos no Brasil, hoje, são altos. E agora ele quer ser mais reconhecido e voltar à Seleção. O Flamengo dá essa condição – ponderou Jorge Machado.
Ambição que limou qualquer receio do jogador em trocar o futebol alemão, no qual era apontado como um dos destaques da Bundesliga em 2008 e 2009, pelo frio da Rússia na temporada de 2010.
No Rubin Kazan, foi para receber cerca de R$ 600 mil mais prêmios, apesar de ter atuado pouco em função de uma cirurgia no tendão patelar do joelho direito.
– Tinha uma situação da Inter de Milão bem na época em que ele iria fazer a cirurgia no joelho e, depois, acabou não dando sequência e ele permaneceu na Rússia – contou o empresário do jogador.
No Flamengo, Carlos Eduardo acertou contrato de empréstimo por 18 meses, no qual receberá cerca de R$ 500 mil. A transação ainda rendeu R$ 1 milhão de luvas diluídas em pagamentos mensais. O camisa 10, agora, passa a ter o maior salário do elenco. Posto esse que era ocupado por Vagner Love.
Acerto encaminhado desde dezembro
O desfecho da contratação de Carlos Eduardo pelo Flamengo aconteceu somente no fim de janeiro deste ano, mas a situação com o Rubro-Negro estava encaminhada desde o fim de 2012.
– A visibilidade proporcionada pelo Flamengo é muito grande. Na época houve algumas discussões e algumas situações de outros clubes como Fluminense e Santos, mas sempre estivemos encaminhados com o Flamengo desde dezembro – contou Jorge Machado.
Nessa época, o clube aguardava uma liberação do Rubin Kazan para que o empréstimo acontecesse de maneira gratuita. Em contrapartida, o jogador ampliou o contrato com os russos por mais duas temporadas.
– Estamos muito tranquilos em relação a isso. Ele, agora, tem mais cinco anos com o Rubin. Terá ainda a oportunidade de ficar no Brasil e se destacar – disse Machado.
O Santos desistiu do meia por causa dos valores além do salário pedidos pelo staff do jogador, que incluíam as luvas e mais a comissão ao agente. Situação semelhante fez com o que Fluminense não vencesse a disputa com o Flamengo. Um clube alemão também chegou a fazer uma consulta, mas para compra definitiva.
Família na torcida longe do Rio
A estreia de Carlos Eduardo pelo Flamengo não será acompanhada pela família do jogador no Rio de Janeiro. Os pais e os irmãos do meia do Flamengo são reservados e estarão reunidos na casa do jogador, na Praia de Atlântida, perto de Porto Alegre.
O meia, por sua vez, recebeu a promessa dos familiares de que irão nos próximos compromissos do Rubro-Negro. Sem os parentes por perto, o camisa 10, ao menos, conta com a presença da torcida para que possa se sentir mais à vontade no primeiro jogo pelo Flamengo.
– Seria legal o estádio lotado para mim, a motivação seria bem maior. A ansiedade existe, mas estou tranquilo, preparado para dar o máximo – comentou o meia.
Na véspera do clássico, Carlos Eduardo se descontraiu no Ninho do Urubu e no tradicional recreativo disputado antes dos jogos ele atuou como zagueiro, fazendo parte do time do lateral-direito Léo Moura.
Após 20 dias de preparação, o camisa 10 deverá começar o clássico com o Botafogo como titular, apesar de o técnico Dorival Júnior ter feito mistério na sexta-feira.
Bate-Bola
Evandro Schimidt, sócio de Carlos Eduardo
Como Carlos Eduardo despertou o interesse pelos negócios?
Conversamos muito sobre essa questão de investimento quando ele foi jogar na Alemanha. Todo garoto novo, quando desponta, tem um ponto de vista diferente e as primeiras coisas que compra são carros e imóveis, coisas ligadas ao lazer. Mas Carlos Eduardo sempre foi muito inteligente e com os pés no chão. Alertava a ele sobre o fato de a carreira no futebol ser curta. E ele tem muita noção sobre isso. Tanto que surgiram as oportunidades para ter os negócios no Brasil.
Mesmo no início da carreira, quando surgiu no Grêmio, ele já tinha essa noção de investir o dinheiro para ter retorno?
Ele é um cara com pés no chão. Na Alemanha ele teve carros de luxo porque é apaixonado. Podemos dizer que de luxo ele tem um Porsche Panamera. Além dos negócios, ele tem investimento em imóveis, que é uma coisa que muita gente costuma fazer.
E como é a relação do jogador com a família?
É importante falar sobre isso porque ele é um garoto muito preocupado com a família. Ajuda não só os pais e os irmãos como outros parentes. Todos gostam muito dele. Tem um coração muito grande. Agora fica sempre perto do sobrinho, que é filho do irmão que se casou com uma russa. É apaixonado pela criança.
A sociedade
Evandro Schmidt é formado em ciências contábeis e é proprietário de um escritório de contabilidade e assessoria empresarial em São Leopoldo, que fica a 30 quilômetros de Porto Alegre. Ele já foi diretor administrativo da Rogon, empresa alemã responsável por transferências de jogadores.
A união
Quando ainda era executivo na Rogon, Evandro Schmidt acompanhou Carlos Eduardo nos primeiros 45 dias que o jogador ficou na Alemanha, quando se transferiu para o Hoffenheim. Naquela época, ele passou a cuidar do patrimônio de Carlos Eduardo e iniciaram os investimentos no Brasil.
Os investimentos
MÚSICA
Entretenimento Carlos Eduardo e o sócio têm uma empresa que promove shows no Rio Grande do Sul. Em 2012, participaram da ida da banda Kiss a Porto Alegre.
TURISMO
Lazer e viagens Ambos trabalham também com uma agência de viagens cujo nome é Estilo Viagens, que fica em Nova Hamburgo.
ALIMENTAÇÃO
Rede Empresário e jogador também são proprietários de uma franquia da Casa do Pão de Queijo no estado gaúcho.
VESTUÁRIO
Roupas Carlos Eduardo e Evandro são donos de uma loja de roupas – Tudo Nosso – voltada para o público do futebol.
Fonte: Lancenet
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