Postado em: 19 de mar de 2013.
Jorginho ganhará no Flamengo cerca de um terço dos pouco mais de R$ 600 mil mensais que Dorival Jr. faturava, entre luvas e salários. Tais números revelam a desvairada Ilha da Fantasia que se tornou o nosso futebol. Nos descabidos parâmetros dos nossos grandes clubes, até mesmo um salário considerado “modesto” é uma fortuna. Não há quem me convença que qualquer treinador valha isso.
Diante desse quadro alucinado, é extremamente saudável a iniciativa da diretoria rubro-negra de pagar vencimentos fixos bem menores e acenar com prêmios generosos por metas alcançadas. Se um técnico leva o time a um título importante ou à classificação para um torneio como a Libertadores é justo que abocanhe parte do lucro que está ajudando o clube a auferir. Caso contrário, não. O maior exemplo desse desperdício absurdo está na recente passagem de Felipão pelo Palmeiras, onde o atual treinador da seleção embolsou R$ 700 mil/mês para… rebaixar o Verdão!
Qual será?
Jorginho vai dar certo no Fla? Se voltar a ser aquela pessoa afável, comunicativa, com inegável espírito de liderança e bom conhecimento técnico e tático de seus tempos de jogador, as chances são boas.
Mas se chegar ao Ninho do Urubu aquele outro, que se revelou durante o período em que Dunga comandou a seleção e o teve como braço direito, a coisa muda de figura. Nesses quatro anos, Jorginho se tornou um ser irascível, de mal com a vida, e arraigado a princípios retrógrados, capaz, por exemplo, de preferir veteranos já inúteis, como Grafite e Kleberson, em detrimento de jovens talentosos e promissores como Neymar e Ganso.
Amigos comuns me garantem que, depois do fracasso na Copa, Jorginho refletiu e mudou. Seu trabalho no Figueirense, no Brasileiro de 2011, foi muito bom. E depois que saiu de lá e passou um ano no futebol japonês, ele andou se reciclando, com estágios no Barcelona e no Real Madrid.
Tomara que esse Jorginho que está voltando ao Fla seja bem mais parecido com o lateral do que com o auxiliar de Dunga. E que perca, de vez, ranços religiosos como os que o levaram, em seus tempos de América, a querer banir o simpático diabinho Brasinha do posto de mascote do clube do Andaraí.
Religião cada um tem a sua e nenhum técnico de futebol deve se meter. Se começar a misturar preleção com reza o caminho leva ao inferno da cizânia e das derrotas, não ao paraíso das vitórias e títulos.
Só o Glorioso brilhou
O Vasco, assim como o Flamengo, acabou derrotado por um dos pequenos (no caso, o Volta Redonda), o que só reforça a impressão de que ambos precisarão se reforçar muito para não tomar sustos no Brasileiro. Nem em São Januário, nem na Gávea há elencos prontos. Muito pelo contrário.
Bonito, na primeira rodada da Taça Rio fez o Botafogo, que sapecou quatro no Quissamã, com direito a gol de Rafael Marques! Que foi o melhor em campo, participando de dois outros gols, com passes precisos. Rafael Marques desencabulará de vez?
Encabulado mesmo continua o Fluminense, que penou pra ganhar do Caxias por 1 a 0 e teve até ajuda do juiz, que deixou de dar um pênalti claríssimo de Gum em Hyuri, e precisou que Diego Cavalieri voltasse a fazer milagres para evitar gols.
Fonte: Blog do Renato Mauricio Prado
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