A direção do Flamengo está preocupada e o motivo é óbvio, o fraco desempenho do time pode custar caro. Não só nas bilheterias, no prestígio do clube, mas literalmente no maior contrato de patrocínio de material esportivo do Brasil.
O compromisso com a Adidas pode envolver bem menos dinheiro. A garantia de R$ 360 milhões em dez anos vai depender do time. Ou seja, se conseguir ter um rendimento digno vai ganhar o combinado, se fracassar esportivamente, estará sujeito a multas pesadíssimas.
O que parecia improvável caminha para a realidade. Caso o clube seja rebaixado no Brasileiro, perderá 15% do pagamento anual. Caso não suba e jogue a Série B por dois anos seguidos, será pior: Nada menos do que a redução de 50%, a metade do que receberia.
Os alemães também queriam obrigar o clube a se classificar para a Libertadores. Se não, multa. Mas, insegura, a diretoria não aceitou. Ficou valendo para Copa Sul-Americana, se o clube não se classificar, multa de 10%. Caso isso se repita pelo segundo ano consecutivo, a punição é de 25%.
A Adidas quer o clube mostrando sua marca na América do Sul, tanto que o acordo prevê até uma suspensão ou expulsão da Conmebol. O Flamengo passa a receber 50% até que resolva o problema.
Se o clube repetir o que fez o Fluminense, tudo ficará pior. Uma eventual queda para a Série C, o contrato será encerrado automaticamente. Muito participativo, Jorginho soube das cláusulas e foi direto com Paulo Pelaipe, o homem do futebol da Gávea. Pediu reforços o mais rápido possível. E o Flamengo já está empenhado nesta missão, usando até mesmo o nome da Adida na busca.
Precisa de um ídolo, ninguém se conforma como Ronaldinho Gaúcho foi embora, e ainda tem salários e uma multa enorme a serem pagos ao jogador.
Na Gávea vazou uma informação que o clube tentava esconder. O interesse em Kaká foi real, mas o jogador do Real Madrid não aceitou nem começar a conversar. Nem o argumento de que estaria mais perto de disputar a Copa agradou, ele não quis nem pensar no Flamengo. Sabe muito bem as dificuldades do clube carioca. Ele se agarrou à promessa que fez. Quando voltar ao Brasil, o clube que deseja atuar é o São Paulo.
Robinho passou a ser o alvo, e as sondagens feitas no início do ano voltarão com carga total. O jogador, esquecido por Felipão, se mostra mais fácil, mas há a certeza de disputa com o Santos.
Dependendo da campanha do Grêmio na Libertadores, há um alvo, Kléber. Tem o perfil para motivar os torcedores. Se o time de Luxemburgo fracassar, haverá uma tentativa pelo Gladiador.
A contratação de Seedorf pelo Botafogo também é inspiração. O clube também vai analisar veteranos estrangeiros com prestígio mundial e pretende trazer pelo menos um para a Gávea. Beckham é sonho antigo de consumo.
O Flamengo já recebeu R$ 32 milhões como luvas pelo contrato e mais R$ 20 milhões de adiantamento deste ano.
Saneou parte importante das dívidas deixadas por Patrícia Amorim e vai começar a investir no time agora. Espera anunciar pelo menos duas grande contratações no mês que vem.
O contrato entra em vigor em maio e o time da Gávea entrou em um seleto grupo formado por Real Madrid, Chelsea, Milan e Bayer de Munique. Os cinco têm contrato com a Adidas.
Para não ficar apenas o clima de tensão, de pessimismo, há premiações. A empresa alemã oferece motivação financeira por conquistas. Está bem claro. Os valores são do primeiro ao quinto ano de contrato.
O Campeonato Carioca vale R$ 250 mil. A Copa do Brasil, R$ 300 mil, Sul-Americana, R$ 400 mil, o Brasileiro, R$ 1 milhão, Libertadores, R$ 1,5 milhão e o Mundial da Fifa, R$ 800 mil.
Há um aumento importante na segunda fase do contrato. Do sexto ao décimo ano o Campeonato Carioca passa a valer R$ 300 mil, a Copa do Brasil, R$ 380 mil, a Sul-Americana, R$ 500 mil, o Brasileiro, R$ 1,3 milhão e a Libertadores, R$ 2 milhões. Apenas o Mundial continuou valendo R$ 800 mil.
Mas as conquistas na Gávea são sonhos, devaneios. O medo, a realidade cerca as punições pelos fracassos. O clube não quer passar vergonha e ainda perder dinheiro.
O nível do time que Jorginho tem nas mãos é digno de rebaixamento. Ele e os dirigentes sabem disso, e por isso empresários estão espalhados pelo Brasil e Europa.
O Flamengo não quer ver a Adidas cobrando multas logo no ano inicial do acordo. A diretoria está realmente preocupada, percebeu que não haverá perdão para os alemães. Vexame passou a valer muito dinheiro na Gávea…
Fonte: Cosme Rímoli
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