Postado em: 3 de mar de 2013.
O Flamengo mostrou-se um time que ainda precisa aprender a superar as dificuldades dentro de um jogo. A boa campanha na primeira fase da Taça Guanabara não ofereceu dificuldades como no jogo decisivo de ontem diante do Botafogo, quando o Rubro-negro acabou refém do próprio esquema. Até então, a formação ofensiva, que tinha no contra-ataque sua principal estratégia, parecia válida para um time com a vantagem do empate, mas o gol do Botafogo antes do primeiro minuto fez o Flamengo ter que buscar o resultado contra um time experiente e formado há mais tempo. Conclusão: o técnico Dorival Júnior ficou sem opções para mudar a realidade que enfrentava, e nem Rafinha, bem marcado, conseguia desafogar. — Ele não vem bem deste o outro jogo (Olaria). Mas não é hora de questionar ou criticar. Precisamos ter paciência. Oscilações ocorrem, principalmente com estes jovens. Ele vai continuar jogando e precisa apenas trabalhar para superar isso — recomendou Dorival Júnior, que não fez no jogo uma alteraçõa comum nos treinos, a entrada de Cleber Santan para organizar o meio-campo. Atrás do marcador, o Flamengo teve dificuldade para criar muito pelo distanciamento entre ataque e meio-campo, e uma lista de jogadores em dia ruim, casos de Ibson, Elias e Cáceres. Renato entrou mal também. Dorival agora pode buscar velhas soluções. Ou manter a convicção na atual formação. Os lances duvidosos que seriam a favor do Flamengo — como uma bola na mão de Marcelo Mattos — não viraram justificativa para o técnico Dorival Júnior explicar a péssima apresentação de sua equipe. O mérito foi dado ao Botafogo e a cobrança recaiu sobre erros individuais. Mesmo assim, o treinador deixou claro que confia no trabalho ainda em fase de desenvolvimento, e na recuperação de jogadores, principalmente o camisa 10, Carlos Eduardo. — Nem tudo era um mar de rosas, nem tampouco agora é terra arrasada. Encontramos um padrão de jogo inicial e tivemos regularidade na primeira fase, mas cometemos erros importantes em um jogo decisivo — afirmou Dorival, evitando se referir às atuações ruins de suas principais peças. — Já havia dito que o Carlos Eduardo iria oscilar e ainda confio muito no potencial desse jogador. A disputa continua em aberto em qualquer setor, independentemente de que jogador seja. Mas hoje nada deu certo, as coisas não aconteceram — lamentou o técnico, abrindo a briga por posições no time, que só volta a jogar no segundo turno do Estadual, a Taça Rio, a partir do dia 17 de março, contra o Resende. Em outro momento da entrevista coletiva, porém, Dorival Júnior deixou bem claro que o rendimento de alguns jogadores desagradou. O meio-campo do Flamengo não criou. — Pelo primeiro tempo que fizemos, tirei dois jogadores porque poderia ter fechado os olhos e tirado qualquer outros dois. A atuação foi bem abaixo do que o time vinha jogando — analisou o comandante, que acabou não conseguindo mudar a postura tática de sua equipe com as mexidas realizadas. O Flamengo que saiu de campo após a derrota para o Botafogo exibiu um misto de humildade, ao reconhecer a superioridade da estratégia alvinegra, e incômodo com o fato de que, na primeira etapa, a atuação rubro-negra foi muito inferior à média da equipe na competição — na qual estava invicta e detinha a melhor campanha. A começar por Felipe, que destacou os méritos do rival: — O Botafogo jogou melhor, mereceu vencer. Temos que dar os méritos ao Botafogo — resumiu Felipe, que saiu do gol no último lance (e o Botafogo acabou ampliando): — Sabia do risco, agora é pensar na Taça Rio. Já Renato Abreu, que entrou no intervalo, foi mais crítico em relação à atuação da equipe nos primeiros 45 minutos de partida. — A postura do segundo tempo é com a que chegamos à semifinal. Crescemos no segundo tempo. Em um clássico, sabíamos que seria difícil — analisou Renato, que destacou o gol relâmpago de Júlio César, no primeiro minuto de jogo, como decisivo para o resultado final: — Tomamos um gol muito cedo, isso mexeu completamente com o jogo. Leo Moura ressaltou ainda a atuação diferenciada de Jefferson, que fechou o gol do Botafogo e impediu que o Flamengo empatasse o jogo no segundo tempo. — O goleiro estava em uma tarde inspirada, mas a gente não pode abaixar a cabeça. É chato perder um jogo assim, com a sequência excelente que vínhamos fazendo, ficamos tristes, só que agora é pensar no segundo turno — completou o veterano.
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