Conheça a história de Rafinha: “Ele não tinha o que almoçar.”

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Postado em: 8 de fev de 2013.

Inteligente, veloz, humilde e merecedor do sucesso que começa a alcançar. Essas são opiniões de profissionais que acompanharam de Rafinha dentro e fora dos campos. As boas atuações e os belos gols diante de Vasco e Friburguense não surpreenderam o técnico Paulo Henrique, que trabalhou com o jogador na categoria de juniores. E muito menos Carlos Noval, coordenador da base e uma espécie de segundo pai para o jovem talento, que deixou para trás o pão com manteiga e o moicano, curtindo a boa fase de estômago forrado e cabeça feita.
– O Rafinha é profissional demais, muito comprometido. Não falo por ele estar bem no profissional, isso vem desde a base. Ele ficava chateado quando falavam que ele era baixinho, que não ia chegar… Eu sempre disse para ele ter calma, que quando chegasse a hora, ele estaria amadurecido. É o que está acontecendo. Ele é merecedor de tudo que começa a conquistar, pois é muito humilde, inteligente, absorve bem tudo que é passado. É uma grande satisfação – afirmou Noval.
Rafinha não conheceu seu pai biológico, mas teve em Noval a figura masculina que sempre o orientou e que insistia para ele cortar o moicano que usava quando era dos juniores. Agora, ao fim de cada partida pelo profissional, o coordenador faz contato com o jogador para alertá-lo sobre as armadilhas do futebol.
– Quando acabam os jogos, eu mando SMS, ligo, e digo para manter os pés no chão. Tão ou mais difícil do que chegar ao profissional é se manter. Há assédio de muita gente, mas ele tem que esquecer o oba-oba e pensar apenas em jogar futebol – destacou o coordenador.
Segundo levantamento feito nos juniores, quando Rafinha estava em campo, 80% dos gols do Flamengo tinham participação do jogador. Paulo Henrique, que foi técnico do atacante na base rubro-negra, exalta as qualidades do atual camisa 11 do profissional.
– Ele é muito inteligente, tem velocidade e sempre teve participação especial nas conquistas. É um garoto carismático, de quem todo mundo gosta, e o sucesso que vem conseguindo não é surpresa. O gol que ele marcou contra o Friburguense não foi novidade. Eu já o vi fazer mais de uma vez na base – afirmou Paulo Henrique.
Demitido do clube no início da semana, Paulo Henrique guarda como uma das recordações a convivência com Rafinha. E, mais do que o jogador de futebol, exalta o ser humano.
– Ele é evangélico, vem de uma família muito humilde, mas foi bem orientado pelos seus representantes e mantém os pés no chão – disse o ex-treinador rubro-negro.
Aos 19 anos, o atacante é noivo de Gabrielle, com quem divide um apartamento na Zona Oeste do Rio. E o casal já tem um “filho”: o cachorro Taleco, xodó da casa.
– Não gosto de night, de badalação. Sou tranquilão, caseiro, não conquistei nada ainda. Tem uns caras novos que já querem ficar na “vida loca” – disse Rafinha, em recente entrevista.
No fim de 2011, o jogador quebrou a tíbia da perna direita e ficou três meses afastado dos gramados. Quando se preparava para voltar, teve um problema no músculo posterior da coxa esquerda. Mais 60 dias parado.
De volta, o atacante reconquistou seu espaço como titular nos juniores. E, enquanto companheiros de time subiam para o profissional, ele aguardava pacientemente sua vez, que chegou. E ele não desperdiçou.
Pão com manteiga e moicano ficaram para trás
Paulo Henrique lamenta que o Flamengo não tenha oferecido melhores condições para o franzino Rafinha se desenvolver na base.
– Ele ainda tem que se desenvolver fisicamente, essa era uma discussão que tínhamos na base, na questão da suplementação. De manhã cedo, ele chegava para treinar e tomava apenas um café com leite e pão com manteiga. Ele saía e não tinha o que almoçar. Agora, no profissional, ele tem todas as condições – afirmou Paulo Henrique.
O cardápio mudou. Depois de dar passes para os gols de Hernane e Cleber Santana, e desenhar uma pintura com belo toque de cobertura na vitória por 4 a 0 sobre o Friburguense, Rafinha foi saudado pela torcida como “melhor que Neymar”. E usou a gastronomia para driblar a brincadeira:
– O Neymar é um craque mundial, reconhecido. Estou só começando e tenho de comer muito arroz com feijão ainda.
Além do estômago forrado, Rafinha também está com a cabeça feita. De tanto pedir para que Rafinha cortasse o cabelo moicano, Carlos Noval teve sua orientação atendida:
– Consegui que ele cortasse o cabelo, bacana. Tem é que mostrar o seu futebol.

Fonte: GE
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